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06/05/2007
-
09h34
SIMONE IGLESIAS
da Agência Folha, em Porto Alegre
A primeira gestão do PSDB e de uma mulher à frente do governo do Rio Grande do Sul, com Yeda Crusius, 62, vem sendo marcada por uma série de problemas políticos e econômicos que têm desgastado a imagem da economista.
O jeito calmo e pausado de falar de Yeda contrasta com o estilo rígido e conflituoso que ela adotou para colocar em prática seu plano de gestão, que passa pelo controle drástico dos gastos e por mudança de cultura do servidor público.
A maneira de governar da tucana vem provocando permanente fogo cruzado com partidos da base aliada, que se opõem às suas medidas; com os chefes dos outros Poderes, obrigados a diminuir despesas; com parte do funcionalismo, que há dois meses está com o salário atrasado; e com o vice-governador, Paulo Afonso Feijó (DEM, ex-PFL), com quem já trocou farpas publicamente.
Os entraves financeiros do Rio Grande do Sul são o ponto de partida para os conflitos.
Com déficit de R$ 2,2 bilhões em caixa, dívidas de curto prazo com fornecedores de R$ 1,6 bilhão, débito com a União de R$ 33 bilhões e sem recursos para investimentos, Yeda buscou nos números motivo para descumprir compromissos de campanha, gerando a indignação de aliados e ampliando a crise com seu vice.
Antes mesmo de assumir o governo, em dezembro do ano passado, a governadora tentou aprovar projeto que previa o aumento do ICMS. Foi derrotada e passou a conviver com o estigma de quem descumpre a palavra e com menor projeção de dinheiro em caixa.
Diante de uma folha de pessoal de R$ 450 milhões, Yeda contingenciou os salários dos funcionários do Executivo com ganhos acima de R$ 2.500.
Oposição
Yeda decidiu também colocar à venda ações preferenciais --sem direito a voto-- do Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul) para gerar fundo para aposentadorias. A oposição a acusou de querer privatizar o banco. Na campanha, a tucana percorreu o Estado com um casaco do Banrisul, para demonstrar que não iria privatizá-lo.
Ao reduzir o número de cargos de confiança, que baliza o grau de comprometimento dos aliados, e deixar de fora do primeiro escalão o DEM, partido do vice, Yeda tem de conviver com base frágil na Assembléia.
Com a demissão do secretário da Segurança Enio Bacci, a governadora criou discórdia com o PDT, que era da base e decidiu se afastar do governo.
O mais recente problema da governadora foi com o vice Feijó. A convite do PT, ele foi à Assembléia denunciar supostas irregularidades na gestão do Banrisul. Yeda chamou o vice de "irresponsável" e "leviano".
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da Agência Folha, em Porto Alegre
A primeira gestão do PSDB e de uma mulher à frente do governo do Rio Grande do Sul, com Yeda Crusius, 62, vem sendo marcada por uma série de problemas políticos e econômicos que têm desgastado a imagem da economista.
O jeito calmo e pausado de falar de Yeda contrasta com o estilo rígido e conflituoso que ela adotou para colocar em prática seu plano de gestão, que passa pelo controle drástico dos gastos e por mudança de cultura do servidor público.
A maneira de governar da tucana vem provocando permanente fogo cruzado com partidos da base aliada, que se opõem às suas medidas; com os chefes dos outros Poderes, obrigados a diminuir despesas; com parte do funcionalismo, que há dois meses está com o salário atrasado; e com o vice-governador, Paulo Afonso Feijó (DEM, ex-PFL), com quem já trocou farpas publicamente.
Os entraves financeiros do Rio Grande do Sul são o ponto de partida para os conflitos.
Com déficit de R$ 2,2 bilhões em caixa, dívidas de curto prazo com fornecedores de R$ 1,6 bilhão, débito com a União de R$ 33 bilhões e sem recursos para investimentos, Yeda buscou nos números motivo para descumprir compromissos de campanha, gerando a indignação de aliados e ampliando a crise com seu vice.
Antes mesmo de assumir o governo, em dezembro do ano passado, a governadora tentou aprovar projeto que previa o aumento do ICMS. Foi derrotada e passou a conviver com o estigma de quem descumpre a palavra e com menor projeção de dinheiro em caixa.
Diante de uma folha de pessoal de R$ 450 milhões, Yeda contingenciou os salários dos funcionários do Executivo com ganhos acima de R$ 2.500.
Oposição
Yeda decidiu também colocar à venda ações preferenciais --sem direito a voto-- do Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul) para gerar fundo para aposentadorias. A oposição a acusou de querer privatizar o banco. Na campanha, a tucana percorreu o Estado com um casaco do Banrisul, para demonstrar que não iria privatizá-lo.
Ao reduzir o número de cargos de confiança, que baliza o grau de comprometimento dos aliados, e deixar de fora do primeiro escalão o DEM, partido do vice, Yeda tem de conviver com base frágil na Assembléia.
Com a demissão do secretário da Segurança Enio Bacci, a governadora criou discórdia com o PDT, que era da base e decidiu se afastar do governo.
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