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18/11/2002 - 20h36

Pais reconhecem mãe adotiva de Pedrinho como a sequestradora

FLÁVIA SANCHES
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Os país biológicos de Osvaldo Borges Jr., conhecido como Pedrinho, bebê sequestrado de uma maternidade em Brasília em 1986, assumiram hoje, pela primeira vez, que reconhecem Vilma Martins Costa, a mãe adotiva, como a pessoa que retirou o garoto do hospital com apenas horas de vida.

A mãe biológica do rapaz, Maria Auxiliadora, também chamada de Lia, prestou depoimento de duas horas e quarenta minutos ontem ao delegado Luis Julião Ribeiro, chefe do Departamento de Homicídios da Polícia Civil em Brasília.

Segundo o delegado, Maria Auxiliadora afirmou ter reconhecido Vilma "sem sombra de dúvidas" desde a primeira vez que a viu pela televisão ao lado do filho. Para o delegado, ela disse que sentiu arrepios e mal estar ao vê-la pela TV e ao reencontrá-la no domingo, dia 10 de novembro, quando foi encontrar com o filho.

"É a mesma pessoa, não tenho dúvidas", disse Maria ao delegado. Após o depoimento, ela e o marido, Jayro Tapajós Braule Pinto, deram entrevista. "Não tenho a menor dúvida [de que foi Vilma]. Tenho absoluta certeza", afirmou Maria Auxiliadora.

No depoimento, a mãe biológica disse que a reconheceu Vilma pelo olhar, pelo jeito de se expressar e principalmente pela voz. De acordo com o delegado, a mãe biológica contou que Vilma entrou no quarto seis vezes e conversou com Maria Auxiliadora e com a avó de Pedrinho que estava no mesmo local.

Maria Auxiliadora afirmou que só fez a revelação agora porque não queria atrapalhar a reaproximação com o filho. "Eu fingi que estava tudo bem." Mas disse que decidiu falar porque não poderia mais viver com essa farsa mesmo correndo o risco de o menino não ficar ao seu lado. "Daria a minha vida para não dar a ele essa dor, mas a verdade é que conduz a um futuro melhor", disse.

Ela afirmou que sentiu como uma ameaça velada o fato de Vilma ter perguntado a ela, no dia do almoço, se ela (Maria Auxiliadora) saberia que não era Vilma a mulher que sequestrou seu filho.

O pai biológico de Pedrinho, Jayro Tapajós Braule Pinto, disse que "só há uma chance de paz entre as famílias que é o convívio". Mas, se Vilma voltar atrás e não permitir o convívio de Pedrinho com os pais biológicos, mesmo morando com ela em Goiânia, Jayro ameaça pedir a guarda de seu filho na Justiça.

A Polícia Civil ouvirá hoje, em Goiânia, Vilma e a mulher que alugou em 1986 a casa onde moraram ela e Osvaldo, pai adotivo de Pedrinho e que morreu no mês passado.

Segundo delegado Julião, a não ser que Vilma apresente fatos novos e relevantes a Polícia Civil acredita que a mãe adotiva foi a mulher que sequestrou Pedrinho. Devido aos depoimentos dos irmãos de Vilma, um que a levou para Brasília e a outra que afirma que o irmão viu Vilma com um bebê.



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