Publicidade
Publicidade
18/12/2006
-
16h23
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O cientista político William Carvalho, que nesta segunda-feira se acorrentou em uma pilastra do Senado Federal para protestar contra o reajuste de 91% aos parlamentares, vai ter que responder na Justiça pelos crimes de desacato e perturbação da ordem.
A Polícia Legislativa do Senado vai encaminhar à Justiça Federal denúncia contra o servidor público aposentado. O Ministério Público tem que acatar a denúncia para que o processo seja formalizado contra o aposentado.
Depois de prestar depoimento por cerca de uma hora à Polícia Legislativa do Senado, o funcionário público foi liberado, mas não se mostrou arrependido do protesto.
"Foi um protesto pacífico, uma conclamação aos homens sérios do Congresso Nacional que não podem ficar divorciados da nação. Esse aumento é um absurdo total, estão cuspindo em nossas cabeças. Alguém está louco e eu acho que não sou eu o louco de chamar os deputados à razão antes que comecem a jogar bomba no Congresso", disse.
Carvalho ficou acorrentado por cerca de 30 minutos até ser retirado do local por seguranças do Senado. Ele se recusou a tirar o cadeado das correntes, que tiveram que ser quebradas pelos seguranças com um alicate. Apesar das acusações que terá que responder na Justiça, o ex-servidor público disse que a polícia do Senado cumpriu o seu papel. "A polícia está certa, senão isso aqui vira uma bagunça. Eu fui muito bem tratado, eles estão cumprindo o papel deles."
Durante o depoimento de Carvalho, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) foram à polícia do Senado para intervir em favor do ex-servidor público. Suplicy convidou Carvalho a participar de reunião no Senado com os parlamentares contrários ao reajuste. "Achei um exagero no procedimento [da segurança]. Ontem mesmo, em missas de todo o país, houve protestos nas igrejas", disse o senador.
Mesmo saindo em defesa do aposentado, Jungmann reconheceu que ele violou o espaço do Congresso Nacional. "Que protestem dentro da lei, respeitando o Congresso. O que ele fez foi um ato de protesto pacífico, mas entretanto apresentou a violação do espaço do Congresso e isso nenhum de nós pode fazer", afirmou.
Falhas na segurança
O protesto do aposentado mostrou a fragilidade do sistema de segurança do Senado Federal, que não submete funcionários e visitantes a detectores de metal ou raio-X. Depois do protesto, o diretor da polícia do Senado, Pedro Ricardo de Araújo, reconheceu que há falhas no sistema da Casa Legislativa.
"Quando se tem deficiência de material e pessoal, isso acontece", desabafou. O diretor disse, no entanto, que a polícia do Senado espera a chegada de equipamentos de segurança como pórticos e máquinas de raio-X para ampliar a revista sobre os que circulam no local. "Esse material já está para chegar, mas a licitação é burocrática, demora", disse.
Leia mais
Parlamentares recorrem à Justiça contra reajuste de 91% nos salários
Deputado petista quer levar decisão sobre reajuste salarial ao plenário
Eleitos devem ser diplomados até amanhã
PMDB vai engolir o PT em 2010, diz Quércia
Congresso discute aumentar em R$ 8 salário mínimo
STJ garante a Luiz Estevão liberdade até decisão final sobre processo
Especial
Leia o que já foi publicado sobre reajuste salarial
Acorrentado vai responder por desacato e perturbação da ordem no Congresso
Publicidade
da Folha Online, em Brasília
O cientista político William Carvalho, que nesta segunda-feira se acorrentou em uma pilastra do Senado Federal para protestar contra o reajuste de 91% aos parlamentares, vai ter que responder na Justiça pelos crimes de desacato e perturbação da ordem.
A Polícia Legislativa do Senado vai encaminhar à Justiça Federal denúncia contra o servidor público aposentado. O Ministério Público tem que acatar a denúncia para que o processo seja formalizado contra o aposentado.
Depois de prestar depoimento por cerca de uma hora à Polícia Legislativa do Senado, o funcionário público foi liberado, mas não se mostrou arrependido do protesto.
"Foi um protesto pacífico, uma conclamação aos homens sérios do Congresso Nacional que não podem ficar divorciados da nação. Esse aumento é um absurdo total, estão cuspindo em nossas cabeças. Alguém está louco e eu acho que não sou eu o louco de chamar os deputados à razão antes que comecem a jogar bomba no Congresso", disse.
Carvalho ficou acorrentado por cerca de 30 minutos até ser retirado do local por seguranças do Senado. Ele se recusou a tirar o cadeado das correntes, que tiveram que ser quebradas pelos seguranças com um alicate. Apesar das acusações que terá que responder na Justiça, o ex-servidor público disse que a polícia do Senado cumpriu o seu papel. "A polícia está certa, senão isso aqui vira uma bagunça. Eu fui muito bem tratado, eles estão cumprindo o papel deles."
Durante o depoimento de Carvalho, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) foram à polícia do Senado para intervir em favor do ex-servidor público. Suplicy convidou Carvalho a participar de reunião no Senado com os parlamentares contrários ao reajuste. "Achei um exagero no procedimento [da segurança]. Ontem mesmo, em missas de todo o país, houve protestos nas igrejas", disse o senador.
Mesmo saindo em defesa do aposentado, Jungmann reconheceu que ele violou o espaço do Congresso Nacional. "Que protestem dentro da lei, respeitando o Congresso. O que ele fez foi um ato de protesto pacífico, mas entretanto apresentou a violação do espaço do Congresso e isso nenhum de nós pode fazer", afirmou.
Falhas na segurança
O protesto do aposentado mostrou a fragilidade do sistema de segurança do Senado Federal, que não submete funcionários e visitantes a detectores de metal ou raio-X. Depois do protesto, o diretor da polícia do Senado, Pedro Ricardo de Araújo, reconheceu que há falhas no sistema da Casa Legislativa.
"Quando se tem deficiência de material e pessoal, isso acontece", desabafou. O diretor disse, no entanto, que a polícia do Senado espera a chegada de equipamentos de segurança como pórticos e máquinas de raio-X para ampliar a revista sobre os que circulam no local. "Esse material já está para chegar, mas a licitação é burocrática, demora", disse.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice