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21/01/2007
-
09h21
ROBERTO PELLIM
da Folha de S.Paulo
Em 1968, Kenzo Hori, recém-formado na USP, era o único geólogo do Metrô. Ao aposentar-se, em 1999, deixou a chefia do Departamento de Projeto Civil como o "homem dos túneis".
Um desses túneis, aliás, foi palco do pior acidente do metrô paulista. Hori, que fez os estudos do solo na linha 4, afirma: "Informação geológica tinha, o pessoal é que não leu".
Ele ataca as alegações de que houve surpresa geológica ou de que a chuva levou ao acidente e critica a saída de técnicos experientes. Leia trechos da entrevista por telefone com Hori, 64, paulistano que trocou os túneis do metrô pelo sol de Mata de São João (BA).
Folha - Não havia informações sobre a situação do solo em Pinheiros?
Kenzo Hori - Informação geológica tinha, o pessoal é que não leu. É lamentável que construtores, "especialistas" e até autoridades digam que faltou investigação e que acidentes podem ter sido causados por surpresas geológicas ou pela chuva.
Folha - A equipe do Metrô é boa?
Hori - Nos primeiros anos, foram construídas várias linhas e desenvolvidos vários projetos. Era um período em que havia muita obra. O pessoal saiu, muita gente com experiência, antes de se contratar um pessoal mais novo. Não teve tempo para ensinar ninguém. Do lado dos empreiteiros também, era um pessoal que aprendeu muito. E que também foi saindo.
Folha - A linha 4 já teve quase dez acidentes. Não é muito?
Hori - É muito. É difícil dizer a causa, mas o NATM exige cuidado. Há vários fatores de risco. E, nesse tipo de contrato, não há presença do Metrô.
Folha - O Metrô fica de mãos atadas no "turn key", quando o consórcio atua até na fiscalização?
Hori - Não vou falar que fica de mãos atadas. Ele não está proibido, mas não participa. Como a responsabilidade é da construtora, ela pega o projeto e entrega o que se pediu. A fiscalização só acompanha a execução. O Metrô não participa de nada.
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"Informação tinha, o pessoal é que não leu", diz geólogo sobre cratera
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da Folha de S.Paulo
Em 1968, Kenzo Hori, recém-formado na USP, era o único geólogo do Metrô. Ao aposentar-se, em 1999, deixou a chefia do Departamento de Projeto Civil como o "homem dos túneis".
Um desses túneis, aliás, foi palco do pior acidente do metrô paulista. Hori, que fez os estudos do solo na linha 4, afirma: "Informação geológica tinha, o pessoal é que não leu".
Ele ataca as alegações de que houve surpresa geológica ou de que a chuva levou ao acidente e critica a saída de técnicos experientes. Leia trechos da entrevista por telefone com Hori, 64, paulistano que trocou os túneis do metrô pelo sol de Mata de São João (BA).
Folha - Não havia informações sobre a situação do solo em Pinheiros?
Kenzo Hori - Informação geológica tinha, o pessoal é que não leu. É lamentável que construtores, "especialistas" e até autoridades digam que faltou investigação e que acidentes podem ter sido causados por surpresas geológicas ou pela chuva.
Folha - A equipe do Metrô é boa?
Hori - Nos primeiros anos, foram construídas várias linhas e desenvolvidos vários projetos. Era um período em que havia muita obra. O pessoal saiu, muita gente com experiência, antes de se contratar um pessoal mais novo. Não teve tempo para ensinar ninguém. Do lado dos empreiteiros também, era um pessoal que aprendeu muito. E que também foi saindo.
Folha - A linha 4 já teve quase dez acidentes. Não é muito?
Hori - É muito. É difícil dizer a causa, mas o NATM exige cuidado. Há vários fatores de risco. E, nesse tipo de contrato, não há presença do Metrô.
Folha - O Metrô fica de mãos atadas no "turn key", quando o consórcio atua até na fiscalização?
Hori - Não vou falar que fica de mãos atadas. Ele não está proibido, mas não participa. Como a responsabilidade é da construtora, ela pega o projeto e entrega o que se pediu. A fiscalização só acompanha a execução. O Metrô não participa de nada.
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