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19/11/2002
-
18h58
da Agência Folha, em Goiânia
O advogado Ezízio Barbosa usou hoje trechos do livro "Devolva meu filho!", escrito pela mãe biológica de Pedrinho, Maria Auxiliadora Braule Pinto, para fazer a defesa de sua cliente, Vilma Martins Costa, principal suspeita do sequestro do rapaz, ocorrido 12 horas após seu nascimento num hospital em Brasília, há 16 anos.
Intimada a depor em Goiânia, Vilma disse à polícia, nesta terça-feira, que só falará em juízo.
Maria Auxiliadora relata no livro, escrito em 88, que havia identificado a sequestradora por meio de uma foto mostrada pela polícia dias após o sequestro. A foto seria de Ângela Maria do Carmo, assessora do então senador Alexandre Costa (PFL-MA).
Diz o trecho lido por Barbosa: "Quase à meia-noite do dia 24 de janeiro, dois agentes da Polícia Civil vieram à nossa casa com duas fotos (...). Ao vê-las, afirmei categoricamente tratar-se da raptora! Depois fiquei sabendo, através da imprensa, todas as testemunhas envolvidas fizeram a mesma afirmação, exceto uma."
No livro, Maria Auxiliador insinua que a assessora não foi investigada por influência política e que não havia sido possível fazer seu reconhecimento. A assessora, à época, negou qualquer participação no caso.
Ontem, Maria Auxiliadora disse que havia reconhecido Vilma como a sequestradora de Pedrinho "com absoluta certeza, sem qualquer dúvida", desde que a viu pela primeira vez, em uma reportagem da "Rede Globo".
Para o advogado, o trecho anula outros depoimentos que apontam para Vilma. "Ao afirmar hoje que é a dona Vilma, isso sintetiza todos os depoimentos, porque na verdade as pessoas que foram ouvidas fazem afirmações que não correspondem à realidade, muitas vezes por desavenças familiares. Vilma é inocente".
Um irmão de Vilma disse que a levou de carro a Brasília na época em que Pedrinho foi sequestrado.
A cópia do livro a que o advogado teve acesso foi um presente de Maria Auxiliadora a Pedrinho no primeiro reencontro dos dois.
Depoimentos
Dois delegados da Polícia Civil de Brasília que investigam o sequestro de Pedrinho chegaram hoje a Goiânia para prestar os últimos depoimentos do inquérito, que deve ficar pronto ainda esta semana. Diferente dos outros dias de investigação, os delegados não falaram com a imprensa.
Foram ouvidos nesta terça-feira a ex-mulher do pai adotivo de Pedrinho, Osvaldo Borges, Cleonisia Amélia de Oliveira, e o filho do casal Jorge Borges. Os dois sustentam que Osvaldo, morto no mês passado, não sabia que Pedrinho, registrado como Osvaldo Borges Jr., não era seu filho.
Os dois também preferiram sair em silêncio do depoimento, que durou cerca de três horas. Em rápida conversa com a reportagem no corredor da delegacia, Cleonisia disse: "Foi ela".
Leia mais:
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Presidente do STF critica exposição do caso Pedrinho
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Advogado usa livro contra mãe biológica de Pedrinho
FABIANO MAISONNAVEda Agência Folha, em Goiânia
O advogado Ezízio Barbosa usou hoje trechos do livro "Devolva meu filho!", escrito pela mãe biológica de Pedrinho, Maria Auxiliadora Braule Pinto, para fazer a defesa de sua cliente, Vilma Martins Costa, principal suspeita do sequestro do rapaz, ocorrido 12 horas após seu nascimento num hospital em Brasília, há 16 anos.
Intimada a depor em Goiânia, Vilma disse à polícia, nesta terça-feira, que só falará em juízo.
Maria Auxiliadora relata no livro, escrito em 88, que havia identificado a sequestradora por meio de uma foto mostrada pela polícia dias após o sequestro. A foto seria de Ângela Maria do Carmo, assessora do então senador Alexandre Costa (PFL-MA).
Diz o trecho lido por Barbosa: "Quase à meia-noite do dia 24 de janeiro, dois agentes da Polícia Civil vieram à nossa casa com duas fotos (...). Ao vê-las, afirmei categoricamente tratar-se da raptora! Depois fiquei sabendo, através da imprensa, todas as testemunhas envolvidas fizeram a mesma afirmação, exceto uma."
No livro, Maria Auxiliador insinua que a assessora não foi investigada por influência política e que não havia sido possível fazer seu reconhecimento. A assessora, à época, negou qualquer participação no caso.
Ontem, Maria Auxiliadora disse que havia reconhecido Vilma como a sequestradora de Pedrinho "com absoluta certeza, sem qualquer dúvida", desde que a viu pela primeira vez, em uma reportagem da "Rede Globo".
Para o advogado, o trecho anula outros depoimentos que apontam para Vilma. "Ao afirmar hoje que é a dona Vilma, isso sintetiza todos os depoimentos, porque na verdade as pessoas que foram ouvidas fazem afirmações que não correspondem à realidade, muitas vezes por desavenças familiares. Vilma é inocente".
Um irmão de Vilma disse que a levou de carro a Brasília na época em que Pedrinho foi sequestrado.
A cópia do livro a que o advogado teve acesso foi um presente de Maria Auxiliadora a Pedrinho no primeiro reencontro dos dois.
Depoimentos
Dois delegados da Polícia Civil de Brasília que investigam o sequestro de Pedrinho chegaram hoje a Goiânia para prestar os últimos depoimentos do inquérito, que deve ficar pronto ainda esta semana. Diferente dos outros dias de investigação, os delegados não falaram com a imprensa.
Foram ouvidos nesta terça-feira a ex-mulher do pai adotivo de Pedrinho, Osvaldo Borges, Cleonisia Amélia de Oliveira, e o filho do casal Jorge Borges. Os dois sustentam que Osvaldo, morto no mês passado, não sabia que Pedrinho, registrado como Osvaldo Borges Jr., não era seu filho.
Os dois também preferiram sair em silêncio do depoimento, que durou cerca de três horas. Em rápida conversa com a reportagem no corredor da delegacia, Cleonisia disse: "Foi ela".
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