Segurança,
só no outdoor
Cristina
Veiga
Equipe GD
Se o objetivo
não é "eleitoreiro", que expliquem
melhor. Quem vai acreditar que a violência em São
Paulo está sob controle? Nem quem mora fora do país
acredita nisso. Mesmo assim, o governo estadual vai lançar
uma campanha maciça para tentar convencer - não
se sabe quem - que ele controla a violência paulista.
Tem dó! A justificativa do governo para lançar
a tal campanha é ridícula: chamar a sociedade
para uma mobilização contra a violência,
inibir a criminalidade e fazer com que os paulistas se sintam
mais seguros.
Nem o
publicitário contratado para inventar a tal propaganda,
Nizan Guanaes, o mais conhecido dos marqueteiros brasileiros,
é capaz de fazer mágica. Mas os políticos
não desistem. Ainda insistem na tecla de que o poder
da televisão é maior que a realidade dos números.
Gente, não é possível. A última
história - ou melhor estória - é a da
senhora que se viu obrigada a pagar o resgate de seu sequestro
com cheques pré-datados. Mais que isso: a família
completou o pagamento com eletrodomésticos. E o governo
ainda vem falar que a violência está sob controle?!
A impunidade
e a violência são tão grandes, que até
os estrangeiros vieram tentar fazer seu pezinho de mesa por
aqui. Não foram os chilenos que sequestraram o publicitário
Washington Olivetto? Como é que se pode falar em controle
de violência se a própria Secretaria de Administração
Penitenciária vira alvo da facção criminosa
Primeiro Comando da Capital, o já famoso PCC? Que segurança
é essa que não consegue conter as mortes dentro
dos próprios presídios? Quem pode sair de casa
em paz sabendo que pode ser alvo de sequestro no ponto de
ônibus? Quem perguntou ao eleitor se ele prefere gastar
seu dinheiro em uma campanha inócua ou no combate a
violência?
Leia
mais
- Em campanha do Governo,
violência está sob controle
- Cartazes no Metrô declaram "guerra
ao crime"
- Vítima de seqüestro paga libertação
com jóias, eletrodomésticos e cheques pré-datados
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- São
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Em
campanha do Governo, violência está sob controle
As ações
do Governo do estado no combate à violência estarão
mais visíveis nos próximos dias. Com a intenção
de melhorar a comunicação com a população
e mostrar o trabalho do estado no último ano de governo,
as secretarias de Comunicação e da Segurança
Pública preparam uma campanha publicitária maciça
para convencer a população de que a violência
está sob controle.
Sob o
comando do publicitário Nizan Guanaes, a campanha está
sendo discutida há um mês e pode ganhar a mídia
(TV, jornais, revistas e rádio) já em março.
Segundo
o secretário adjunto de Comunicação,
Luiz Carlos Aversa (ex-superintendente de comunicação
da Sabesp), a campanha tem como objetivo, além de chamar
a sociedade para uma mobilização contra a violência,
inibir a criminalidade e fazer com que os paulistas se sintam
mais seguros. "Acho que a campanha vai reverter a sensação
de insegurança da população", avaliou.
A proposta
da campanha é mostrar à população
filmes com ações da polícia e estatísticas
da criminalidade, oferecer cartazes de combate à violência
para ser colocado em estabelecimentos comerciais, produzir
adesivos com o número do Disque-Denúncia para
ser afixado em telefones públicos e divulgar os postos
policiais que serão criados nos bairros. "O Governo
precisa mostrar para os bandidos que existe lei, que 90% dos
seqüestradores são presos e que a sociedade pode
denunciar. Segurança é um dever do estado e
violência é um problema da sociedade", disse
Aversa.
De acordo
com o secretário adjunto, a campanha não deve
ser associada à imagem do governador Geraldo Alckmin,
que se prepara para campanha eleitoral. "A campanha não
tem conotação de exaltar o governador e sim
o Governo. Não estamos prometendo nada, estamos mostrando
o que está sendo feito e isso não é oportunismo",
enfatizou.
