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03/12/2002 - 16h35

Namorado de Suzane tenta "isentar" irmão de assassinato dos Richthofen

LÍVIA MARRA
da Folha Online

Daniel Cravinhos, 21, um dos acusados pelo assassinato do casal Manfred e Marísia von Richthofen, tentou hoje, durante interrogatório no 1º Tribunal do Júri de São Paulo, "isentar" o irmão, Cristian, 26. Além dos dois, Suzane, 19, filha das vítimas, também está presa, acusada pelo crime, ocorrido em 31 de outubro no Brooklin, zona sul.

Daniel negou que Cristian seria "pago" pela participação no assassinato. Disse ainda que não havia sido planejada a divisão -entre ele, o irmão e Suzane- do dinheiro levado da casa.

O acusado afirmou ao juiz Alberto Anderson Filho que o dinheiro e as jóias foram deixadas com Cristian porque, após o crime, ele e Suzane foram para um motel, e o irmão, para casa.

Daniel disse ainda que Cristian não queria participar do crime e só aceitou porque eles eram muito ligados. Cristian disse, segundo o irmão, que aceitaria participar do plano, mas que tinha a certeza de que seriam pegos pela polícia.

Durante o interrogatório, Daniel disse ainda que, pelo fato de Suzane conviver com pessoas de nível social inferior, que tinham uma 'liberdade" maior para sair e namorar, ela acabou "criando birra" com os pais por causa da rigidez com que era tratada em casa.

Daniel confirmou a versão de Suzane de que, inicialmente, os pais da estudante aceitavam o namoro. Neste ano, Marísia descobriu que a filha mentiu ao dizer que dormiria na casa de uma amiga para ir ao motel com o namorado. Os pais passaram, então, a proibir o relacionamento.

O acusado falou também que os pais da namorada agrediam verbalmente sua família e diziam que ele não trabalhava e não estudava. O rapaz afirmou à Justiça que isso 'era mentira'.

De acordo com Daniel, Suzane disse, certa vez, após uma discussão, que queria matar os pais. Ele, então, teria dito que 'era loucura'. No entanto, com o tempo, Daniel afirmou que 'a idéia foi entrando na cabeça" dos dois.

Suzane, porém, disse durante interrogatório -anterior ao de Daniel-, que a idéia do crime partiu do namorado.

O rapaz afirmou também que não fabricou as armas usadas no crime, como havia afirmado a polícia. Daniel disse que apenas 'separou' duas barras de ferro usadas em uma prateleira de um móvel.

Ele disse que, na casa dos Richthofen, no dia do crime, não entrou rapidamente no quarto onde o casal dormia porque Manfred mudou de posição na cama, parecendo que iria acordar.

Segundo Daniel, seu irmão, ao subir as escadas de acesso ao quarto, batia o pé com força nos degraus, na tentativa de acordar o casal. Suzane teria pedido que eles não fizessem barulho.

Em relação à toalha deixada sobre o rosto de Manfred, Daniel, que foi o responsável por agredi-lo, disse que ela não foi colocada com a intenção de causar a morte da vítima, mas como forma de reduzir o barulho que as vítimas, agonizando, faziam.

Disse que, depois de golpear Manfred, percebeu o que tinha ocorrido e tentou mexer no corpo, na tentativa de que a vítima reagisse.


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