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13/11/2002 - 23h59

Daniel fabricou barra usada para matar casal von Richthofen

LETÍCIA JARDIM GUEDES
da Folha Online

Um dos acusados de matar Manfred e Marísia von Richthofen, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, 21, disse nesta quarta-feira na reconstituição do assassinato do casal que ele mesmo fabricou as duas barras de ferro e madeira usadas para golpear e matar os dois.

Daniel, namorado da filha do casal, Suzane, 19, e seu irmão Cristian, 26, são acusados de assassinar o casal enquanto dormiam em sua casa no Brooklin, no último dia 31. Os irmãos confessaram usar duas barras de ferro, de 60 cm cada, para golpeá-los na cabeça.

De acordo com a perita criminal responsável pela reconstituição, Rejane Marisa Pacheco, Daniel desenhou a arma usada no crime. "Ele disse ter usado duas pernas de uma mesa de sua casa, feitas de ferro, mas como machucava a mão, forrou a empunhadura com madeira".

Suzane e Daniel teriam planejado o crime havia dois meses.

Reconstituição

Cada um deles relatou como foi o crime. Cristian foi o primeiro, e levou quatro horas relembrando os detalhes. Suzane, fez a reconstituição logo em seguida, em duas horas, e Daniel, em quatro horas. Os irmãos se encontraram no local, mas Suzane não viu ninguém.

Segundo os depoimentos, Suzane dirigia o carro com Daniel e Cristian, o último no banco de trás do carro. Ao saírem do veículo pegaram duas barras de ferro, feitos por Daniel, no porta-malas. Eles já estavam com as meias-calças, usadas para não deixar pêlos.

Suzane entrou na casa e acendeu a luz do corredor, para que os irmãos pudessem achar o quarto do casal von Richthofen, que fica no segundo andar. Eles os golpearem e Cristian sufocou Marísia com um saco plástico, deixado na escada por Suzane. Enquanto isso, Suzane permaneceu no primeiro andar da casa e remexeu nos pertences da família para simular um assalto.

Após a morte dos pais, Suzane teria chorado e Daniel a consolado, dizendo "tudo está terminado". Eles se sentaram abraçados em um sofá, no primeiro andar. Daniel e Cristian roubaram as jóias e o dinheiro do local onde Suzane havia dito antes do crime. O revólver de Manfred chegou a ser carregado por Daniel, mas foi deixado no local. Depois de meia hora, deixaram a casa levando as armas.

O crime
Os corpos de Manfred e Marísia foram descobertos na cama, na madrugada de 31 de outubro. O engenheiro tinha uma toalha branca no rosto e Marísia estava com um saco plástico na cabeça.

Na sexta-feira (8), após depoimentos que se estenderam pela madrugada, a Polícia Civil anunciou ter desvendado o crime.

Segundo o DHPP, Suzane, Daniel e Cristian planejaram e executaram o assassinato. A motivação seria a proibição do namoro de Suzane e Daniel e a consequente herança deixada pelo casal. Suzane afirmou que planejou a morte dos pais 'por amor' ao namorado.

A casa não tinha sinais de arrombamento e o alarme e sistema interno de televisão estavam desligados, o que levou a polícia a investigar a hipótese de o crime ter sido cometido por pessoas próximas às vítimas. A biblioteca estava revirada.

Um revólver calibre 38, do engenheiro, foi encontrado ao lado da cama. Conforme a polícia, a arma não foi usada.

Suzane disse à polícia, no dia do crime, que havia saído com o namorado e com o irmão na noite de 30 de outubro. Deixaram Andreas em um cibercafé e foram a um motel. Na volta, disse que encontrou as portas abertas e as luzes acesas.

Na ocasião, informou aos policiais do 27º Distrito Policial o desaparecimento de R$ 8.000 e US$ 5.000.
Durante novos depoimentos feitos ao DHPP, os policiais perceberam contradições entre as falas de Suzane, do irmão e do namorado.

Jóias foram encontradas no sítio da namorada de Cristian, C., 16, em Mairinque (66 km a oeste de São Paulo). Ela é uma das testemunhas da polícia.


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