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Roriz monta estratégia para sensibilizar senadores e escapar de processo
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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
O senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) decidiu nesta quarta-feira uma estratégia de defesa para ganhar tempo, tentar manter seu mandato e evitar uma eventual cassação.
A Folha Online apurou que Roriz foi informado de que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não deve definir hoje sobre a representação contra ele, denunciado pelo PSOL por quebra de decoro parlamentar.
Com isso, o senador tentará conquistar o apoio de senadores para escapar da perda de mandato. Ele decidiu, contrariando sugestão de aliados, participar da reunião da Mesa Diretora que vai discutir a questão. A idéia é provocar a sensibilidade de seus pares durante o encontro para evitar um julgamento mais incisivo.
O ex-governador contratou para sua defesa o advogado Aristides Junqueira, ex-procurador-geral da República, que vai trabalhar em parceria com outro advogado, Everardo Ribeiro. A decisão foi tomada ontem à noite, após reunião entre Roriz e correligionários.
Hoje, pela manhã, Roriz retomou a reunião. Na ocasião, houve sugestões para que ele elaborasse uma carta de renúncia e deixasse pronto o documento. Porém, não houve unanimidade entre os colaboradores de Roriz sobre a proposta.
O ex-governador foi denunciado pelo PSOL depois que vieram à tona gravações de conversas telefônicas entre ele e o ex-presidente do BRB (Banco de Brasília) Tarcísio Franklin de Moura. Nelas, Roriz supostamente acerta com Moura a partilha de R$ 2,2 milhões no escritório do empresário Nenê Constantino, presidente do Conselho de Administração da Gol.
Em discurso emocionado no plenário do Senado, o peemedebista nega as denúncias. De acordo com ele, ficou com apenas R$ 300 mil, do valor total do empréstimo, e teria devolvido o restante ao amigo empresário.
De acordo com o senador, o dinheiro do empréstimo foi utilizado para comprar uma bezerra e ajudar um primo.
As denúncias contra Roriz ganharam um elemento extra a partir da reportagem publicada pela revista "Veja", na qual afirma que Roriz teria utilizado parte dos R$ 2,2 milhões para subornar juízes do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Distrito Federal em processo contra ele nas eleições do ano passado.
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