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13/11/2002 - 18h18

Suzane não participa de agressão aos pais durante reconstituição

MILENA BUOSI
da Folha Online

A universitária Suzane, 19, não participou da agressão aos pais -Marísia e Manfred von Richthofen- durante reconstituição do assassinato realizada hoje na casa da família, no Brooklin, zona sul de São Paulo.

A encenação feita por Suzane não entra em contradição com seu depoimento prestado no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) na última sexta-feira, quando foi presa.

Durante a reconstituição, Suzane afirmou aos policiais que, enquanto os irmãos Cravinhos espancavam o casal, ela permaneceu na parte inferior da mansão e ficou caminhando entre a sala, a biblioteca e o jardim. "Ela não se isenta do crime. Ela só não esteve presente no momento do espancamento", disse o investigador-chefe da 1ª Delegacia do DHPP, Carlos Eduardo Vasquez.

O namorado de Suzane, Daniel Cravinhos, 21, será o próximo a fazer a reconstituição. O irmão de Daniel, Cristian, 26, também acusado de envolvimento no crime, iniciou os trabalhos.

Segundo a polícia, caso Daniel confirme a versão dada por Suzane e por Cristian _que a estudante não ajudou a agredir os pais_ "a hipótese da presença dela no quarto é descartada".

Suzane, na recontituição, não participou de uma "limpeza" no quarto onde o casal foi assassinato logo após o crime. Segundo o investigador, ela limpou o quarto somente no dia seguinte ao assassinato, depois do enterro dos pais, com ajuda de uma empregada.

Suzane ajudou também a simular a desordem na bibloteca, feita em uma tentativa de confundir a polícia, que poderia acreditar em assalto. Ela afrimou que pegou uma mala na biblioteca, onde estava o dinheiro roubado.

A mala foi levada até o carro, onde Cristian fez uma divisão de valores entre os três.

Suzane já havia assumido em depoimento ter pego luvas cirúrgicas e sacos de lixo -que foram colocados na cabeça de Marísia. Os sacos foram deixados na escada, próxima ao quarto onde os pais dormiam, para que os irmãos pegassem o material após matar o casal.

O crime
Os corpos de Manfred e Marísia foram encontrados mortos na cama, na madrugada de 31 de outubro. O engenheiro tinha uma toalha branca no rosto e Marísia estava com um saco plástico na cabeça.

Na sexta-feira (8), após depoimentos que se estenderam pela madrugada, a Polícia Civil anunciou ter desvendado o crime.

Segundo o DHPP, Suzane, Daniel e Cristian planejaram e executaram o assassinato. A motivação seria a proibição do namoro de Suzane e Daniel e a consequente herança deixada pelo casal. Suzane afirmou que planejou a morte dos pais 'por amor' ao namorado.

A casa não tinha sinais de arrombamento e o alarme e sistema interno de televisão estavam desligados, o que levou a polícia a investigar a hipótese de o crime ter sido cometido por pessoas próximas às vítimas. A biblioteca estava revirada.

Um revólver calibre 38, do engenheiro, foi encontrado ao lado da cama. Conforme a polícia, a arma não foi usada.

Suzane disse à polícia, no dia do crime, que havia saído com o namorado e com o irmão na noite de 30 de outubro. Deixaram Andreas em um cibercafé e foram a um motel. Na volta, disse que encontrou as portas abertas e as luzes acesas.

Na ocasião, informou aos policiais do 27º Distrito Policial o desaparecimento de R$ 8.000 e US$ 5.000.
Durante novos depoimentos feitos ao DHPP, os policiais perceberam contradições entre as falas de Suzane, do irmão e do namorado.

Jóias foram encontradas no sítio da namorada de Cristian, C., 16, em Mairinque (66 km a oeste de São Paulo). Ela é uma das testemunhas da polícia.

Seu pai disse ontem, após depoimento da adolescente no DHPP, que Cristian chegou a ameaçar a filha de morte caso ela contasse para alguém sobre o assassinato. Disse também que Cristian passou com sua família o primeiro final de semana depois do crime, quando, provavelmente, escondeu as jóias na casa.


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