27/07/2003 - 00h30

Avon diz ser "ilha da prosperidade" e rejeita "discurso da crise"

SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online

A Avon, a maior empresa brasileira de cosméticos e de vendas diretas, rejeita a avaliação de que o setor está em crise no país.

"Somos uma ilha de prosperidade. Nossas receitas cresceram 12% no primeiro semestre e essa tendência vai continuar até o final deste ano", disse à Folha Online o vice-presidente de marketing e planejamento estratégico da empresa, Eduardo Bruder.

No entanto, ele confirma que houve uma queda no número de itens comercializados, mas evita revelar o tamanho.

O executivo justifica que a empresa faturou mais vendendo menos devido ao aumento da participação de produtos mais caros nas receitas, como a linha de cremes de rejuvenescimento, uma febre principalmente entre mulheres de maior poder aquisitivo.

Porém, o retrato geral do setor é negativo no semestre, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. O volume vendido caiu 0,85%.

"Desempregado vira revendedor da Avon"

Outra entidade, a Abevd (Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas), aponta uma queda de 0,79% no número de unidades vendidas pelo sistema de vendas diretas entre janeiro e junho, em relação a igual período de 2002. Mas o faturamento cresceu 21%.

As 23 empresas ligadas à Abevd faturaram R$ 3,6 bilhões entre janeiro e junho deste ano, ante R$ 3 bilhões no mesmo período de 2002.

Mas vale destacar que o número de revendedoras também cresceu 16%, de 1 milhão para 1,160 milhão de pessoas envovlidas.

"O país vive uma situação econômica difícil. Ser revendedora da Avon é uma oportunidade de ganhos para as pessoas", afirma Bruder.

O preço mais barato em relação às lojas e as facilidades da venda em domicílio(como o pagamento em prestações, sem burocracia) favorecem o mercado das revendedoras de empresas como Avon e Natura, segundo a presidente do Movimento das Donas-de-Casa de Minas Gerais, a professora Mária do Céu Kupidlowski.

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