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24/09/2003
-
17h49
LÍVIA MARRA
da Folha Online
O delegado Alberto Pereira Matheus Júnior, do Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado), afirmou hoje que o inquérito policial que apura a entrevista com falsos membros do PCC, exibida no programa "Domingo Legal", do SBT, está esclarecido.
"A Polícia Civil e o Deic esclareceram os fatos. [Os entrevistados] não são membros do PCC, são pessoas que foram contratadas, e o trabalho da polícia foi feito com a maior transparência possível", disse Matheus Júnior.
O repórter Wagner Maffezoli, responsável pela entrevista, e o produtor Rogério Casagrande foram indiciados hoje pela polícia no artigo 16 da Lei de Imprensa, o que equivale à apologia ao crime. O artigo prevê punição para quem publicar ou divulgar notícias falsas ou fatos verdadeiros truncados ou deturpados.
Exibida no último dia 7, a entrevista mostrava dois entrevistados encapuzados que disseram integrar a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e fizeram ameaças a diversas personalidades. Sob suspeita de fraude, a gravação virou alvo de investigação policial.
De acordo com o Ministério Público, o depoimento de Gugu, amanhã, é o último ponto para o encerramento do inquérito, que deverá ser concluído ainda nesta semana.
"O inquérito termina amanhã com a oitiva do Gugu. Vamos analisar as provas em conjunto com delegado", disse o promotor Roberto Porto, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Gugu
Para o delegado, Gugu infringiu a Lei de Imprensa independente do fato dele saber ou não que a entrevista foi uma farsa. "Se ele sabia, se ele não sabia, isso é um complemento ao inquérito e às investigações."
Para o delegado, Gugu praticou o crime previsto na Lei de Imprensa, de publicar ou divulgar notícias falsas ou fatos verdadeiros truncados ou deturpados.
"Minha convicção está formada. O apresentador e sua produção praticaram um ato criminoso previsto em uma determinada legislação, no caso, a Lei de Imprensa. Cabe à Justiça decidir se o apresentador ou se a produção, ou se o Alfa e o Beta são culpados". Alfa e Beta foram os codinomes usados por Wagner Faustino da Silva e Antônio Rodrigues da Silva, que apareceram encapuzados na entrevista e fizeram ameaças a diversas personalidades.
O advogado Adriano Salles Vanni, que defende o apresentador, conseguiu hoje evitar que Gugu Liberato fosse indiciado em inquérito policial antes de prestar depoimento. Ele será ouvido na tarde de amanhã no Deic.
O apresentador foi beneficiado por um habeas corpus preventivo concedido pelo Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais).
Apesar de Gugu não ser indiciado, a decisão da Justiça não irá interferir no processo, segundo o promotor Roberto Porto, do Gaeco. De acordo com ele, Gugu ainda poderá ser responsabilizado.
Indiciamentos
Três pessoas que participaram da elaboração da entrevista já foram indiciadas por apologia ao crime: o produtor Hamilton Tadeu dos Santos, o Barney --apontado pela polícia como o responsável por intermediar os entrevistados com o "Domingo Legal", e os atores Wagner Faustino da Silva, o Alfa, e Antônio Rodrigues da Silva, o Beta.
Depoimentos
Barney, Alfa e Beta já prestaram depoimento. Barney disse que não participou das gravações, mas admitiu ter cedido uma arma para a produção, de acordo com a polícia.
Rodrigues e Faustino, que segundo a polícia simularam ser integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), afirmaram que havia um roteiro --escrito em cartolinas-- com o texto que deveriam falar, de acordo com o Deic. Eles teriam recebido R$ 150 para participar da entrevista.
Também em depoimento, o produtor Rogério Casagrande disse que o "Domingo Legal" pagou R$ 3.000 para que Barney intermediasse uma entrevista com integrantes do PCC. O diretor do programa, Maurício Nunes, também foi ouvido pela polícia. Casagrande, Nunes e o repórter Wagner Maffezoli disseram à polícia que não sabiam da fraude.
Desculpas
No dia 15, o apresentador Gugu Liberato falou pela primeira vez sobre o caso. Ele pediu desculpas aos ameaçados pela dupla durante entrevistas na televisão. Gugu afirmou que não conhecia o conteúdo da reportagem e que confiou no repórter Wagner Maffezoli, responsável pela entrevista. Ele foi afastado por um mês do programa.
