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22/06/2009 - 08h15

Petrobras tira gerente que gastou R$ 151 milhões

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LEONARDO SOUZA
HUDSON CORRÊA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Demitido por justa causa por suspeitas de desvio de recursos, o ex-gerente da Petrobras Geovane de Morais estourou o orçamento de sua área em 2008, ano de eleições municipais, em quatro vezes. Ele gastou, sem licitação nem autorização formal, R$ 120 milhões a mais do que o previsto.

Conforme a Folha revelou, entre as empresas beneficiadas por Morais estão duas produtoras de vídeo que trabalharam nas campanhas do governador Jaques Wagner (PT-BA) e de duas prefeitas do PT.

As produtoras receberam R$ 4 milhões em 2008, sendo R$ 1,5 milhão para filmar festas de São João e Carnaval na Bahia.

Ligado à ala do PT baiano oriunda do sindicato dos petroleiros e químicos do Estado, Morais tinha um orçamento na comunicação do Abastecimento de R$ 31 milhões para o ano passado. Contudo, fez pagamentos de R$ 151 milhões.

A estatal reconheceu que uma das razões para a demissão, formalizada em abril, foram os gastos muito acima do orçamento. Além disso, a empresa informou que ele desrespeitou outras normas internas, como pagamentos sequenciais a uma mesma empresa, ao invés de celebrar um contrato.

Em outras palavras, no lugar de negociar um pacote com um mesmo fornecedor, o que permite reduzir custos, Morais fazia vários desembolsos picados, elevando os ganhos dos prestadores de serviços. Essa prática é muito usada para driblar licitações e favorecer empresas previamente escolhidas.

As duas produtoras ligadas ao PT, a Movimento Produções e a M&V Produções, estão nessa situação. A Folha obteve os contratos da Gerência de Comunicação do Abastecimento de 2008. Foram mais de 90 pagamentos às duas produtoras, com diferença de dias na maioria dos casos e referentes a serviços diretamente interligados. Há desembolsos distintos, por exemplo, para filmagem e sonorização do mesmo evento.

Os dados demonstram que os valores destinados às duas explodiram depois que Morais assumiu o cargo, no final de 2004. Naquele ano, somente a Movimento foi contratada, por R$ 163 mil. No ano seguinte, as duas embolsaram R$ 291 mil. Em 2006, ano em que Jaques Wagner se elegeu, foi R$ 1,074 milhão, passando para R$ 1,87 milhão em 2007. Em 2008, chegou aos R$ 4 milhões.

Vagner Angelim, dono das produtoras, nega favorecimento. Ele trabalhou na vitoriosa campanha de Wagner ao governo da Bahia, em 2006.

Outra empresa beneficiada por Morais é a Captura Produções. No ano em que foi aberta, 2008, recebeu R$ 1,15 milhão da Petrobras. Entre seus clientes está a Movimento Produções. Investigação da gestão de Morais constatou "indícios de pagamentos sem a devida entrega de serviços contratados".

Outro lado

A Petrobras informou que já esperava um estouro na previsão orçamentária da gerência de Comunicação do Abastecimento em 2008, devido a novos empreendimentos acompanhados pela área, como o Complexo Petroquímico do Rio e a refinaria Abreu e Lima (PE).

Contudo, a estatal admitiu que Geovane de Morais foi demitido por justa causa, entre outros fatores, por ter liberado "pagamentos acima do limite previsto para sua gerência" e por ter extrapolado "a previsão orçamentária de 2008". "Caso a análise em curso identifique irregularidades, a Petrobras adotará as medidas judiciais cabíveis", diz a empresa. Morais não foi localizado.

Segundo a estatal, o caso dele será encaminhado ao Ministério Público e à Controladoria Geral da União.

Vagner Angelim, dono da Movimento Produções e da M&V Produções, voltou a negar que seja ligado ao PT, que tenha sido favorecido pela Petrobras ou que tenha havido desvio de recursos. Sobre o aumento no repasse de recursos, ele diz que sua empresa é solicitada em todo o país pelo trabalho que faz e não por sua ligação política.

Comentários dos leitores
Carlos Franco Franco (682) 18/12/2009 10h06
Carlos Franco Franco (682) 18/12/2009 10h06
Todo fazem de tudo para blindar este governo, eu quero é novidade, um relator deste Romero Juca, era o que se esperava, não houve surpresa algunha. sem opinião
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Antonio Fouto Dias (2900) 17/12/2009 16h31
Antonio Fouto Dias (2900) 17/12/2009 16h31
Mais uma vez o PT e suas conivências com falcatruas e impunidade para falcatrueiros, onde a oposição agiu corretamente ao deixar a comissão e nem analisar esse relatório tendencioso que isenta responsáveis que possam ter cometido irregularidades na Petrobrás, de qualquer punição, é lamentável e ainda existem muitos que concorda com atitudes como essa. sem opinião
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Sebastiao Paula da Silva (19) 17/12/2009 15h05
Sebastiao Paula da Silva (19) 17/12/2009 15h05
Mais uma que termina em pizza,também budera, olha só a turma Ideli,Delcidio Amaral,Paulo Duque Fernando Color e o pior quem foi o relator, o Jucá o maior demagogo de tds politicos , todos comem na mão do Governo,olha só que belos politicos temos, nomeia funcionários fantasma ,atos secretos ,são realmente tranquilo,cumpri com seus deveres conforme O Sr. Jose Sarney disse cumprmos com o nosso dever, a casa encerrou o ano com todas as materias aprovadas e discutidas com o Governo, os projetos que realmente nos interessa nuca são discutido,cade as reformas(Politica,Previdênciaria,Saúde,Segurança,EducaçãoAdministrativa, Trabalhista) são reformas que são prometida em toda campanha.Vamos ver se nesta eleição do ano que vem possamos analizar melhor quem trabalhou para o povo e o Pais. sem opinião
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