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24/03/2003
-
23h21
da Folha Online
O governo do Estado do Espírito Santo oferece R$ 10 mil por informações passadas ao Disque-Denúncia e que levem aos assassinos do juiz da Vara de Execuções Penais Alexandre Martins de Castro Filho, 32. O crime ocorreu na manhã desta segunda-feira, na porta de uma academia do bairro Itapuã, em Vila Velha. O juiz, que integrava um grupo de combate ao crime organizado no Estado, foi baleado por ocupantes de uma moto.
De acordo com o secretário da Segurança Pública, Rodney Rocha Miranda, foram apreendidas uma moto que pode ter sido utilizada pelos criminosos e duas pistolas: uma 765 _mesmo calibre usado para matar o juiz_ e outra calibre 0.40 _que pode ser a arma roubada de Castro Filho após o crime.
Dez pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato foram detidas em diferentes situações e locais. No entanto, as suspeitas mais fortes recaem sobre quatro pessoas.
"Não descartamos nada. Acreditamos ter até amanhã [terça-feira] pelo menos a indicação dos mandantes [do crime]", afirmou o secretário.
De acordo com Miranda, entre os suspeitos estão três policiais militares.
A recompensa para quem passar informações concretas que levem aos criminosos vale para ligações feitas ao Disque-Denúncia, uma parceria da secretaria da Segurança com a ONG Espírito Santo Unido Contra o Crime. O telefone é o 0/xx/27/ 3222-8144.
"Passamos o dia inteiro juntos ontem [domingo]. Fomos a um churrasco", disse o secretário da Segurança.
Amigo do juiz assassinado, Miranda afirma que acompanha de perto as investigações.
Castro Filho andava escoltado. Resolveu, porém, ir à academia sem o segurança na manhã desta segunda-feira.
De acordo com o governo do Estado, o juiz chegou a dispensar a escolta em janeiro, mas voltou a ser escoltado há dez dias, quando o juiz-corregedor Antonio José Machado Dias foi assassinado a tiros pouco depois de deixar o fórum de Presidente Prudente (a 565 km a oeste de São Paulo).
Castro Filho havia recebido ameaças de morte no ano passado. Outros dois juízes de Vitória, Carlos Eduardo Ribeiro Lemos e Rubens José da Cruz também foram ameaçados.
Os nomes contam do relatório "Crise de Direitos Humanos no Espírito Santo". O documento, elaborado pela ONG Centro de Justiça Global, foi divulgado em julho do ano passado e enviado às comissões de direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) e da OEA (Organização dos Estados Americanos).
Para o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PSB), o assassinato foi uma tentativa de intimidação.
"Isso é uma tentativa de intimidar, primeiro o Poder Judiciário, depois os demais poderes e também à própria sociedade capixaba, num trabalho que todos estamos fazendo para limpar o nosso estado da corrupção e das ações criminosas. Mas, essa tentativa de intimidação, tirando a vida de um jovem, não dará certo. O Poder Público não permitirá que o Estado evolua no rumo que andou nos últimos anos", disse.
Enterro
O corpo do juiz é velado no prédio do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. A previsão é de que o corpo seja levado por volta das 7h desta terça-feira para o Rio, onde mora a família de Castro Filho.
O enterro está marcado para as 15h no cemitério de Inhaúma.
Castro Filho trabalhava em parceria com a equipe de interventores no Espírito Santo que investiga o crime organizado no Estado.
Ele era conhecido entre os colegas pelo rigor e seriedade que impunha às investigações contra suspeitos de envolvimento no crime organizado.
Leia mais
Entenda a crise no Espírito Santo
Juiz assassinado havia recebido ameaças
Para governador, morte é tentativa de intimidação
Juiz era conhecido pelo rigor
Governo havia determinado escolta
ES oferece recompensa por informações sobre assassinos de juiz
LÍVIA MARRAda Folha Online
O governo do Estado do Espírito Santo oferece R$ 10 mil por informações passadas ao Disque-Denúncia e que levem aos assassinos do juiz da Vara de Execuções Penais Alexandre Martins de Castro Filho, 32. O crime ocorreu na manhã desta segunda-feira, na porta de uma academia do bairro Itapuã, em Vila Velha. O juiz, que integrava um grupo de combate ao crime organizado no Estado, foi baleado por ocupantes de uma moto.
De acordo com o secretário da Segurança Pública, Rodney Rocha Miranda, foram apreendidas uma moto que pode ter sido utilizada pelos criminosos e duas pistolas: uma 765 _mesmo calibre usado para matar o juiz_ e outra calibre 0.40 _que pode ser a arma roubada de Castro Filho após o crime.
Dez pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato foram detidas em diferentes situações e locais. No entanto, as suspeitas mais fortes recaem sobre quatro pessoas.
"Não descartamos nada. Acreditamos ter até amanhã [terça-feira] pelo menos a indicação dos mandantes [do crime]", afirmou o secretário.
De acordo com Miranda, entre os suspeitos estão três policiais militares.
A recompensa para quem passar informações concretas que levem aos criminosos vale para ligações feitas ao Disque-Denúncia, uma parceria da secretaria da Segurança com a ONG Espírito Santo Unido Contra o Crime. O telefone é o 0/xx/27/ 3222-8144.
"Passamos o dia inteiro juntos ontem [domingo]. Fomos a um churrasco", disse o secretário da Segurança.
Amigo do juiz assassinado, Miranda afirma que acompanha de perto as investigações.
Castro Filho andava escoltado. Resolveu, porém, ir à academia sem o segurança na manhã desta segunda-feira.
De acordo com o governo do Estado, o juiz chegou a dispensar a escolta em janeiro, mas voltou a ser escoltado há dez dias, quando o juiz-corregedor Antonio José Machado Dias foi assassinado a tiros pouco depois de deixar o fórum de Presidente Prudente (a 565 km a oeste de São Paulo).
Castro Filho havia recebido ameaças de morte no ano passado. Outros dois juízes de Vitória, Carlos Eduardo Ribeiro Lemos e Rubens José da Cruz também foram ameaçados.
Os nomes contam do relatório "Crise de Direitos Humanos no Espírito Santo". O documento, elaborado pela ONG Centro de Justiça Global, foi divulgado em julho do ano passado e enviado às comissões de direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) e da OEA (Organização dos Estados Americanos).
Para o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PSB), o assassinato foi uma tentativa de intimidação.
"Isso é uma tentativa de intimidar, primeiro o Poder Judiciário, depois os demais poderes e também à própria sociedade capixaba, num trabalho que todos estamos fazendo para limpar o nosso estado da corrupção e das ações criminosas. Mas, essa tentativa de intimidação, tirando a vida de um jovem, não dará certo. O Poder Público não permitirá que o Estado evolua no rumo que andou nos últimos anos", disse.
Enterro
O corpo do juiz é velado no prédio do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. A previsão é de que o corpo seja levado por volta das 7h desta terça-feira para o Rio, onde mora a família de Castro Filho.
O enterro está marcado para as 15h no cemitério de Inhaúma.
Castro Filho trabalhava em parceria com a equipe de interventores no Espírito Santo que investiga o crime organizado no Estado.
Ele era conhecido entre os colegas pelo rigor e seriedade que impunha às investigações contra suspeitos de envolvimento no crime organizado.
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