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Relator vai apresentar parecer e propor que MPs deixem de trancar pauta no Congresso
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da Folha Online
O relator na Comissão Especial das MPs (medidas provisórias) na Câmara, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), vai sugerir nesta terça-feira que não seja fixado um limite para a edição de medidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, ele quer impor uma série de limites para a tramitação das MPs.
O excesso de edição de MPs é uma das críticas mais constantes da oposição, liderada pelo PSDB e DEM. Na primeira gestão do governo Lula, foram editadas 240 MPs, na segunda, até o último dia 1º, foram assinadas 75 medidas. Segundo o relator, o limite ao número não resolveria a polêmica.
"O esforço é para aumentar o rigor na análise da admissibilidade [se o assunto é ou não constitucional] e também evitar que as MPs tranquem a pauta de votações tanto na Câmara como no Senado", afirmou Picciani.
Pelo parecer preliminar, as MPs deixarão de trancar as pautas de votação nas duas Casas, mas terão a mesma vigência atual de 120 dias. No 46º dia, no entanto, a medida será incluída na pauta entre as propostas que têm urgência --as principais em votação.
As controvertidas MPs relativas à liberação de crédito orçamentário também deverão passar por modificações. O relator vai sugerir que seja obedecido a regra de que elas ocorram apenas em casos de guerra, comoção e calamidade pública.
Picciani vai propor ainda que o encaminhamento das MPs comece pela Câmara, como ocorre atualmente. Mas acaba com a criação de comissões especiais específicas para analisar cada uma das medidas.
No entanto, as CCJs (Comissões de Constituição e Justiça) da Câmara e do Senado ficarão responsáveis pela admissibilidade de cada MP --examinando se são ou não constitucionais e se obedecem à necessidade de urgência e relevância.
A Comissão Especial das MPs foi criada pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), na tentativa de buscar uma solução para o assunto.
O presidente da comissão, deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), pretende colocar o relatório de Picciani em votação no dia 3 de abril.
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