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Inquérito da falsa entrevista do PCC está esclarecido, diz polícia
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O delegado Alberto Pereira Matheus Júnior, do Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado), afirmou hoje que o inquérito policial que apura a entrevista com falsos membros do PCC, exibida no programa "Domingo Legal", do SBT, está esclarecido.
"A Polícia Civil e o Deic esclareceram os fatos. [Os entrevistados] não são membros do PCC, são pessoas que foram contratadas, e o trabalho da polícia foi feito com a maior transparência possível", disse Matheus Júnior.
O repórter Wagner Maffezoli, responsável pela entrevista, e o produtor Rogério Casagrande foram indiciados hoje pela polícia no artigo 16 da Lei de Imprensa, o que equivale à apologia ao crime. O artigo prevê punição para quem publicar ou divulgar notícias falsas ou fatos verdadeiros truncados ou deturpados.
Exibida no último dia 7, a entrevista mostrava dois entrevistados encapuzados que disseram integrar a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e fizeram ameaças a diversas personalidades. Sob suspeita de fraude, a gravação virou alvo de investigação policial.
De acordo com o Ministério Público, o depoimento de Gugu, amanhã, é o último ponto para o encerramento do inquérito, que deverá ser concluído ainda nesta semana.
"O inquérito termina amanhã com a oitiva do Gugu. Vamos analisar as provas em conjunto com delegado", disse o promotor Roberto Porto, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Gugu
Para o delegado, Gugu infringiu a Lei de Imprensa independente do fato dele saber ou não que a entrevista foi uma farsa. "Se ele sabia, se ele não sabia, isso é um complemento ao inquérito e às investigações."
Para o delegado, Gugu praticou o crime previsto na Lei de Imprensa, de publicar ou divulgar notícias falsas ou fatos verdadeiros truncados ou deturpados.
"Minha convicção está formada. O apresentador e sua produção praticaram um ato criminoso previsto em uma determinada legislação, no caso, a Lei de Imprensa. Cabe à Justiça decidir se o apresentador ou se a produção, ou se o Alfa e o Beta são culpados". Alfa e Beta foram os codinomes usados por Wagner Faustino da Silva e Antônio Rodrigues da Silva, que apareceram encapuzados na entrevista e fizeram ameaças a diversas personalidades.
O advogado Adriano Salles Vanni, que defende o apresentador, conseguiu hoje evitar que Gugu Liberato fosse indiciado em inquérito policial antes de prestar depoimento. Ele será ouvido na tarde de amanhã no Deic.
O apresentador foi beneficiado por um habeas corpus preventivo concedido pelo Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais).
Apesar de Gugu não ser indiciado, a decisão da Justiça não irá interferir no processo, segundo o promotor Roberto Porto, do Gaeco. De acordo com ele, Gugu ainda poderá ser responsabilizado.
Indiciamentos
Três pessoas que participaram da elaboração da entrevista já foram indiciadas por apologia ao crime: o produtor Hamilton Tadeu dos Santos, o Barney --apontado pela polícia como o responsável por intermediar os entrevistados com o "Domingo Legal", e os atores Wagner Faustino da Silva, o Alfa, e Antônio Rodrigues da Silva, o Beta.
Depoimentos
Barney, Alfa e Beta já prestaram depoimento. Barney disse que não participou das gravações, mas admitiu ter cedido uma arma para a produção, de acordo com a polícia.
Rodrigues e Faustino, que segundo a polícia simularam ser integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), afirmaram que havia um roteiro --escrito em cartolinas-- com o texto que deveriam falar, de acordo com o Deic. Eles teriam recebido R$ 150 para participar da entrevista.
Também em depoimento, o produtor Rogério Casagrande disse que o "Domingo Legal" pagou R$ 3.000 para que Barney intermediasse uma entrevista com integrantes do PCC. O diretor do programa, Maurício Nunes, também foi ouvido pela polícia. Casagrande, Nunes e o repórter Wagner Maffezoli disseram à polícia que não sabiam da fraude.
Desculpas
No dia 15, o apresentador Gugu Liberato falou pela primeira vez sobre o caso. Ele pediu desculpas aos ameaçados pela dupla durante entrevistas na televisão. Gugu afirmou que não conhecia o conteúdo da reportagem e que confiou no repórter Wagner Maffezoli, responsável pela entrevista. Ele foi afastado por um mês do programa.
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