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24/08/2001
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06h17
A quebra da patente do princípio ativo nelfinavir pelo governo brasileiro teve ampla repercussão na mídia estrangeira, principalmente nos Estados Unidos.
Muitos jornais, entre eles o "The New York Times", destacaram que é a primeira vez que um país em desenvolvimento decide liberar genéricos sem permissão do detentor da patente.
Ativistas da área de saúde disseram que a decisão, se for colocada em prática, será um exemplo para outros países em desenvolvimento. "Isso pode encorajar outros países a emitir licenças para copiar anti-retrovirais", disse ao "San Francisco Chronicle" Paul Davis, da ACT UP-Philadelphia, ONG que cobra maior acesso à medicina em países pobres.
O "Financial Times", do Reino Unido, também citou essa possibilidade e, na edição on line de hoje, o editorial diz que a decisão brasileira é um mau precedente.
Para o diário, os ataques de governos a direitos de patente de empresas são um retrocesso, pois a descoberta de novos tratamentos, como a vacina para a Aids, depende da pesquisa e de lucros que as leis de patente protegem.
Segundo o "The Wall Street Journal", a Roche terá tempo para negociar com o Ministério da Saúde, já que a distribuição do genérico em escala comercial poderá começar em fevereiro de 2002.
Mas autoridades brasileiras disseram que, ainda que o gasto caia com a produção local, o país terá de importar mais remédios patenteados no futuro, porque o número de pacientes de Aids deverá crescer e alguns terão resistência a drogas existentes.
Já o "USA Today" publicou texto da agência de notícias Reuters que inclui comentário da Roche. A empresa disse que o Brasil deveria informar a decisão ao representante comercial dos EUA. Mas autoridades brasileiras disseram que isso não era necessário em caso de emergência nacional.
Ao "Washington Post", uma autoridade norte-americana que não quis se identificar disse que a medida deve ser estudada antes de comentário oficial, mas concordou que Washington não fez objeções à produção de nelfinavir sob a lei brasileira.
A droga, fabricada pela Roche, é vendida em conjunto com a Pfizer (EUA), que detém a patente.
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Falta teste de equivalência da cópia
Mídia dos EUA dá amplo espaço à decisão do Brasil
da Folha de S. PauloA quebra da patente do princípio ativo nelfinavir pelo governo brasileiro teve ampla repercussão na mídia estrangeira, principalmente nos Estados Unidos.
Muitos jornais, entre eles o "The New York Times", destacaram que é a primeira vez que um país em desenvolvimento decide liberar genéricos sem permissão do detentor da patente.
Ativistas da área de saúde disseram que a decisão, se for colocada em prática, será um exemplo para outros países em desenvolvimento. "Isso pode encorajar outros países a emitir licenças para copiar anti-retrovirais", disse ao "San Francisco Chronicle" Paul Davis, da ACT UP-Philadelphia, ONG que cobra maior acesso à medicina em países pobres.
O "Financial Times", do Reino Unido, também citou essa possibilidade e, na edição on line de hoje, o editorial diz que a decisão brasileira é um mau precedente.
Para o diário, os ataques de governos a direitos de patente de empresas são um retrocesso, pois a descoberta de novos tratamentos, como a vacina para a Aids, depende da pesquisa e de lucros que as leis de patente protegem.
Segundo o "The Wall Street Journal", a Roche terá tempo para negociar com o Ministério da Saúde, já que a distribuição do genérico em escala comercial poderá começar em fevereiro de 2002.
Mas autoridades brasileiras disseram que, ainda que o gasto caia com a produção local, o país terá de importar mais remédios patenteados no futuro, porque o número de pacientes de Aids deverá crescer e alguns terão resistência a drogas existentes.
Já o "USA Today" publicou texto da agência de notícias Reuters que inclui comentário da Roche. A empresa disse que o Brasil deveria informar a decisão ao representante comercial dos EUA. Mas autoridades brasileiras disseram que isso não era necessário em caso de emergência nacional.
Ao "Washington Post", uma autoridade norte-americana que não quis se identificar disse que a medida deve ser estudada antes de comentário oficial, mas concordou que Washington não fez objeções à produção de nelfinavir sob a lei brasileira.
A droga, fabricada pela Roche, é vendida em conjunto com a Pfizer (EUA), que detém a patente.
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