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09/04/2008 - 09h42

Análise: A maldição dos guias espirituais

LUCAS MENDES
da BBC Brasil, em Nova York

Não me abençoe, não reze por mim e, pelo amor de Deus, não fale bem de mim. São súplicas que os senadores John McCain e Barack Obama gostariam de fazer aos seus guias espirituais, mas não têm coragem, porque correm o risco de perder votos. E a eleição.

O senador Obama, pré-candidato democrata à Casa Branca, fez um discurso em 18 de março, agora famoso, sobre raça para se livrar de 20 anos de bênçãos e sermões do pastor Jeremiah Wright, que amaldiçoou os Estados Unidos, disse que o governo criou a Aids para eliminar as minorias, explicou que o ataque às torres foi semente plantada pelos americanos, glorificou o radical Louis Farrakhan, líder dos muçulmanos americanos e diz que o país é racista.

Até republicanos falaram bem do inspirado discurso de Obama, que se recusou a romper e condenar os sermões do seu pastor.

Disse que não concorda com muitos deles, mas perdoou Jeremiah Wright, que comparou com os comentários perdoáveis da sua avó.

Você pode ter certeza que esta conexão com Wright e a avó vai persegui-lo com muito mais fervor num futuro próximo e ainda maior em outubro: por que durante 20 anos ouviu em silêncio os sermões do pastor?

Republicano

As conexões de McCain, provável candidato republicano, com seus pastores são tão ou mais pecaminosas. Se Obama for o candidato, como todas as pesquisas e previsões indicam, em outubro vamos ver uma guerra de comerciais na televisão sobre guias espirituais.

McCain, há oito anos, chamou os líderes da direita cristã de agentes da intolerância. Ele se referia aos evangélicos Pat Robertson e Jerry Falwell, que abençoaram George W. Bush e deram a ele votos decisivos para a vitória nas duas eleições.

Falwell e Pat Robertson também viram os ataques às torres como castigo divino pela tolerância com gays, feministas, aborto, células tronco, mas McCain, que condenou Falwell em 2000, foi o orador da formatura da Liberty University, de Falwell, em 2006, e participou da Noite Pró-Israel do reverendo em Washington ano passado.

Falwell e Robertson são relativamente moderados. McCain tem apoio mais perigoso dos radicais poderosos como Rod Parsley, de Ohio, que faz conexões entre planejamento familiar e nazismo e pede a destruição do Islamismo.

McCain conquistou votos de moderados republicanos, independentes e até democratas porque era um candidato que foi contra o corte dos impostos do presidente Bush, bateu firme no secretário Rumsfeld pela estratégia da guerra no Iraque, foi a favor da imigração e se recusou a participar de um movimento para banir pesquisas com células-tronco. Em resumo, um político independente e diferente, que contestava a direita republicana.

Hoje o senador é a favor dos impostos de Bush, contra a imigração e ainda contra estratégias da guerra, mas a favor do "surge" e da presença das tropas. Desde o início McCain foi a favor da invasão.

Em fevereiro, o senador cavou fundo a bênção/endosso do influente reverendo John C. Hagee, que tem programas de rádio duas vezes por dia em 75 estações de rádio e 125 estações de televisão.

O reverendo chama a Igreja Católica de "a grande prostituta" que conspirou com Hitler para exterminar os judeus, diz que Katrina é punição divina pelos pecados de Nova Orleans e defende um ataque de americanos e israelenses contra o Irã.

Agora o senador McCain foge do reverendo como o diabo da cruz e nenhum dos dois fala do endosso.

Esta semana os candidatos McCain, Obama e até Hillary Clinton, que não tem bênçãos malditas mas tem endossos suspeitos, estão temporariamente fora do noticiário pelos depoimentos do general Patraeus e do embaixador Crocker no Congresso sobre a situação do Iraque.

Mas nos próximos comícios e sermões, os guias espirituais vão infernizar as vidas de Obama e McCain.

Comentários dos leitores
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
As "autoridades" de imigração dos eua encobriram maus-tratos a estrangeiros e falta de atendimento médico nos casos de detidos mortos na prisão nos últimos anos, denunciou o jornal "The New York Times". A informação é parte do conteúdo de documentos internos e confidenciais obtidos pela publicação e a ONG União Americana de Liberdades Civis. Ambos se acolheram a uma lei de transparência que obriga à divulgação deste tipo de informação pelo governo. Os documentos mencionam os casos de 107 estrangeiros que morreram nos centros de detenção para imigrantes desde outubro de 2003. "Certos funcionários, alguns deles ainda em postos-chave, usaram seu cargo para ocultar provas de maus-tratos, desviar a atenção da imprensa e preparar declarações públicas com desculpas, após ter obtido dados que apontavam os abusos". É mais uma da "democracia" estadounidense que vive apontando o dedo para os outros. Quanto tempo e quantas patifarias ainda faltam para que alguns reconheçam que "liberdade e democracia" são MITOS nos eua. Ali acontece todo o tipo de manipulação, tortura, conchavo, tráfico, suborno, violência, abuso, enfim, toda a sorte de patifarias. Os eua estão mergulhados no mais profundo colapso em TODOS os sentidos. Não dá mais para encobrir que eles não se diferenciam em nada de TODOS os regimes que criticam, mas, como tem o poder das armas e são totalmente influenciados pela doutrina nazi sionista racista e fascista, são os maiores e verdadeiros grandes TERRORISTAS do mundo. São os condutores das maiores mazelas nos 4 cantos e o povo estadounidense precisa recuperar o poder e realmente conseguir resgatar sua Nação. Para começar, é preciso ter presidentes de verdade e não fantoches de 2 partidos que têm os mesmos "senhores", o sionismo internacional. Vivemos um momento decisivo onde devemos apoiar a Resistência mundial e lutar para derrubar o eixo que venceu o outro eixo na 2ª guerra e construir um mundo livre voltado para o socialismo do século XXI. Não ao capitalismo e ao comunismo, duas faces da mesma moeda controladas pelos sionismo. sem opinião
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Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
A situação é periclitante, se antigamente se concedia o Nobel da Paz a quem de algum modo, plantava a paz no mundo, hoje (dada a escassez de boa fé geral) se concede o prémio a quem não faz a guerra... Como diria o sábio Maluf: "Antes de entrar queria fazer o bem, depois que entei, o máximo que conseguí foi evitar o mal"
Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
1 opinião
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honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
Considero ecelente vosso noticiario. Obrigado, aos 83 anos de mnha vida, 8 opiniões
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