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ACM
mostra que há tolo para tudo
Aguarda-se
ansiosamente para amanhã o discurso de renúncia
do quase ex-senador Antônio Carlos Magalhães,
disparando para todos os lados - principalmente contra o governo
federal. Espertamente, ACM administra o discurso, em meio
ao calculado suspense, e vai soltando-o em pílulas,
ganhando espaço todos os dias na mídia.
Forçado
a renunciar ao mandato sob acusação de falta
de ética, ele vai empunhar a bandeira da ética,
em campanha por uma sonhada volta triunfal ao Congresso. Seria,
em tese, risível - risível se as pessoas, muitas
deles influentes, não levassem a sério essa
jogada.
No geral,
presta-se mais atenção nos ataques de ACM do
que em sua defesa, base para que se apresente como vítima
de um complô devido às posturas supostamente
moralizantes. Só por isso o discurso já é
um sucesso de marketing político. Há muita gente
disposta, a começar da imprensa, a aceitar e reproduzir,
mesmo que inconscientemente, essa jogada, na qual se invertem
papéis, o acusado virando acusador.
A jogada
dele é simples: sair como vítima, aproveitando
o desgaste do presidente Fernando Henrique Cardoso, voltar
repleto de votos, com a chance de interferir na sucessão
ao Palácio do Planalto. Daí estar insinuando,
aqui e ali, possíveis candidatos que poderia apoiar,
para atiçar as cobiças e ganhar aliados.
Num país
com baixa escolaridade e muita impunidade, essa versão
tem toda a chance de prosperar - há tolo para tudo.
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