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18/11/2002 - 19h38

Parentes de pai adotivo de Pedrinho devem depor contra Vilma

FABIANO MAISONNAVE
da Agência Folha, em Goiânia

Os depoimentos de parentes de Osvaldo Borges, pai adotivo de Pedrinho morto no mês passado, previstos para amanhã em Goiânia, devem reforçar ainda mais as evidências da polícia contra a mãe adotiva, Vilma Martins Costa, 47, que também deve depor.

Na semana passada, o delegado Hertz Andrade, responsável pelo inquérito, disse já não ter dúvidas de que Vilma levou Pedrinho de um hospital em Brasília, em 21 de janeiro de 86.

Osvaldo teve quatro filhos de seu primeiro casamento, com Cleonisia Amélia de Oliveira. Em entrevistas na semana passada, ela e um de seus filhos, Jorge Borges, sustentaram que Osvaldo morreu sem saber que Pedrinho, registrado como Osvaldo Borges Jr., não era seu filho legítimo.

A família acredita que Vilma pode ter forjado uma gravidez para convencer Osvaldo a ficar com ela. Na época, ele estava se separando de Cleonisia. Vilma teria tomado remédios para engordar e, depois de uma viagem, teria aparecido com o bebê.

"A gente sempre suspeitava que o menino não era filho do Osvaldo, ele não se parece com a nossa família", disse à Agência Folha Luzia Borges, irmã do pai adotivo. Ela afirma que teve pouco contato com Pedrinho. "Não frequentávamos a casa dela".

Até agora, Vilma não comentou a versão da família Borges. Para seu advogado, Ezízio Barbosa, 44, a família "está tentando proteger a memória de Osvaldo, o que é natural". Em seu depoimento, ela deve manter a versão de que Pedrinho foi entregue a Osvaldo por uma gari.

O delegado Andrade confirmou também que a jovem que denunciou a verdadeira identidade de Pedrinho ao SOS Criança de Brasília também deverá ser ouvida esta semana em Goiânia.

A denúncia foi feita no dia 22 de outubro, três dias após a morte de Osvaldo Borges. Ele tinha 67 anos e estava com câncer. Segundo o SOS Criança, ela viu semelhanças entre Pedrinho e a foto do pai biológico, Jayro Tapajós Braule Pinto, disponível no site www.missingkids.com.br (crianças desaparecidas).

Emancipação

Para o especialista em direito da família e sucessão, Luiz Kignel, 38, o destino de Pedrinho não será definido pela Justiça.

"Qualquer decisão judicial será lenta, já que em breve ele terá maioridade. O que existe agora extrapola as teorias do direito: como será a convivência entre Pedrinho e seus pais biológicos?"

O advogado lembra que, de acordo com o novo Código Civil, que entra em vigor no dia 11 de janeiro de 2003, a emancipação passa de 21 para a 18 anos.

"O caso Pedrinho é menos para advogados e mais para psicólogos", afirma Kignel. Segundo ele não há jurisprudência do caso no país. "O que mais se aproxima de Pedrinho são trocas de bebê em maternidade", afirma.



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