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26/09/2002
-
18h37
da Folha de S.Paulo, em Washington
O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Horst Köhler, referiu-se hoje a Luiz Inácio Lula da Silva como se o candidato do PT já tivesse vencido a disputa presidencial.
Ao dizer quais conselhos daria ao próximo presidente brasileiro, Köhler disse: "Ele já deixou claro publicamente que apóia os elementos centrais do programa que nós temos com o Brasil. Acho que isso é uma boa novidade, porque vai demonstrar continuidade em áreas cruciais de política econômica, de uma política econômica sólida. Então, estou convencido de que veremos uma transição suave, uma boa transição administrativa, para, então provar que o Brasil irá continuar sua política econômica e, por outro lado, provar que foi correto apoiar o Brasil nessa situação."
Köhler cometeu esse aparente ato falho durante entrevista que antecede a reunião anual do FMI e do Banco Mundial, que começa oficialmente amanhã.
Embora não tenha mencionado expressamente Lula nessa resposta, ficou claro que Köhler referia-se ao candidato petista pelo conteúdo da resposta à pergunta seguinte sobre a economia brasileira. Talvez percebendo o deslize anterior, Köhler declarou: "O que ouço dos candidatos, de todos os candidatos, incluindo o sr. Lula, é que ele quer explorar esse potencial de crescimento."
Essa e outras várias referências ao candidato do PT (expressas e implícitas), todas feitas ontem em Washington, estão projetando Lula como um dos principais personagens do encontro do Fundo.
O secretário do Tesouro dos EUA, Paul O'Neill, não caiu na mesma armadilha que vitimou Köhler. Indagado sobre o relacionamento do Tesouro com um 'quase inevitável governo Lula", O'Neill disse: 'O que sei das eleições brasileiras é que elas se realizarão no dia seis de outubro e que, se o candidato com o maior número de votos não obter mais de 50% dos votos válidos, haverá um segundo turno."
Durante seminário patrocinado pelo Banco Mundial, Michael Gavin, analista do UBS Warburg, banco suíço, expressou seu pessimismo com a política econômica de um eventual governo Lula.
"Concordo que há lógica na visão de que o governo que vai entrar terá de respeitar a vontade da população, que quer estabilidade. Mas também há dúvidas sobre a habilidade e a vontade de um governo do PT de manter as políticas necessárias. As declarações de Lula de que ele não vai ter Armínio (Fraga, presidente do BC) a bordo, porque ele quer um presidente do Banco Central consistente com a linha do PT, faz com que se pergunte: qual é a linha do PT?"
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MARCIO AITHda Folha de S.Paulo, em Washington
O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Horst Köhler, referiu-se hoje a Luiz Inácio Lula da Silva como se o candidato do PT já tivesse vencido a disputa presidencial.
Ao dizer quais conselhos daria ao próximo presidente brasileiro, Köhler disse: "Ele já deixou claro publicamente que apóia os elementos centrais do programa que nós temos com o Brasil. Acho que isso é uma boa novidade, porque vai demonstrar continuidade em áreas cruciais de política econômica, de uma política econômica sólida. Então, estou convencido de que veremos uma transição suave, uma boa transição administrativa, para, então provar que o Brasil irá continuar sua política econômica e, por outro lado, provar que foi correto apoiar o Brasil nessa situação."
Köhler cometeu esse aparente ato falho durante entrevista que antecede a reunião anual do FMI e do Banco Mundial, que começa oficialmente amanhã.
Embora não tenha mencionado expressamente Lula nessa resposta, ficou claro que Köhler referia-se ao candidato petista pelo conteúdo da resposta à pergunta seguinte sobre a economia brasileira. Talvez percebendo o deslize anterior, Köhler declarou: "O que ouço dos candidatos, de todos os candidatos, incluindo o sr. Lula, é que ele quer explorar esse potencial de crescimento."
Essa e outras várias referências ao candidato do PT (expressas e implícitas), todas feitas ontem em Washington, estão projetando Lula como um dos principais personagens do encontro do Fundo.
O secretário do Tesouro dos EUA, Paul O'Neill, não caiu na mesma armadilha que vitimou Köhler. Indagado sobre o relacionamento do Tesouro com um 'quase inevitável governo Lula", O'Neill disse: 'O que sei das eleições brasileiras é que elas se realizarão no dia seis de outubro e que, se o candidato com o maior número de votos não obter mais de 50% dos votos válidos, haverá um segundo turno."
Durante seminário patrocinado pelo Banco Mundial, Michael Gavin, analista do UBS Warburg, banco suíço, expressou seu pessimismo com a política econômica de um eventual governo Lula.
"Concordo que há lógica na visão de que o governo que vai entrar terá de respeitar a vontade da população, que quer estabilidade. Mas também há dúvidas sobre a habilidade e a vontade de um governo do PT de manter as políticas necessárias. As declarações de Lula de que ele não vai ter Armínio (Fraga, presidente do BC) a bordo, porque ele quer um presidente do Banco Central consistente com a linha do PT, faz com que se pergunte: qual é a linha do PT?"
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