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18/10/2001
-
11h28
da Folha de S.Paulo
Entre as habilitações de engenharia a de produção é a mais generalista e a mais próxima da área de administração de empresas. Como as demais, a engenharia de produção tem como objetivo desenvolver projetos, que, nesse caso, são sistemas produtivos.
Enquanto um engenheiro de telecomunicações ou de mecânica projeta um celular ou um carro, por exemplo, o engenheiro de produção preocupa-se em como fabricá-los da maneira mais rentável e com a melhor qualidade. "Pode-se pedir a um operário que construa um carro, o que ele pode até conseguir, mas o problema a ser resolvido pelo engenheiro de produção é como coordenar máquinas e operários para que construam 200 automóveis por dia", disse Alexandre Massote, coordenador do curso da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial).
Para isso ele tem de ter uma visão global da produção, desde a verificação das necessidades dos clientes, passando pela escolha das máquinas, a quantidade e a organização da mão-de-obra, o tipo de linha de montagem, até a distribuição do produto final.
O que diferencia o profissional de um administrador de empresas é justamente a capacidade de lidar com os aspectos tecnológicos da fabricação. "Quando tiver de conversar com os engenheiros especializados, ele entende o que o outro está falando", disse Edgard Batista Júnior, coordenador do curso da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Mercado
Por ter uma área de atuação ampla, quem se forma, em geral, enfrenta menos problemas para conseguir uma vaga no campo de trabalho. "O mercado é muito grande, pois, em tese, todas as empresas precisam de alguém que tenha uma visão global da produção", disse o professor do Instituto Mauá de Tecnologia Afonso Celso Medina.
Os alunos também têm menos dificuldade de conseguir estágios. Flávia Fanucchi, que está no quarto ano, já trabalha com implantação de softwares.
O coordenador do curso da USP (Universidade de São Paulo), Marco Aurélio Mesquita, diz que o maior problema do aluno não é encontrar um emprego, mas manter o interesse pelo curso quando começa a trabalhar. "Depois que está estagiando, ele perde o interesse pelas aulas e só sentirá falta de algumas matérias futuramente em sua carreira."
É comum que os estudantes não dêem importância às matérias básicas, como cálculo e física, que se tornam essenciais quando se desenvolvem projetos. "Não há como fazer controle estatístico sem saber matemática ou como calcular um aparafusamento sem trigonometria", disse Jacyr Coradini, gerente da área de montagem final da Volkswagen.
Coradini acha importante que os recém-formados aproveitem seus primeiros anos de trabalho para tomar contato com a linha de produção. "Tem de começar na graxa, só assim se conhece as necessidades dos operários e se pode escutar suas opiniões, pois, no fim das contas, são eles que conhecem os próprios serviços."
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Profissões: Engenharia que é quase administração
ANDRÉ NICOLETTIda Folha de S.Paulo
Entre as habilitações de engenharia a de produção é a mais generalista e a mais próxima da área de administração de empresas. Como as demais, a engenharia de produção tem como objetivo desenvolver projetos, que, nesse caso, são sistemas produtivos.
Enquanto um engenheiro de telecomunicações ou de mecânica projeta um celular ou um carro, por exemplo, o engenheiro de produção preocupa-se em como fabricá-los da maneira mais rentável e com a melhor qualidade. "Pode-se pedir a um operário que construa um carro, o que ele pode até conseguir, mas o problema a ser resolvido pelo engenheiro de produção é como coordenar máquinas e operários para que construam 200 automóveis por dia", disse Alexandre Massote, coordenador do curso da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial).
Para isso ele tem de ter uma visão global da produção, desde a verificação das necessidades dos clientes, passando pela escolha das máquinas, a quantidade e a organização da mão-de-obra, o tipo de linha de montagem, até a distribuição do produto final.
O que diferencia o profissional de um administrador de empresas é justamente a capacidade de lidar com os aspectos tecnológicos da fabricação. "Quando tiver de conversar com os engenheiros especializados, ele entende o que o outro está falando", disse Edgard Batista Júnior, coordenador do curso da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Mercado
Por ter uma área de atuação ampla, quem se forma, em geral, enfrenta menos problemas para conseguir uma vaga no campo de trabalho. "O mercado é muito grande, pois, em tese, todas as empresas precisam de alguém que tenha uma visão global da produção", disse o professor do Instituto Mauá de Tecnologia Afonso Celso Medina.
Os alunos também têm menos dificuldade de conseguir estágios. Flávia Fanucchi, que está no quarto ano, já trabalha com implantação de softwares.
O coordenador do curso da USP (Universidade de São Paulo), Marco Aurélio Mesquita, diz que o maior problema do aluno não é encontrar um emprego, mas manter o interesse pelo curso quando começa a trabalhar. "Depois que está estagiando, ele perde o interesse pelas aulas e só sentirá falta de algumas matérias futuramente em sua carreira."
É comum que os estudantes não dêem importância às matérias básicas, como cálculo e física, que se tornam essenciais quando se desenvolvem projetos. "Não há como fazer controle estatístico sem saber matemática ou como calcular um aparafusamento sem trigonometria", disse Jacyr Coradini, gerente da área de montagem final da Volkswagen.
Coradini acha importante que os recém-formados aproveitem seus primeiros anos de trabalho para tomar contato com a linha de produção. "Tem de começar na graxa, só assim se conhece as necessidades dos operários e se pode escutar suas opiniões, pois, no fim das contas, são eles que conhecem os próprios serviços."
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