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Crime
organizado dá aula sobre sociedade de informação
A sincronicidade
das rebeliões nas prisões de São Paulo, orientadas pelo PCC
(Primeiro Comando da Capital), só foi possível devido aos avanços
tecnológicos da sociedade de informação.
Na prática, eles
deram uma aula sobre a chamada Nova Economia, marcada pela rapidez da troca de
dados.
Desde o meio de dia de domingo,
as rebeliões iam se estendendo até atingir 29 prisões, numa
articulação jamais vista pelos policiais. O estopim do conflito
foi a transferência, na sexta-feira passada, de líderes do PCC, retirados
do Carandiru para presídios do interior de São Paulo.
As ordens dos líderes
do PCC eram dadas pelo telefone celular, mercadoria que entra nos presídios
tão clandestinamente como drogas e armas - graças, evidentemente,
às regras da Velha Economia das cadeias, nas quais impera a corrupção
policial.
Com as novas facilidades
da sociedade de informação, o crime organizado consegue controlar,
com maior rapidez e eficiência, as cadeias e manter seus negócios
fora das grades, de compra e venda de drogas.
Como os novos celulares
vêm com acesso à internet, a delinqüência tira proveito
da virtualidade.
Já existem aparelhos
capazes de anular os celulares, criando barreiras à disseminação
dos sinais. Os responsáveis pelas administrações presidiárias
informam que estudam a utilização desses aparelhos, imaginados para
evitar a falta de educação, a delinqüência das pequenas
incivilidades, daqueles que não desligam seus telefones nas palestras,
espetáculos, missas, cinema.
Não existe, porém,
nenhuma máquina para debelar o mal da "Velha Economia" das cadeias,
o sistema de corrupção que coloca, lado a lado, quem prende e quem
é preso, que garante a entrada das moedas de troca da droga.
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