Prezado
sr. Dimenstein
Afirmar que a lista de
aprovados no vestibular da USP ou de universidades públicas
revela discriminação contra negros só
seria plausível se os examinadores tivesse acesso
aos dados raciais do candidato no momento da correção
das provas. Se não há correlação
entre raça e capacidade intelectual, então
seleção por capacidade intelectual não
é o mesmo que seleção racial.
Reservar vagas compulsoriamente
para negros significará necessariamente que melhores
candidatos serão preteridos em favor de piores
candidatos. Como vai repercutir isso na vida profissional
posterior? Os clientes de médicos e advogados
não poderão ser obrigados a escolhê-los
em função de sua raça.
E, no Brasil, quem vai
decidir quem é negro ou pardo? Qualquer candidato
pode dizer que é, ou se sente, pardo - como questionar
isso? Esse seria, de fato, meu conselho a todos os candidatos,
se uma medida discriminatória como essa for adotada.
O pior de tudo é
que os negros e pardos capazes, que têm condições
de enfrentar o vestibular com todas as honras, serão
jogados, aos olhos do público, na vala comum
dos que se beneficiaram da discriminação
racial.
A experiência foi
testada e reprovada nos Estados Unidos. Ela só
serve ao populismo. Seu artigo é superficial
e desinformativo - um desserviço à sociedade.
Prof.
Dr. José Oscar de Almeida Marques
Departamento de Filosofia
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Universidade Estadual de Campinas
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