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Por
que Everardo ataca benefícios às artes
O Brasil
deixa de arrecadar anualmente cerca de R$ 200 milhões
apenas em impostos federais, graças às leis
de estímulo à produção artística
_ essas leis são o que viabilizam as principais peças
de teatro, exposições e filmes, consumidos,
em larga escala, majoritariamente pela classe média.
Se dependesse
da vontade do secretário da Receita Federal, Everardo
Maciel, esses incentivos já teriam desaparecido; ele
os coloca, do ponto de vista fiscal, no mesmo saco de facilidades
de impostos encontrados em Sudam e Sudene, focos da indignação
pública.
Os incentivos,
segundo ele, correm, em maior ou menor grau, o risco de deturpação;
os grupos de pressão tendem a tornar esses privilégios
permanentes. Na imensa maioria das vezes, são gastos
sem transparência e, com o tempo, os fundos se tornam
mais conhecidos pelas falcatruas do que pelos eventuais resultados
positivos.
Correto
e mais eficiente, na sua visão, seria deixar que os
representantes na nação, no Congresso, estabelecessem
no Orçamento os grupos a serem beneficiados com dinheiro
público. Se os parlamentares quiserem, por exemplo,
ajudar a produção das artes com R$ 200 milhões,
então devem separá-los no Orçamento,
devidamente apreciados e votados.
Everardo
sabe que, tal medida, provocaria um terremoto nos grupos de
pressão, beneficiados pelos descontos de impostos.
Mas, ao mesmo tempo, ele se mostra convencido de que, nessa
onda de indignação com os mazelas, os benefícios
fiscais vão entrar na mira, seja para ajudar uma peça
ou um projeto industrial na Amazônia ou Nordeste. Talvez.
O certo
é que tantos escândalos acabam deixando o cidadão
cada vez mais desconfiado diante de qualquer fluxo de recurso
público
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