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Com operações espetaculares, PF vira celebridade no Brasil, diz "The Economist"
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da Folha Online
Com operações espetaculares e nomes melodramáticos, a maior celebridade no Brasil hoje em dia não é um astro do futebol ou uma estrela de novela, mas a Polícia Federal, segundo reportagem desta quinta-feira da revista britânica "The Economist".
A reportagem dá ênfase à Operação Navalha, que prendeu 48 pessoas acusadas de envolvimento no esquema de fraudes em licitações para a realização de obras, mas lembra operações como a que apanhou juízes que recebem propinas para manter máquinas caça-níqueis funcionando, congressistas que tramavam a compra de ambulâncias superfaturadas e uma loja que contrabandeava artigos de luxo.
A "The Economist" afirma que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva perdeu sua credibilidade para combater a corrupção há dois anos, quando emergiu o caso que envolvia seu partido, o PT, que pagava propinas em troca de votos no Congresso.
No entanto, no governo Lula, a Polícia Federal ficou mais agressiva, para constrangimento do próprio governo. A investigação da PF no caso da Operação Navalha custou ao ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, o seu cargo e, agora, ameaça Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, um importante aliado do presidente Lula. "Tudo isso faz o Brasil parecer muito mais corrupto. Mas pode ser simplesmente que as autoridades estão ficando melhores em detectar a podridão", diz a reportagem.
A "The Economist" ainda lembra que nenhum dos acusados no caso das ambulâncias superfaturadas ou de pagamentos a congressistas foi condenado, mas que os escândalos dispararam uma enxurrada de prisões temporárias --mais de 4.000 nas operações da PF desde 2003. Depois disso, os suspeitos podem contar com um Judiciário sobrecarregado e ineficiente do Brasil para mantê-los fora da cadeia.
A reportagem diz ainda que nem a Polícia Federal saiu incólume de suas próprias investigações, já que representantes da instituição receberam pedido para deixarem temporariamente seus cargos nesta semana após alegações de que teriam interferido em inquéritos anteriores que comprometiam colegas.
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