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16/05/2006 - 00h16

Policiais intensificam combate a ataques em SP; mais suspeitos morrem

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da Folha Online

Mais de 500 policiais deixaram a sede do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), em Santana (zona norte de São Paulo), na noite desta segunda-feira, para atuar em bloqueios e vistorias que pretendem prender os responsáveis pela onda de violência que atinge todo o Estado desde sexta-feira (12).

O medo de novos ataques marcou a segunda-feira (15). Devido a incêndios criminosos, o número de ônibus diminuiu drasticamente, principalmente na zona sul. Nove terminais chegaram a ser fechados. Metrôs, lotações e pontos de ônibus ficaram sobrecarregados.

Lojas, empresas e entidades de ensino de toda a cidade decidiram fechar as portas mais cedo. Muitas prometiam permanecer fechadas nesta terça-feira. O congestionamento bateu recorde às 17h30, com 195 km de extensão. A situação se repetiu na Baixada Santista.

Os ataques contra forças de segurança paulistas coordenados pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) já mataram 81 pessoas. Nesta segunda, o número de suspeitos mortos em supostos confrontos disparou e chegou a 38. Morreram ainda 22 policiais militares, seis policiais civis, três guardas municipais, oito agentes penitenciários e quatro civis. O último ataque, às 22h, atingiu um condomínio de policiais na zona norte.

O PCC ainda promoveu, ao lado da série de ataques, uma onda de rebeliões que atingiu mais de 80 penitenciárias, CDPs e cadeias públicas do Estado. Nos motins, 13 presos morreram. O número não foi confirmado pela Secretaria da Administração Penitenciária mas, somado ao número de pessoas mortas nos ataques, eleva para 94 o total de vítimas.

Na noite desta segunda, todas as rebeliões foram consideradas encerradas pelo governo estadual. Mais de 340 pessoas foram mantidas reféns. Motins realizados por presos do Paraná e Mato Grosso do Sul podem ter sido feitos em "solidariedade" às ações do PCC.

Desde a noite de domingo, 51 ônibus foram esvaziados e incendiados por criminosos apenas na capital. No litoral e no interior, foram quase 40. No mesmo período, cerca de 10 agências bancárias foram alvos de disparos ou de artefatos explosivos.

Boatos

O sentimento de insegurança provocou uma onda de boatos na internet. Em entrevista realizada à noite, o comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, pediu tranqüilidade à população, mas admitiu que as forças de segurança do Estado estão "em guerra" contra o crime organizado.

"Vamos ter mais baixas, mas não vamos recuar", afirmou. O coronel ressaltou que a "grande maioria" dos ataques registrados são "contra imóveis, não contra pessoas".

Também em entrevista à imprensa, o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, uniram-se nesta segunda-feira para reforçar à população que as forças de segurança paulistas têm o controle da situação da segurança no Estado.

Os dois concordaram em dizer que "ainda não é o momento" de colocar as tropas do Exército nas ruas de São Paulo.

Retaliação

O movimento é uma retaliação do PCC à decisão do governo estadual de isolar lideranças da facção. Na quinta-feira passada (11), 765 presos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo), em uma tentativa de evitar a articulação de ações criminosas.

No dia seguinte, oito líderes do PCC foram levados para a sede do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), em Santana (zona norte de São Paulo). Entre eles estava o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. No sábado, ele foi levado para a penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), considerada a mais segura do país. Na unidade, ele ficará sob o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), mais rigoroso.

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