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24/09/2003
-
16h42
LÍVIA MARRA
da Folha Online
O repórter Wagner Maffezoli e o produtor Rogério Casagrande, do programa "Domingo Legal", do SBT, foram indiciados hoje pela polícia no artigo 16 da Lei de Imprensa. O artigo prevê punição para quem publicar ou divulgar notícias falsas ou fatos verdadeiros truncados ou deturpados.
Segundo o promotor Márcio Sérgio Christino, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), que acompanha o caso, se condenados, eles podem pegar até um ano de detenção.
Maffezoli e Casagrande prestaram depoimento no Deic (Departamento de Investigação sobre o Crime Organizado de São Paulo) por cerca de duas horas, na tarde de hoje. Eles deixaram o local sem falar com a imprensa. Segundo a polícia, eles mantiveram os depoimentos anteriores e disseram que não sabiam que a entrevista era uma farsa.
O repórter e o produtor disseram que contrataram o produtor Hamilton Tadeu dos Santos, o Barney, para produzir a reportagem. Barney e os atores Wagner Faustino da Silva, o Alfa, e Antônio Rodrigues da Silva, o Beta --que aparecem encapuzados na entrevista e disseram ser do PCC (Primeiro Comando da Capital)-- foram indiciados apor apologia ao crime.
"Eles [Maffezoli e Casagrande] dizem que foram prejudicados pela fonte. E a fonte deles, pelo que nós apuramos, é o Barney", afirmou Christino.
Barney teria recebido R$ 3.000 para intermediar uma entrevista com membros do PCC. Alfa e Beta receberam R$ 150 cada.
Gugu
O advogado Adriano Salles Vanni, que defende o apresentador, conseguiu hoje evitar que o apresentador Gugu Liberato fosse indiciado em inquérito policial antes de prestar depoimento. Ele será ouvido na tarde de amanhã no Deic.
O apresentador foi beneficiado por um habeas corpus preventivo concedido pelo Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais).
Apesar de Gugu não ser indiciado, a decisão da Justiça não irá interferir no processo, segundo o promotor Roberto Porto, do Gaeco. Segundo ele, o apresentador ainda poderá ser responsabilizado.
"Não é preciso indiciamento para, por ventura, oferecer uma denúncia. As provas colhidas pela polícia demonstram clareza absoluta", afirmou Porto.
Depoimentos e provas técnicas colhidas durante o período das investigações são a base para os indícios contra os envolvidos na entrevista, segundo o Ministério Público.
Depoimentos
Barney, Alfa e Beta já prestaram depoimento. Barney disse que não participou das gravações, mas admitiu ter cedido uma arma para a produção, de acordo com a polícia.
Rodrigues e Faustino, que segundo a polícia simularam ser integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), afirmaram que havia um roteiro --escrito em cartolinas-- com o texto que deveriam falar, de acordo com o Deic. Eles teriam recebido R$ 150 para participar da entrevista.
Também em depoimento, o produtor Rogério Casagrande disse que o "Domingo Legal" pagou R$ 3.000 para que Barney intermediasse uma entrevista com integrantes do PCC. O diretor do programa, Maurício Nunes, também foi ouvido pela polícia. Casagrande, Nunes e o repórter Wagner Maffezoli disseram à polícia que não sabiam da fraude.
Desculpas
No dia 15, o apresentador Gugu Liberato falou pela primeira vez sobre o caso. Ele pediu desculpas aos ameaçados pela dupla durante entrevistas na televisão. Gugu afirmou que não conhecia o conteúdo da reportagem e que confiou no repórter Wagner Maffezoli, responsável pela entrevista. Ele foi afastado por um mês do programa.
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Repórter e produtor são indiciados por divulgar falsa entrevista
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da Folha Online
O repórter Wagner Maffezoli e o produtor Rogério Casagrande, do programa "Domingo Legal", do SBT, foram indiciados hoje pela polícia no artigo 16 da Lei de Imprensa. O artigo prevê punição para quem publicar ou divulgar notícias falsas ou fatos verdadeiros truncados ou deturpados.
Segundo o promotor Márcio Sérgio Christino, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), que acompanha o caso, se condenados, eles podem pegar até um ano de detenção.
Maffezoli e Casagrande prestaram depoimento no Deic (Departamento de Investigação sobre o Crime Organizado de São Paulo) por cerca de duas horas, na tarde de hoje. Eles deixaram o local sem falar com a imprensa. Segundo a polícia, eles mantiveram os depoimentos anteriores e disseram que não sabiam que a entrevista era uma farsa.
O repórter e o produtor disseram que contrataram o produtor Hamilton Tadeu dos Santos, o Barney, para produzir a reportagem. Barney e os atores Wagner Faustino da Silva, o Alfa, e Antônio Rodrigues da Silva, o Beta --que aparecem encapuzados na entrevista e disseram ser do PCC (Primeiro Comando da Capital)-- foram indiciados apor apologia ao crime.
"Eles [Maffezoli e Casagrande] dizem que foram prejudicados pela fonte. E a fonte deles, pelo que nós apuramos, é o Barney", afirmou Christino.
Barney teria recebido R$ 3.000 para intermediar uma entrevista com membros do PCC. Alfa e Beta receberam R$ 150 cada.
Gugu
O advogado Adriano Salles Vanni, que defende o apresentador, conseguiu hoje evitar que o apresentador Gugu Liberato fosse indiciado em inquérito policial antes de prestar depoimento. Ele será ouvido na tarde de amanhã no Deic.
P. Vergilius/Folha Imagem O apresentador Gugu Liberato |
Apesar de Gugu não ser indiciado, a decisão da Justiça não irá interferir no processo, segundo o promotor Roberto Porto, do Gaeco. Segundo ele, o apresentador ainda poderá ser responsabilizado.
"Não é preciso indiciamento para, por ventura, oferecer uma denúncia. As provas colhidas pela polícia demonstram clareza absoluta", afirmou Porto.
Depoimentos e provas técnicas colhidas durante o período das investigações são a base para os indícios contra os envolvidos na entrevista, segundo o Ministério Público.
Depoimentos
Barney, Alfa e Beta já prestaram depoimento. Barney disse que não participou das gravações, mas admitiu ter cedido uma arma para a produção, de acordo com a polícia.
Rodrigues e Faustino, que segundo a polícia simularam ser integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), afirmaram que havia um roteiro --escrito em cartolinas-- com o texto que deveriam falar, de acordo com o Deic. Eles teriam recebido R$ 150 para participar da entrevista.
Também em depoimento, o produtor Rogério Casagrande disse que o "Domingo Legal" pagou R$ 3.000 para que Barney intermediasse uma entrevista com integrantes do PCC. O diretor do programa, Maurício Nunes, também foi ouvido pela polícia. Casagrande, Nunes e o repórter Wagner Maffezoli disseram à polícia que não sabiam da fraude.
Desculpas
No dia 15, o apresentador Gugu Liberato falou pela primeira vez sobre o caso. Ele pediu desculpas aos ameaçados pela dupla durante entrevistas na televisão. Gugu afirmou que não conhecia o conteúdo da reportagem e que confiou no repórter Wagner Maffezoli, responsável pela entrevista. Ele foi afastado por um mês do programa.
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