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06/11/2003 - 21h55

Suspeito de atentados preso hoje é filho de integrante do PCC

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da Folha Online

Um dos seis suspeitos de planejar um ataque contra a polícia de São Paulo detidos na tarde de hoje, na região do Parque do Carmo (zona leste), foi identificado como sendo filho de um integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital).

De acordo com a polícia, Willian José da Silva, 20, é filho de José Ferreira da Silva, integrante do PCC, que está preso na penitenciária Adriano Marrey, em Guarulhos (Grande São Paulo).

A descoberta reforça a tese da polícia de que os suspeitos, além de terem participado de atentados estariam também planejando uma nova ação.

Dois dos suspeitos, Renato Barbosa, e André Luiz Armando, ambos de 27 anos, seriam companheiros de Willian. Apesar da polícia ter informado de que com a prisão dos seis o número de suspeitos detidos subiu para 21, os outros três homens podem ser liberados, já que as informações são de que eles eram apenas clientes do bar que estavam no local na hora da prisão.

A prisão do grupo foi realizada por agentes da equipe E-Leste do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e pela Polícia Militar, que investigavam o roubo de um carro. Com o grupo foram encontradas três pistolas. As armas têm a inscrição "1533", que significa PCC pela ordem das letras no alfabeto.

A onda de ataques, iniciada no último domingo, deixou três policiais mortos e 12 pessoas feridas --nove PMs e três guardas-civis.

Ao menos 29 ações foram contabilizadas. Foram tiros disparados contra bases comunitárias da GCM (Guarda Civil Metropolitana de São Paulo), postos policiais, carros e delegacias. Também foram lançadas granadas. Além da capital, os atentados foram registrados no ABC paulista, na Baixada Santista e no interior.

Regras

Tuca Vieira/Folha Imagem
Polícia reforça operações após ataques em São Paulo
Os atentados, atribuídos pela polícia ao PCC, seriam uma forma de pressionar o governo contra o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), adotado nos presídios de Presidente Bernardes, Avaré e Taubaté, onde estão os líderes da facção. No RDD são impostas regras mais rígidas aos presos. Eles ficam em celas isoladas, não têm direito a visita íntima e só podem tomar banho de sol uma hora por dia.

Uma lista de reivindicações foi entregue pelo PCC à direção do Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes (589 km de SP). No último dia 29, os presos Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, e Sandro Henrique da Silva Santos, o Gulu, líderes do PCC, pediram audiência com o diretor do presídio para entregar uma lista de exigências que modificam o funcionamento do RDD e ampliam a variedade de itens de limpeza, de higiene e, principalmente, de alimentos que eles podem receber dos familiares.

Entre os pedidos estão visita íntima uma vez ao mês, duas horas de banho de sol por dia, liberação de carta, rádio AM/FM, banho quente, além de diversos produtos de alimentação como rocambole, água de coco, leite condensado, mostarda e catchup.

Caso os pedidos não fossem atendidos em 30 dias, a organização daria início a "movimentos" dentro e fora das prisões. O RDD foi criado após a megarrebelião organizada pela facção criminosa em fevereiro de 2001, que atingiu 29 unidades prisionais.

"Não tem o menor cabimento essa lista de exigências. A polícia, como nos casos anteriores, está trabalhando, identificando e vai prender esses criminosos", disse o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Reforço

Por causa dos crimes, o Comando da Polícia Militar resolveu mandar às ruas duas de suas tropas de elite: a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) e a Rocam (Rondas Ostensivas com o Apoio de Motocicletas).

Segundo o comandante-geral da PM, coronel Alberto Silveira Rodrigues, as tropas vão remanejar 90 homens para patrulhamento nos horários em que geralmente os ataques vêm acontecendo, após as 23h.

PMs que não integram tropas de elite também tiveram seus turnos de trabalho alterados, com ênfase no período noturno.

Governo

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que os ataques são uma reação "de desespero dos criminosos" em relação ao RDD.

"Não aceitamos nenhum tipo de chantagem. Em São Paulo não tem acordo com criminoso. Aqui se cumpre a lei. Aqui se enfrenta. [Os ataques] são reações da ação firme do Estado, tanto na ação da polícia, quanto do sistema prisional", disse.

Alckmin disse que o governo não vai retroceder e que as regras do RDD serão mantidas.

Colaborou o Agora

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