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26/03/2008 - 07h10

Análise: Pinóquio, Judas e 10% nas eleições dos EUA

LUCAS MENDES
da BBC Brasil

Na campanha americana um latino trai, um nariz cresce e a senadora encolhe.

O latino é o governador Bill Richardson, que ocupou dois cargos importantes no governo Clinton. Foi embaixador nas Nacões Unidas e ministro de Energia antes de se eleger governador do Novo México.

Sem os empregos de Bill Clinton, ele talvez nunca tivesse obtido projeção nacional nem ambições presidenciais, mas a gratidão dele tem limites.

O dele era um dos endossos mais cobiçados nesta campanha e o casal Clinton não escondia o esforço para conquistar Richardson ou, pelo menos, não deixá-lo endossar Obama. E isto ele tinha prometido ao presidente Clinton.

Mas Richardson traiu e James Carville, que ainda assessora a campanha de Hillary, chamou o governador de Judas, dizendo que a traição quase coincide com a data que Jesus foi vendido por 30 moedas de prata aos romanos.

Há ainda três endossos em disputa pelos dois candidatos: o do ex-vice-presidente Al Gore, o de John Edwards, que saiu da campanha mês passado, e o de Nancy Pelosi, líder da Câmara. Só Edwards parece inclinado a endossar um dos candidatos, mas está na moita.

Bill Richardson, que além da americana tem a cidadania mexicana pela mãe, é uma conexão importante entre os latinos que Obama conseguiu tomar da senadora.

Seria também um bom nome para vice-presidente, mas ele nega que o posto tenha sido oferecido ou negociado. Disse que foi seduzido pelo talento político e o tchan de Obama, e que o momento da conversão foi o discurso do senador sobre a questão racial: "Obama é um político diferente", disse Richardson.

Semana terrível para a senadora: além de perder um endosso importante, ganhou um troféu humilhante: o duplo Pinóquio conferido pelo "Washigton Post".

Num discurso recente, Hillary contou que em 96 desceu na base americana de Tusla, na Bósnia, debaixo de fogo de franco-atiradores. Descreveu com detalhes como saiu do avião e correu agachada até o hangar.

A rede CBS foi nos arquivos e lá está a imagem da ex-primeira-dama numa caminhada sorridente e tranqüila, recebida por uma comissão de bósnios e americanos e por uma menina muçulmana que lê um poema para ela em inglês. Com tanta "experiência", como pode ter inventado esta farsa?

A senadora admitiu que cometeu um engano, mas a imprensa transborda com equívocos dela sobre suas "experiências e contribuições como primeira-dama.

As que ela mais cita são saúde das crianças, paz na Irlanda do Norte e proteção de refugiados na Macedônia. Um exame minucioso das atuações da senadora reconhece a participação dela nas três questões, mas dão a ela um crédito mínimo. Outros envolvidos tiveram influências maiores.

Sem os votos de Michigan e da Flórida, uma vitória no voto popular ou pelos delegados conquistados é praticamente impossível, mas um dos mais confiáveis assessores ainda vê 10% de esperança com vitórias massacrantes nas próximas primárias, em especial na Pensilvânia. Até onde vai o nariz? Eu já tirei meu lenço.

Comentários dos leitores
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
As "autoridades" de imigração dos eua encobriram maus-tratos a estrangeiros e falta de atendimento médico nos casos de detidos mortos na prisão nos últimos anos, denunciou o jornal "The New York Times". A informação é parte do conteúdo de documentos internos e confidenciais obtidos pela publicação e a ONG União Americana de Liberdades Civis. Ambos se acolheram a uma lei de transparência que obriga à divulgação deste tipo de informação pelo governo. Os documentos mencionam os casos de 107 estrangeiros que morreram nos centros de detenção para imigrantes desde outubro de 2003. "Certos funcionários, alguns deles ainda em postos-chave, usaram seu cargo para ocultar provas de maus-tratos, desviar a atenção da imprensa e preparar declarações públicas com desculpas, após ter obtido dados que apontavam os abusos". É mais uma da "democracia" estadounidense que vive apontando o dedo para os outros. Quanto tempo e quantas patifarias ainda faltam para que alguns reconheçam que "liberdade e democracia" são MITOS nos eua. Ali acontece todo o tipo de manipulação, tortura, conchavo, tráfico, suborno, violência, abuso, enfim, toda a sorte de patifarias. Os eua estão mergulhados no mais profundo colapso em TODOS os sentidos. Não dá mais para encobrir que eles não se diferenciam em nada de TODOS os regimes que criticam, mas, como tem o poder das armas e são totalmente influenciados pela doutrina nazi sionista racista e fascista, são os maiores e verdadeiros grandes TERRORISTAS do mundo. São os condutores das maiores mazelas nos 4 cantos e o povo estadounidense precisa recuperar o poder e realmente conseguir resgatar sua Nação. Para começar, é preciso ter presidentes de verdade e não fantoches de 2 partidos que têm os mesmos "senhores", o sionismo internacional. Vivemos um momento decisivo onde devemos apoiar a Resistência mundial e lutar para derrubar o eixo que venceu o outro eixo na 2ª guerra e construir um mundo livre voltado para o socialismo do século XXI. Não ao capitalismo e ao comunismo, duas faces da mesma moeda controladas pelos sionismo. sem opinião
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Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
A situação é periclitante, se antigamente se concedia o Nobel da Paz a quem de algum modo, plantava a paz no mundo, hoje (dada a escassez de boa fé geral) se concede o prémio a quem não faz a guerra... Como diria o sábio Maluf: "Antes de entrar queria fazer o bem, depois que entei, o máximo que conseguí foi evitar o mal"
Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
1 opinião
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honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
Considero ecelente vosso noticiario. Obrigado, aos 83 anos de mnha vida, 8 opiniões
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