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Análise: Nos finalmentes, o sufoco
LUCAS MENDES
da BBC Brasil
Depois de milhões de dólares e milhares de comícios, daqui a uma semana dez Estados vão decidir quem será o próximo presidente: Flórida, Ohio, Carolina do Norte, Virgínia, Colorado, Novo México, Pensilvânia, Indiana, Missouri e New Hampshire, mas vamos simplificar.
John McCain não pode perder nenhum Estado onde Bush ganhou em 2004 e precisa retomar a Pensilvânia, onde algumas pesquisas colocam democrata Barack Obama na frente com mais de dez pontos de vantagem.
Em resumo, o republicano não tem margem de erro enquanto o democrata tem várias opções, mas há números suspeitos nestas pesquisas. Dois deles são o comparecimento às urnas e o voto dos jovens.
Alguns comícios de Obama nos deram uma idéia do entusiasmo que tem gerado, em especial entre os jovens. Nenhum candidato tinha atraído mais de 50 mil pessoas para um comício desde Ronald Reagan. Obama teve dois com cem mil, em St. Louis e Kansas City, um com 75 mil em Indiana e outro com 60 mil em Portland. Aquele de 200 mil em Berlim não conta.
James Carville, que dirigiu a campanha de Bill Clinton, disse que candidato dependente do voto abaixo dos trinta é um perdedor. Obama ganha entre os jovens, mas as pesquisas não são firmes sobre a previsão do comparecimento dos eleitores abaixo de trinta anos. Em 72, quando abaixaram a idade do voto de 21 para 18 anos, o comparecimento jovem foi recordista --55%--, mas o candidato deles, McGovern, foi massacrado por Nixon. Em 2000, o comparecimento abaixo de 30 foi de 40%.
No campus da Universidade de Ohio, em Columbus, estudantes montaram mesas com material de campanha para preencher títulos de eleitor e recrutar voluntários. A mesa de Obama tem mais movimento e o líder, Quinton James, disse que nunca houve uma mobilização igual no campus. Prevê um comparecimento de mais de 50% dos estudantes nas umas.
A poucos metros de distância, o solitário Matt Caffrey, líder estudantil pró-McCain, acha que o colega esta delirante: "Na última eleição, o comparecimento no campus foi de 17%. Se chegar a 21% este ano, vai ser surpreendente".
A campanha de Obama montou 700 centros de jovens pró-Obama e a turma dele domina a internet. No Facebook, Obama mantém dois milhões de "amigos". McCain tem 500 mil. O Rock the Vote, promovido via MTV, informa que ajudou a registrar dois milhões e 300 mil eleitores.
Entre os vários grupos de mobilização, um dos mais intrigantes é o Jewish Council for Education e Research, pró-Obama. A comediante Sarah Silverman fez um vídeo convocando os jovens judeus a ir à Flórida e convencer os avós a votar em Obama. Em troca, os netos prometem visitar os velhos mais uma vez este ano. Se não...só ano que vem e olhe lá. Que se cuidem e não deixem a saúde piorar...Se deu votos, não se sabe, mas o vídeo é engraçado e dá audiência.
Entre os que vão votar pela primeira vez a preferência é pró-Obama, 56 a 23, e semana passada começou o voto antecipado, hoje adotado em mais de 30 Estados. Foi criado para evitar sufoco e longas filas como em 2000, e este ano, pela previsão, 30% dos eleitores vão votar antes do dia 4.
Na Flórida, em 2004, os republicanos votaram antecipadamente por margem de 3 a 2 entre 620 mil eleitores, mas este ano, no primeiro dia do voto antecipado, os democratas deram de 2 a 1 nos republicanos entre 150 mil eleitores.
Em Ohio, Carolina do Norte, Geórgia e Iowa, os democratas também foram maioria no voto antecipado, que só é contado a partir do dia 4.
Esta última semana, os dois candidatos vão percorrer os Estados cruciais. Obama invade Estados vermelhos que votaram em Bush em 2004, McCain percorre os mesmos Estados e se aventura na Pensilvânia, mas o partido dá sinais de rachaduras provocadas por Sarah Palin.
Os números pró-Obama parecem sólidos e imbatíveis, mas McCain já ressuscitou nas primárias, não entrega os pontos e três pesquisas recentes mostram que ele chegou mais perto de Obama.
Na média, o democrata tem quatro pontos na frente com 5% de indecisos. Não é hora de acreditar em pesquisas.
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Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
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