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15/12/2004
-
09h44
CAIO JUNQUEIRA
da Folha Online
Eleito vereador com a campanha mais barata de São Paulo, o cantor Agnaldo Timóteo (PP) apresentou contas à Justiça Eleitoral com três irregularidades.
A primeira delas: a dúvida sobre a existência de uma empresa que fez os banners da campanha e que foram pagos pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) a uma empresa de Poá (Grande SP) pelo serviço. O custo foi de R$ 10 mil.
Os analistas, ao checarem essa informação, tentaram entrar em contato com os proprietários da empresa. Notaram que na nota fiscal não havia telefone e receberam, por meio de uma denúncia, uma foto do seu suposto endereço, onde estava uma casa com a placa "vende-se". Apesar disso, uma busca na Receita Federal apontou que a empresa de fato existe e que está ativa desde agosto de 2003.
Timóteo afirma que a empresa existe e lembra que a própria Receita Federal comprova isso. "Atrás dessa casa está a empresa. A alegação dos proprietários é que a empresa está em Poá porque lá os impostos são menores. A empresa foi responsável pela confecção e pela colocação do meu material de propaganda", disse o vereador eleito.
Segunda irregularidade
Além disso, Timóteo adquiriu duas carretas para a campanha, mas a transação não passou pela conta dos custos da eleição, conforme determina a legislação eleitoral.
"Minhas carretinhas, pelo-amor-de-Deus, foram feitas em agosto! Comprei, emprestei para a minha campanha. Não tem nada a ver", disse.
A legislação determina ainda que tudo que é comprado para a campanha --em bens ou materiais permanentes-- o candidato pode vender e usar o dinheiro na própria campanha. Caso isso não seja feito, os bens devem ser entregues ao partido.
Dinheiro não-declarado
A Justiça Eleitoral recebeu também uma fita VHS com a gravação de uma entrevista no programa do apresentador Clodovil, para o qual Timóteo declarou ter recebido uma doação de R$ 5.000 do apresentador Fausto Silva. A doação não foi declarada na prestação de contas.
Timóteo argumenta que Faustão, na verdade, teria emprestado o dinheiro "para resolver problemas pessoais" e não para a campanha eleitoral. "Depois de eleito vereador, no dia 26 de outubro, eu fui à casa do Faustão para pedir um cascalho para ele para resolver problemas meus particulares", disse à Folha Online.
No programa, Timóteo deu a entender que o apresentador teria contribuído com a campanha. Ele disse a Clodovil: "Nós fizemos uma campanha absolutamente pobríssima. Para você ter uma idéia, pedi dinheiro para o [apresentador] Raul Gil e ele não me arrumou, mas eu pedi para outro comunicador famoso da [Rede] Globo e ele me ajudou".
Então, Clodoviu afirmou: "Mas o Faustão te ajudou". "É sim", respondeu Timóteo. O vereador eleito chegou a levar o extrato da conta que comprova o depósito.
O juiz José Joaquim dos Santos considerou as contas do cantor sem a "idoneidade e confiabilidade" que deve existir nas contas dos candidatos.
A campanha de Timóteo custou R$ 26,7 mil. Para os técnicos, o vereador apresentou as faltas mais graves em suas contas entre os 55 eleitos. "Se cometi algum erro técnico, então vamos corrigir o erro técnico", disse.
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Agnaldo Timóteo teve três irregularidades em contas de campanha
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da Folha Online
Eleito vereador com a campanha mais barata de São Paulo, o cantor Agnaldo Timóteo (PP) apresentou contas à Justiça Eleitoral com três irregularidades.
A primeira delas: a dúvida sobre a existência de uma empresa que fez os banners da campanha e que foram pagos pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) a uma empresa de Poá (Grande SP) pelo serviço. O custo foi de R$ 10 mil.
Divulgação |
Agnaldo Timóteo |
Timóteo afirma que a empresa existe e lembra que a própria Receita Federal comprova isso. "Atrás dessa casa está a empresa. A alegação dos proprietários é que a empresa está em Poá porque lá os impostos são menores. A empresa foi responsável pela confecção e pela colocação do meu material de propaganda", disse o vereador eleito.
Segunda irregularidade
Além disso, Timóteo adquiriu duas carretas para a campanha, mas a transação não passou pela conta dos custos da eleição, conforme determina a legislação eleitoral.
"Minhas carretinhas, pelo-amor-de-Deus, foram feitas em agosto! Comprei, emprestei para a minha campanha. Não tem nada a ver", disse.
A legislação determina ainda que tudo que é comprado para a campanha --em bens ou materiais permanentes-- o candidato pode vender e usar o dinheiro na própria campanha. Caso isso não seja feito, os bens devem ser entregues ao partido.
Dinheiro não-declarado
A Justiça Eleitoral recebeu também uma fita VHS com a gravação de uma entrevista no programa do apresentador Clodovil, para o qual Timóteo declarou ter recebido uma doação de R$ 5.000 do apresentador Fausto Silva. A doação não foi declarada na prestação de contas.
Timóteo argumenta que Faustão, na verdade, teria emprestado o dinheiro "para resolver problemas pessoais" e não para a campanha eleitoral. "Depois de eleito vereador, no dia 26 de outubro, eu fui à casa do Faustão para pedir um cascalho para ele para resolver problemas meus particulares", disse à Folha Online.
No programa, Timóteo deu a entender que o apresentador teria contribuído com a campanha. Ele disse a Clodovil: "Nós fizemos uma campanha absolutamente pobríssima. Para você ter uma idéia, pedi dinheiro para o [apresentador] Raul Gil e ele não me arrumou, mas eu pedi para outro comunicador famoso da [Rede] Globo e ele me ajudou".
Então, Clodoviu afirmou: "Mas o Faustão te ajudou". "É sim", respondeu Timóteo. O vereador eleito chegou a levar o extrato da conta que comprova o depósito.
O juiz José Joaquim dos Santos considerou as contas do cantor sem a "idoneidade e confiabilidade" que deve existir nas contas dos candidatos.
A campanha de Timóteo custou R$ 26,7 mil. Para os técnicos, o vereador apresentou as faltas mais graves em suas contas entre os 55 eleitos. "Se cometi algum erro técnico, então vamos corrigir o erro técnico", disse.
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