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01/03/2008 - 08h42

Sem-terra destroem casa de fazendeiro, diz polícia

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JOSÉ EDUARDO RONDON
da Agência Folha

Um grupo de sem-terra invadiu uma propriedade rural do fazendeiro Jorge Gonçalves, em Piranhas (AL), e destruiu a casa em que ele morava com a família, de acordo com informações da Polícia Civil.

O fazendeiro foi preso em flagrante na quarta-feira sob suspeita de tentativa de homicídio, quando nove agricultores, que tentavam invadir outra fazenda de Gonçalves na região, foram baleados. Nenhum morreu.

A invasão à fazenda Picos, anteontem, culminou com a destruição da casa-sede da fazenda, afirma a polícia. Não havia funcionários na propriedade no momento da ação. Após o ataque, o grupo deixou o local.

"Destruíram completamente [a casa]. É terra arrasada. Cama, computador, móveis, tudo quebrado. Soltaram o gado. Foram os sem-terra. Acho que foi uma retaliação ao que houve na outra fazenda", disse o delegado de Piranhas, David Peixoto.

O delegado afirmou que a destruição foi causada por integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que estão na fazenda Lagoa Comprida --que também pertence a Jorge Gonçalves e foi invadida na última quarta-feira, após os agricultores terem sido baleados.

Sobre o conflito de quarta, integrantes do grupo disseram à polícia que foram recebidos à bala pelo fazendeiro e pistoleiros. O advogado de Gonçalves, Lenilson de Santana, negou o ataque e afirmou que seu cliente foi espancado antes dos tiros.

Na versão de Santana, os disparos foram feitos por um funcionário da fazenda e por um colega de Gonçalves, "em legítima defesa".

O advogado afirmou no final da tarde de ontem que conseguiu na Justiça em Piranhas o relaxamento da prisão de Gonçalves. A informação foi confirmada pelo delegado do município. A Secretaria de Estado da Defesa Social informou por volta das 18h que Gonçalves continuava preso em Maceió.

Débora Nunes, da coordenação nacional do MST, disse que desconhecia a informação de que havia ocorrido algum tipo de ação de integrantes do MST na fazenda Picos.

"Não confirmo nem nego, porque não temos comunicação com a área. A única informação que temos de lá é que as famílias continuam acampadas na Lagoa Comprida", disse ela.

Na manhã de ontem policiais civis e militares realizaram buscas em acampamentos do MST e propriedades rurais na região de Piranhas à procura de armamentos. Nada foi encontrado e ninguém foi preso. As buscas ocorreram por determinação da Justiça Estadual.

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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