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11/05/2006
-
09h24
da BBC Brasil, em Bruxelas
O comissário de Comércio da União Européia (UE), Peter Mandelson, disse que o Brasil é visto na Europa como líder incontestável da América Latina.
"O Brasil deve ser visto como uma rocha em democracia e economia dentro da América Latina, com uma influência dominante no continente que não mudará", disse Mandelson em entrevista exclusiva à BBC Brasil.
Com essa afirmação o comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, definiu a recepção que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá ter nesta quinta-feira na Cúpula de Viena por parte da União Européia (UE).
Segundo Mandelson, apesar dos últimos acontecimentos na América do Sul, a imagem de Lula não se enfraqueceu no cenário internacional.
O comissário também não considera que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, esteja ganhando uma influência crescente na região.
"Não vejo a situação dessa forma. O Brasil é e seguirá sendo um líder incontestável. Suas posições sempre têm importância para a comunidade internacional", insistiu.
Lula chega enfraquecido a Viena, dizem analistas
Reunião
Uma prova disso é a reunião bilateral que manterá com o chanceler brasileiro, Celso Amorim, no sábado.
"Seria impensável que estivéssemos em um mesmo lugar e não nos reuníssemos a sós", disse o comissário, para quem Amorim tem um "papel fundamental" nas negociações sobre a Rodada de Doha.
Mandelson evitou perguntas sobre o medo que a política de Chávez provoca na Europa. Outros representantes da UE adotaram a mesma postura.
"Com a proximidade da Cúpula de Viena, a UE não está preocupada em especular sobre possíveis mudanças de cenário. O importante agora é ver como esse encontro pode dar um novo fôlego a nossa parceria estratégica", resumiu à BBC Brasil o presidente do comitê de Relações Exteriores do Parlamento Europeu (PE), Elmar Brok.
Entretanto, uma fonte da comissão de Comércio afirmou que "todos temos medo de que a influência de Chávez se espalhe pela América Latina".
Nacionalismo
Mandelson admite que alguns pontos da política venezuelana podem preocupar os investidores estrangeiros e causar instabilidade na região, mas, por enquanto, o momento é de cautela.
"Depende de como se analisa a política de Chávez. Há investidores que prestam mais atenção nas atitudes populistas e nacionalistas e, conforme esse tipo de medidas vai se sucedendo, tendem a ter mais cautela. A conseqüência afeta a América Latina como um todo, incluindo o Brasil", disse o comissário.
Ao mesmo tempo, Mandelson acredita que o governo de Chávez tenha uma linha neoliberal que é priorizada por outros investidores, opinião compartida pelo vice-presidente da delegação do Parlamento Europeu para a Comunidade Andina, Max van den Berg.
"A UE progressista encara o fator indígena na América Latina como um contra-movimento em direção a um modelo neoliberal", afirmou. "Já é hora de uma nova visão democrática na América do Sul. Europa deve acompanhar essa nova direção e garantir que o desenvolvimento seja democrático".
Para essa Europa, a nacionalização do gás decretada pelo presidente boliviano Evo Morales "deve ser compreendida, contanto que seja feita de forma organizada".
"Afinal, é uma boa idéia usar os recursos naturais alcançar o desenvolvimento social", concluiu van den Berg.
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Liderança do Brasil é incontestável, diz Mandelson
MÁRCIA BIZZOTTOda BBC Brasil, em Bruxelas
O comissário de Comércio da União Européia (UE), Peter Mandelson, disse que o Brasil é visto na Europa como líder incontestável da América Latina.
"O Brasil deve ser visto como uma rocha em democracia e economia dentro da América Latina, com uma influência dominante no continente que não mudará", disse Mandelson em entrevista exclusiva à BBC Brasil.
Com essa afirmação o comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, definiu a recepção que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá ter nesta quinta-feira na Cúpula de Viena por parte da União Européia (UE).
Segundo Mandelson, apesar dos últimos acontecimentos na América do Sul, a imagem de Lula não se enfraqueceu no cenário internacional.
O comissário também não considera que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, esteja ganhando uma influência crescente na região.
"Não vejo a situação dessa forma. O Brasil é e seguirá sendo um líder incontestável. Suas posições sempre têm importância para a comunidade internacional", insistiu.
Lula chega enfraquecido a Viena, dizem analistas
Reunião
Uma prova disso é a reunião bilateral que manterá com o chanceler brasileiro, Celso Amorim, no sábado.
"Seria impensável que estivéssemos em um mesmo lugar e não nos reuníssemos a sós", disse o comissário, para quem Amorim tem um "papel fundamental" nas negociações sobre a Rodada de Doha.
Mandelson evitou perguntas sobre o medo que a política de Chávez provoca na Europa. Outros representantes da UE adotaram a mesma postura.
"Com a proximidade da Cúpula de Viena, a UE não está preocupada em especular sobre possíveis mudanças de cenário. O importante agora é ver como esse encontro pode dar um novo fôlego a nossa parceria estratégica", resumiu à BBC Brasil o presidente do comitê de Relações Exteriores do Parlamento Europeu (PE), Elmar Brok.
Entretanto, uma fonte da comissão de Comércio afirmou que "todos temos medo de que a influência de Chávez se espalhe pela América Latina".
Nacionalismo
Mandelson admite que alguns pontos da política venezuelana podem preocupar os investidores estrangeiros e causar instabilidade na região, mas, por enquanto, o momento é de cautela.
"Depende de como se analisa a política de Chávez. Há investidores que prestam mais atenção nas atitudes populistas e nacionalistas e, conforme esse tipo de medidas vai se sucedendo, tendem a ter mais cautela. A conseqüência afeta a América Latina como um todo, incluindo o Brasil", disse o comissário.
Ao mesmo tempo, Mandelson acredita que o governo de Chávez tenha uma linha neoliberal que é priorizada por outros investidores, opinião compartida pelo vice-presidente da delegação do Parlamento Europeu para a Comunidade Andina, Max van den Berg.
"A UE progressista encara o fator indígena na América Latina como um contra-movimento em direção a um modelo neoliberal", afirmou. "Já é hora de uma nova visão democrática na América do Sul. Europa deve acompanhar essa nova direção e garantir que o desenvolvimento seja democrático".
Para essa Europa, a nacionalização do gás decretada pelo presidente boliviano Evo Morales "deve ser compreendida, contanto que seja feita de forma organizada".
"Afinal, é uma boa idéia usar os recursos naturais alcançar o desenvolvimento social", concluiu van den Berg.
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