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25/04/2007 - 09h01

Ligados a bicheiro tentaram sacar R$ 1,75 mi

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LEONARDO SOUZA
ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo

Duas pessoas ligadas ao bicheiro conhecido como Capitão Guimarães, preso na Operação Hurricane (furacão, em inglês), tentaram sacar R$ 1,75 milhão após a Polícia Federal ter intensificado as investigações sobre o caso.

A informação consta da denúncia proposta na semana passada pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, contra três desembargadores, um procurador da República e o ministro Paulo Medina (Superior Tribunal de Justiça), acusados de agir em benefício de bicheiros e bingueiros em troca de propina, presente e favores.

O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) já havia identificado tentativas de saque de pessoas ligadas à quadrilha no valor de R$ 3,7 milhões, mas sem dar detalhes.

No documento em que ofereceu a denúncia ao STF, ao qual a Folha teve acesso, Antonio Fernando informa que, com base em dados do Coaf, Nagib Teixeira Sauid e João Oliveira de Farias tentaram sacar, respectivamente, R$ 500 mil e R$ 1,25 milhão no Citibank e no Unibanco. Ele não menciona as datas. As tentativas de saque foram após a PF realizar as apreensões de dinheiro em casas e escritórios dos acusados.

Segundo a PF, Nagib é sócio de Júlio Guimarães Sobreira, sobrinho do bicheiro Capitão Guimarães. No caso de Farias, a PF apenas informa que ele é ligado a Guimarães.

Na denúncia, o procurador classificou os acusados em dois grupos, de acordo com o grau de envolvimento com a quadrilha. No primeiro, estão José Eduardo Carreira Alvim, José Ricardo Regueira, Ernesto Dória e João Sérgio Leal Pereira. "Eles agiram cientes dos fins almejados pela quadrilha, atuando efetiva e intensamente em suas áreas para garantir a prática criminosa."

Ele incluiu no segundo grupo somente o ministro Paulo Medina, afirmando que ele "envolveu-se apenas o suficiente e o necessário para atender ao pleito do grupo, recebendo em contrapartida vantagem indevida". "Muito embora não apareça ostensivamente nos atos da organização, sempre agiu interpondo seu irmão Virgílio Medina na negociação de vantagens indevidas", escreveu o procurador-geral.

Virgílio Medina, irmão do ministro do STJ, foi flagrado em diversas conversas com advogados e lobistas negociando, por R$ 1 milhão, sentença que seria proferida por seu irmão beneficiando a máfia do bingo.

A liminar concedida por Paulo Medina ratificou liberação de 900 máquinas caça-níqueis que haviam sido apreendidas pela PF no ano passado.

Segundo o procurador-geral, as interceptações telefônicas comprovam que a cúpula do jogo do bicho se articulou para aprovar um projeto de lei (278/2006) no Congresso que autorizaria os Estados a explorarem o jogo do bicho.

Antonio Fernando cita dois diálogos. No primeiro, Capitão Guimarães pede para um funcionário chamado Dudu pegar os números dos parlamentares.

O procurador ressalta que os diálogos ocorreram antes da aprovação do projeto, que de fato ocorreu no Senado no ano passado, mas não na Câmara.

Arte/Folha
Arte da Operação Hurricane
Arte da Operação Hurricane


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