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13/11/2002 - 13h34

Reconstituição feita por Cristian foi esclarecedora, diz perito

MILENA BUOSI
da Folha Online

O perito Agostinho Salgueiro, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), afirmou que não houve contradição na reconstituição do assassinato do casal Marísia e Manfred von Richthofen, feito por Cristian Cravinhos, 26, em relação ao depoimento dado pelo acusado à polícia.

Salgueiro classificou como "esclarecedora" a atuação de Cristian. Ele não quis dar detalhes sobre os trabalhos.

Cristian prestou depoimento para os policiais dentro da casa e, agora, realiza a encenação do crime.

A reconstituição começou por volta das 11h30 e conta também com as presenças dos outros dois acusados: Suzane, 19, filha do casal morto, e Daniel Cravinhos, 21, seu namorado e irmão de Cristian.

Cristian disse que entrou na casa acompanhado de Suzane e Daniel. Os três estavam no carro de Suzane. Cristian afirmou que estava no banco traseiro do veículo, onde também estavam as barras de ferro -usadas para matar o casal.

Segundo a polícia, Cristian disse que subiu com o irmão até o quarto onde o casal dormia, na madrugada de 31 de outubro, e, com barras de ferro, agrediu Marísia. Daniel golpeou Manfred.

Ainda conforme depoimento ao DHPP, no dia 8, Cristian disse que deu ao menos cinco golpes na vítima, que tentou se defender. Depois, ele colocou uma toalha molhada em seu rosto e um saco de lixo em sua cabeça.

Conforme o perito, Cristian "não disse nada" sobre a participação de Suzane no crime.

Andreas, 15, irmão de Suzane, também participa da reconstituição.

O crime
Os corpos de Manfred e Marísia foram descobertos na cama, na madrugada de 31 de outubro. O engenheiro tinha uma toalha branca no rosto e Marísia estava com um saco plástico na cabeça.

Na sexta-feira (8), após depoimentos que se estenderam pela madrugada, a Polícia Civil anunciou ter desvendado o crime.

Segundo o DHPP, Suzane, Daniel e Cristian planejaram e executaram o assassinato. A motivação seria a proibição do namoro de Suzane e Daniel e a consequente herança deixada pelo casal. Suzane afirmou que planejou a morte dos pais 'por amor' ao namorado.

A casa não tinha sinais de arrombamento e o alarme e sistema interno de televisão estavam desligados, o que levou a polícia a investigar a hipótese de o crime ter sido cometido por pessoas próximas às vítimas. A biblioteca estava revirada.

Um revólver calibre 38, do engenheiro, foi encontrado ao lado da cama. Conforme a polícia, a arma não foi usada.

Suzane disse à polícia, no dia do crime, que havia saído com o namorado e com o irmão na noite de 30 de outubro. Deixaram Andreas em um cibercafé e foram a um motel. Na volta, disse que encontrou as portas abertas e as luzes acesas.

Na ocasião, informou aos policiais do 27º Distrito Policial o desaparecimento de R$ 8.000 e US$ 5.000.
Durante novos depoimentos feitos ao DHPP, os policiais perceberam contradições entre as falas de Suzane, do irmão e do namorado.

Jóias foram encontradas no sítio da namorada de Cristian, C., 16, em Mairinque (66 km a oeste de São Paulo). Ela é uma das testemunhas da polícia.

Seu pai disse ontem, após depoimento da adolescente no DHPP, que Cristian chegou a ameaçar a filha de morte caso ela contasse para alguém sobre o assassinato. Disse também que Cristian passou com sua família o primeiro final de semana depois do crime, quando, provavelmente, escondeu as jóias na casa.


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