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22/10/2000
-
09h00
A coordenadora-executiva do Alfabetização Solidária, Regina Esteves, diz que o maior mérito do programa é sensibilizar comunidades rurais, onde a cultura é basicamente oral, para a necessidade de aprender a ler e escrever.
Além disso, diz ela, o programa acaba beneficiando todo o município em razão da permanência mínima de dois anos em cada lugar.
Os módulos de ensino duram seis meses, um para capacitação de professores e cinco de aulas, mas essas classes revezam-se durante 24 meses no município.
Em alguns lugares, os alunos criaram cooperativas de trabalho e jornais comunitários.
Além disso, o fato de os alfabetizadores serem trocados a cada módulo permite que muitos jovens sejam capacitados pelas universidades parceiras.
Esse treinamento permite que dezenas de pessoas saiam da sua comunidade por 20 dias para conhecer lugares mais desenvolvidos do país.
Regina diz que o programa organizou a demanda por classes de educação de jovens e adultos: "Não havia candidatos para esse tipo de programa".
Agora, segundo ela, os municípios têm a quem ensinar e, por isso, poderão se credenciar no MEC (Ministério da Educação) para receber recursos e montar classes.
A coordenadora reconhece que há dificuldade para a continuidade dos estudos em razão da falta de estrutura e de recursos das prefeituras, porque são elas que pagam até hoje as classes de supletivo.
Mas diz que, para os alunos que vão continuar a estudar, a maioria dos coordenadores permite que eles frequentem mais de um módulo.
Para Regina, a duração dos módulos está correta, porque o objetivo do programa é atender cada vez mais municípios.
"Não depende do Alfabetização Solidária implantar as classes de suplência", diz ela. "Não temos a intenção de substituir a ação pública."
"Se os alunos fossem atendidos durante um ano, aprenderiam mais, mas isso também não garantiria a continuidade", diz.
Em relação ao custo e aos indicadores de eficiência, Regina diz que não dá para comparar o Alfabetização Solidária com outros feitos nos centros urbanos.
Segundo ela, o programa se adapta à realidade local: há salas iluminadas apenas com lampião em lugares improvisados como salões comunitários.
Além disso, 80,7% dos alunos conheciam o alfabeto apenas parcialmente, o que, segundo ela, não ocorre nos centros urbanos, onde as pessoas convivem em "ambiente letrado".
Ela acrescenta que o custo inclui todo o material, merenda, avaliações de desempenho, processos de seleção de alfabetizadores e uma biblioteca com 398 títulos para cada dez turmas.
Os alfabetizadores ganham uma bolsa de R$ 120 mensais nas áreas rurais e de R$ 200 nas urbanas.
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Intenção de programa é despertar a vontade de aprender
da Folha de S.PauloA coordenadora-executiva do Alfabetização Solidária, Regina Esteves, diz que o maior mérito do programa é sensibilizar comunidades rurais, onde a cultura é basicamente oral, para a necessidade de aprender a ler e escrever.
Além disso, diz ela, o programa acaba beneficiando todo o município em razão da permanência mínima de dois anos em cada lugar.
Os módulos de ensino duram seis meses, um para capacitação de professores e cinco de aulas, mas essas classes revezam-se durante 24 meses no município.
Em alguns lugares, os alunos criaram cooperativas de trabalho e jornais comunitários.
Além disso, o fato de os alfabetizadores serem trocados a cada módulo permite que muitos jovens sejam capacitados pelas universidades parceiras.
Esse treinamento permite que dezenas de pessoas saiam da sua comunidade por 20 dias para conhecer lugares mais desenvolvidos do país.
Regina diz que o programa organizou a demanda por classes de educação de jovens e adultos: "Não havia candidatos para esse tipo de programa".
Agora, segundo ela, os municípios têm a quem ensinar e, por isso, poderão se credenciar no MEC (Ministério da Educação) para receber recursos e montar classes.
A coordenadora reconhece que há dificuldade para a continuidade dos estudos em razão da falta de estrutura e de recursos das prefeituras, porque são elas que pagam até hoje as classes de supletivo.
Mas diz que, para os alunos que vão continuar a estudar, a maioria dos coordenadores permite que eles frequentem mais de um módulo.
Para Regina, a duração dos módulos está correta, porque o objetivo do programa é atender cada vez mais municípios.
"Não depende do Alfabetização Solidária implantar as classes de suplência", diz ela. "Não temos a intenção de substituir a ação pública."
"Se os alunos fossem atendidos durante um ano, aprenderiam mais, mas isso também não garantiria a continuidade", diz.
Em relação ao custo e aos indicadores de eficiência, Regina diz que não dá para comparar o Alfabetização Solidária com outros feitos nos centros urbanos.
Segundo ela, o programa se adapta à realidade local: há salas iluminadas apenas com lampião em lugares improvisados como salões comunitários.
Além disso, 80,7% dos alunos conheciam o alfabeto apenas parcialmente, o que, segundo ela, não ocorre nos centros urbanos, onde as pessoas convivem em "ambiente letrado".
Ela acrescenta que o custo inclui todo o material, merenda, avaliações de desempenho, processos de seleção de alfabetizadores e uma biblioteca com 398 títulos para cada dez turmas.
Os alfabetizadores ganham uma bolsa de R$ 120 mensais nas áreas rurais e de R$ 200 nas urbanas.
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