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11/04/2006 - 08h18

Suzane Richthofen deve ser transferida para presídio nesta terça

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da Folha Online

Depois de nove meses em liberdade provisória, Suzane von Richthofen, 22, ré confessa do assassinato dos pais, voltou a ser presa na noite de segunda-feira (10). Ela passou a madrugada no prédio do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), na região central de São Paulo, e deve ser transferida ainda nesta terça para um presídio.

Reprodução/TV
Acompanhada de Barni, Suzane se apresenta à polícia
Acompanhada de Barni, Suzane se apresenta à polícia
Suzane se apresentou à polícia, no 89ºDP (Portal do Morumbi), depois de ter a prisão preventiva decretada pelo juiz substituto da 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Paulo, Richard Francisco Chequini. Em sua decisão, ele afirmou que a liberdade de Suzane "coloca em risco a vida de testemunha do feito, no caso seu irmão Andreas von Richthofen".

Ela chegou à delegacia acompanhada do advogado Denivaldo Barni, com quem mora. Suzane vestia uma bermuda jeans e estava coberta por um casaco azul de capuz, para evitar os jornalistas que a aguardavam.

Suzane foi transferida para o DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa) por volta das 21h. O delegado titular do departamento, Marco Antônio Olivato, disse que ela parecia estar sedada e tinha dificuldades para responder as perguntas que lhe eram feitas.

"A única coisa que ela declarou em relação à entrevista [exibida anteontem no programa "Fantástico", da TV Globo] foi que os advogados a orientaram", afirmou.
Tuca Vieira/Folha Imagem
Suzane von Richthofen
Suzane von Richthofen


Em entrevista concedida na delegacia, Barni disse que a justificativa da prisão de Suzane foi um "mal-entendido" e que ele entendia que "estava na hora" de ela pleitear a administração dos bens dos pais. "Hoje ela é uma menina sozinha, julgada pela vida, sem alimentos, sem moradia, sem nada, sem nada."

De acordo com a Polícia Civil e a Secretaria da Administração Penitenciária, por volta das 8h desta terça ainda não havia sido definido para qual unidade Suzane será transferida.

Crime

O julgamento de Suzane e dos outros dois réus confessos no caso, os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, está marcado para o próximo dia 5 de junho. Na época, Suzane era namorada de Daniel.

Suzane estava em liberdade provisória desde junho de 2005, beneficiada por uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Sua prisão foi decretada um dia após a exibição de uma entrevista concedida pela ex-estudante ao programa "Fantástico", da TV Globo.

O promotor Roberto Tardelli já havia voltado a pedir a prisão de Suzane no início deste ano, sob a alegação de que ela estava foragida. O argumento, porém, não foi aceito pela Justiça. Naquela ocasião, os Cravinhos --que também haviam obtido liberdade provisória-- voltaram a ser presos.

Entrevista

A entrevista aconteceu em duas partes: no apartamento de Barni, com quem ela mora, no Morumbi (zona oeste de São Paulo); e na casa de amigos de Suzane, em Itirapina (213 km a noroeste de São Paulo), onde o microfone da emissora captou as orientações do advogado dela, Mário Sérgio de Oliveira, e Barni.

Os dois disseram a Suzane para chorar, interromper a entrevista e a dizer que não agüentava mais falar sobre o assunto. Foi o que aconteceu. "Chora", diz Barni a Suzane, ao que ela responde: "Não vou conseguir". Segundo a Globo, ela interrompeu a entrevista onze vezes para chorar, mas em nenhuma delas havia sinais de lágrimas.

"Ele [Daniel] me manipulava. Me dava muita, muita, muita droga. Dizia que se eu o amasse era para fazer isso ou aquilo", afirmou Suzane na casa de Barni. Momentos depois, a reportagem exibiu as instruções do advogado Oliveira orientando Suzane a culpar Daniel Cravinhos. "Diz que ele obrigava você a fazer."

Ao mostrar fotos de seus pais e de seu irmão, Andreas, Suzane disse sentir saudades de todos. "Eu queria voltar aos 15 anos, quando não conhecia ninguém daquela família". Suzane se referia aos Cravinhos.

Também nesta segunda, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) disse que instaurou uma sindicância para avaliar a atuação dos advogados de Suzane, Oliveira e Barni. Oliveira faz parte do Tribunal de Ética da OAB e deverá ser afastado.

Com Folha de S.Paulo

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