Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
22/10/2000 - 08h42

Cursos ajudam a dinamizar comunidades

GABRIELA ATHIAS, da Folha de S.Paulo
em Alagoas

Em Batalha, porta de entrada do sertão alagoano, quando um aluno falta à escola, o professor vai buscá-lo. Se o pai informa que a criança está trabalhando, recebe uma cesta básica para mandar o filho de volta para a aula. A cidade fez uma espécie de "pacto pela educação", fortalecido pelo Alfabetização Solidária.

O município ganhou uma cooperativa de costureiras, uma parceria entre funcionários da editora Abril e o Alfabetização Solidária. As 13 mulheres que fazem parte da cooperativa passaram a ter uma renda fixa de R¹ 100 por mês, além da produção, que é vendida para o comércio.

Em Batalha e na cidade vizinha de Jacaré dos Homens _cujos cursos de alfabetização estão sob coordenação da USP (Universidade de São Paulo), parceira do Alfabetização_, não são casos isolados do impacto do programa.

Em Inhapi, em Alagoas, um grupo de donas-de-casa trabalha para criar a Associação de Trabalhadoras Rurais Nordestinas.

O fato de os alfabetizadores serem trocados a cada seis meses é criticado por pedagogos, mas ajuda a dinamizar as comunidades. Dezenas de jovens viajam para conhecer centros urbanos e receber treinamento para alfabetizar.

Há ainda o benefício da influência da universidade. "Estamos ajudando a estruturar as cidades", diz Silvia Terzi, da Unicamp (Universidade de Campinas) e coordenadora dos cursos de Inhapi e Olho d'Água do Casado.

Essa ajuda passa pela assessoria em projetos educacionais e de desenvolvimento do município.

Maria José Pinto da Silva, coordenadora em Belém (AL), diz que a Universidade São Judas, parceira no município, levou dois oftalmologistas para a cidade. "Aqui tinha gente com miopia alta, que nunca tinha ido ao médico."

As classes de ensino médio de Belém e de Coité do Nóia são quase todas compostas por ex-alfabetizadores.

Muitos alfabetizadores evoluem nos estudos. O relatório feito nos 49 municípios que primeiro receberam o programa mostra que 85,5% desses jovens progrediram na formação escolar.

Leia também:


  • Curso de jovens e adultos só alfabetiza 25%


  • Adaptação ao lápis leva dois meses em Alagoas


  • Duração de programa gera polêmica entre especialistas


  • Estudo do Alfabetização Solidária terá continuidade


  • Intenção de programa é despertar a vontade de aprender




  • Leia mais notícias de educação na Folha Online
     

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página