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25/11/2008 - 17h25

Gastos da Abin na Operação Satiagraha somaram R$ 800 mil, diz sindicalista à CPI

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente da Asbin (Associação de Servidores da Agência Brasileira de Inteligência), Nery Kluwe, disse nesta terça-feira em depoimento à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara que a agência gastou cerca de R$ 800 mil na Operação Satiagraha, da Polícia Federal. O valor é quase o dobro do gasto pela própria PF, que comandou o inquérito, durante as investigações --no total de R$ 466 mil.

Kluwe sinalizou que os R$ 800 mil foram gastos somente com os agentes da Abin na operação. Ao ser questionado por jornalistas sobre o alto montante, uma vez que oficialmente as autoridades negaram a participação de agentes da Abin na Satiagraha, o presidente da associação desconversou.

"Não sou eu que tenho que esclarecer. Procurem as autoridades competentes", afirmou. O valor de R$ 800 mil, segundo Kluwe, era público entre os integrantes da Abin. "Isso era voz corrente na agência", afirmou.

O valor revelado por Kluwe desconstrói o argumento de Paulo Lacerda, o diretor-afastado da Abin, de que a participação de homens da agência na Satiagraha ocorreu "informalmente". A CPI investiga a participação de homens da Abin na Satiagraha que teria ocorrido ilegalmente, uma vez que a Constituição proíbe à agência ter acesso a quebras de sigilo telefônico e ambiental --como ocorreu na operação.

Kluwe disse à CPI que a cúpula da Abin teve conhecimento da participação de agentes da instituição na Operação Satiagraha, uma vez que pelo menos quatro homens da agência analisaram e-mails sigilosos nas investigações e relataram o seu conteúdo a Paulo Lacerda.

O presidente da associação disse acreditar que a participação de agentes da Abin na Operação Satiagraha começou como "apoio natural", mas posteriormente ganhou força para ações mais efetivas.

"Eu suponho que começou com apoio natural, verificação de determinados dados. A situação foi crescendo e achou-se natural", afirmou.

Kluwe afirmou que nunca viu uma "participação tão ampla" de homens da agência em uma operação da Polícia Federal como o registrado na Satiagraha.

Acusações

O presidente da Asbin foi convocado a depor na CPI depois que o ministro Jorge Félix (Gabinete de Segurança Institucional) teria lhe apontado como responsável por vazar conversa do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, obtida por meio de grampo telefônico.

Kluwe confirmou à CPI que possui divergências "políticas" com Félix, motivo que poderia ter levado o ministro a acusá-lo de ser o vazador das informações à revista "Veja". A crise na Abin ganhou força após a divulgação da gravação da conversa entre Demóstenes e Mendes.

Segundo Kluwe, Félix não teria lhe acusado diretamente de ser o vazador durante palestra a integrantes da Abin, mas fez insinuações que apontam diretamente em sua direção.

"Só faltou dizer o meu nome. A insinuação é mais terrível. Nós divergimos no âmbito das idéias e dos posicionamentos. Já tivemos alguns embates eu vejo com naturalidade em nossa luta política", afirmou.

Comentários dos leitores
Bira Monteiro (23) 29/01/2010 17h31
Bira Monteiro (23) 29/01/2010 17h31
JUSTIÇA BRASILEIRA:
Imagine aquela estatual que representa a justiça como ela realmente deveria sr. A balança que ela segura estaria pendendo para o lado em que a bandeja estaria cheia de ouro e a venda nos olhos é transparente. Esta é a justiça brasileira. Besta de quem acha que dinheiro não compra qualquer coisa.
1 opinião
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Rubens Gigante (1) 29/01/2010 17h25
Rubens Gigante (1) 29/01/2010 17h25
Erro de Protógenes: Mexer com banqueiro. sem opinião
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Ruben Rodrigues (4) 29/01/2010 16h04
Ruben Rodrigues (4) 29/01/2010 16h04
Rui, o Itamar e o Sarney NÃO foram eleitos pelo voto popular........ assumiram o posto por acidente. 1 opinião
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