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06/12/2001 - 11h10

Resumão/português - Modismos e lugares-comuns

THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
especial para a Folha de S.Paulo

Os chamados modismos, geralmente oriundos de jargões (gírias profissionais), talvez se difundam pela imprensa por serem facilitadores da linguagem. Passam a constituir uma espécie de repertório fácil, aparentemente próprio para quem tem de escrever em pouco tempo.

Dizer que um espetáculo "acontece" em vez de "estrear" é um exemplo de modismo. O verbo "acontecer" (que significa ocorrer subitamente) confere ênfase ao espetáculo, tratado então como um fato notável. Mas o uso muito freqüente da expressão faz que o realce se perca e a palavra passe a ser percebida apenas como um lugar-comum.

A origem dos lugares-comuns está geralmente nas metáforas, que, desgastadas, perdem o efeito de originalidade e revelam que o redator não criou um texto pessoal, antes imitou o alheio ou fez uma espécie de colagem.

Quantas vezes a crítica de um espetáculo não termina com o arremate: "Vale a pena conferir"? Outro tipo de formulação igualmente condenado ao desgaste é aquele em que o cardápio contém o assunto da conversa entre duas pessoas que se reuniram em um almoço ou jantar.

Tradução de "glasnost" -termo usado pelo presidente Mikhail Gorbatchov para designar o processo de abertura política da URSS-, a palavra "transparência" entrou na moda. Passou a ser usada no discurso político, ao qual parece ter-se incorporado definitivamente como sinônimo de "honestidade".

O "fantasma" da inflação ou a "novela" da sucessão presidencial constituem fórmulas disponíveis para o redator apressado. "Elenco", coletivo de atores, tem sido empregado no jargão esportivo no lugar de time de futebol. "Acessar" e "inicializar", do jargão da informática, têm seu uso aceito apenas nessa área.

A expansão de termos próprios de jargões para a linguagem comum pode revelar o desejo de simular intimidade com certos assuntos -até como meio de alcançar status. Algumas expressões se valorizam por serem modernas, outras por sugerirem conhecimento de um tema que, ao menos em tese, nem todos dominam. Claro está que o uso dessas expressões revela, no mínimo, falta de imaginação.
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Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha, apresentadora das aulas de gramática do programa "Vestibulando" (TV Cultura) e professora do Objetivo (Americana)

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