À CPI, Mário Sampaio diz que não representa Airbus no Brasil

Integrantes da CPI do Apagão Aéreo na Câmara se irritaram na tarde desta quinta-feira no início do depoimento de Mário Sampaio, apontado pela comissão como representante da Airbus no Brasil. Antes de iniciar seu depoimento, Sampaio disse que não representa a empresa no país, apenas atua como consultor de imprensa da empresa.

Autor do requerimento de convocação do representante da Airbus, o deputado Vic Pires (DEM-PA) disse que Sampaio concedeu entrevistas após o acidente falando em nome da Airbus. Alguns parlamentares chegaram a propor que o depoimento fosse cancelado, uma vez que Sampaio disse não ter condições de prestar esclarecimentos técnicos sobre detalhes do Airbus.

"Eu posso ter frustrado a comissão, mas desde que recebi a convocação telefonei informando que eu não represento a empresa no Brasil", disse.

O presidente em exercício da CPI, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu manter o depoimento para que Sampaio preste esclarecimentos "genéricos" sobre a Airbus.

O consultor chegou a afirmar que a empresa européia não tem representantes no Brasil, assim como não mantém escritório no país. Ao responder a questionamentos do deputado Marco Maia (PT-RS), no entanto, o consultor voltou atrás e disse que a empresa mantém um pequeno escritório em um prédio da TAM em São Paulo.

Maia alertou o consultor de que poderia ser processado criminalmente caso "faltasse com a verdade" no depoimento à comissão. Sampaio disse que falar a verdade "é uma prática em sua vida" e disse não ter muitas explicações sobre o escritório.

Cunha pediu que Sampaio encaminhe documentos que comprovem o seu vínculo salarial com a Airbus. "Caso isso não ocorra, a comissão terá que quebrar seu sigilo bancário", alertou.

Acompanhe as notícias em seu celular: digite wap.folha.com.br