Para o
deputado estadual Carlinhos Almeida, líder da bancada
petista na Assembléia, a iniciativa do Governo do estado
em mostrar trabalho tem fim eleitoreiro. "Acho que é
uma medida desesperada. A primeira tentativa foi maquiando
os números da criminalidade, mas não deu certo.
Agora vão tentar convencer a população
pela propaganda. A realidade da segurança é
outra e as pessoas estão sentindo isso nas ruas",
analisou.
O deputado
critica os gastos destinados à publicidade e os R$
8 orçados para investimento na Polícia Técnico-Científica
em 2002. "A publicidade é priorizada, mas o que
é trabalho de inteligência acabou reduzido",
completou. Este ano, o Governo do estado tem no Orçamento
R$ 27 milhões para gastar com publicidade. No ano passado
foram gastos R$ 23 milhões.
(Diário
de S. Paulo)
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Cartazes no Metrô
declaram "guerra ao crime"
Antes
da grande campanha publicitária chegar à mídia,
a Secretaria Estadual de Comunicação lançou,
na última semana, o boletim ParticipAção,
que trouxe na edição de estréia as ações
do Governo do estado na área de Segurança Pública.
"Hoje o assunto que a sociedade mais discute é
a segurança. Era inevitável falar disso",
justificou o secretário adjunto Luiz Carlos Aversa.
Segundo o secretário, o boletim informativo trará,
no futuro, outros assuntos.
O boletim
está sendo veiculado nas composições
do Metrô (carro-chefe da campanha) e deve chegar às
escolas, hospitais, rodoviárias, aeroportos e associações
de bairro. Na primeira edição foram confeccionados,
na Imprensa Oficial ,10 mil exemplares, mas o objetivo é
chegar a 80 mil, com um custo de R$ 50 mil mensais. "A
população tem de saber o que está sendo
feito na área da segurança e a gente tem a obrigação
de divulgar", defendeu Aversa.
Em tom
de propaganda, a primeira edição do ParticipAção
traz a manchete "São Paulo declara guerra ao crime",
mas para o Governo o tom é informativo. "Estamos
tentando transformá-lo em prestação de
serviço, trazendo vários assuntos a cada edição",
reforçou o secretário adjunto.
Como a
idéia é levar o boletim a todos os prédios
públicos, onde há intensa movimentação
de pessoas, o Metrô foi o primeiro a receber por transportar
2,5 milhões de passageiros por dia, sendo 77% dos usuários
das classes média e média alta. "É
uma publicidade barata e eficaz", analisou o secretário
Aversa.
O Governo
espera com essa publicidade contar com o apoio da população
no combate à violência, que ultimamente vem provocando
muita apreensão nos moradores de São Paulo.
(Diário
de S. Paulo)
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Vítima
de seqüestro paga libertação com jóias,
eletrodomésticos e cheques pré-datados
Uma quadrilha recebeu, como forma de pagamento de um seqüestro,
eletrodomésticos, celular, jóias e cheques.
Uma mulher, cujo nome não foi revelado pela polícia,
foi seqüestrada na noite de sábado, quando também
começaram as negociações com o marido
da vítima. O primeiro valor exigido pelo grupo era
de R$ 20 mil. Como a família não tinha dinheiro,
a quadrilha aceitou receber o pagamento em eletrodomésticos
(uma televisão, um videocassete, um aparelho DVD, um
karaokê, um forno microondas, um aparelho de som) e
um celular, além de jóias.
A vítima
declarou à polícia que não foi agredida,
mas foi obrigada a assinar cheques pré-datados, para
'completar' o pagamento exigido pelos seqüestradores.
A polícia
prendeu dois homens acusados de envolvimento em outro seqüestro
na região e apura uma possível ligação
entre os dois casos. Jefferson Leão Reis e Carlos Fabiano
são acusados de manter uma família inteira como
refém em Americana, e do seqüestro de uma estudante
de Piracicaba.
(GloboNews)
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