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18/09/2002
-
08h11
da Folha de S. Paulo
A carioca Regina Cascão, 54, aprendeu cedo que ninguém fica impune por carregar sobrenome tão curioso. Habituada a brincadeiras, passa de três a quatro horas por dia estudando-o.
"O ramo da família é de Beiriz, Concelho de Póvoa do Varzim, Distrito do Porto, Portugal." A internet ajudou. Regina buscou no banco de dados do ICQ outros Cascão e identificou parentesco.
Até já foi para Recife (PE) garimpar raízes. "Mapeei o sobrenome até 1600, quando nasceu meu décimo-avô. Se a pesquisa fica muito difícil, os defuntinhos nos inspiram."
Sem sair de casa
Se a ajuda sobrenatural parece assunto subjetivo, na prática as buscas são agilizadas no PC.
Os sites localizam pessoas e mapeiam origens. Amadores e profissionais comunicam-se por e-mail, publicam na rede e executam pesquisa sob encomenda.
Para ter uma idéia, um estudo à distância, com o investigador na Itália, pode custar cerca de US$ 50.
Quando as fontes internacionais utilizam o correio eletrônico como ferramenta, é possível escrever para o país de origem da família pesquisada e pedir cópias de documentos. O retorno acontece em dias, às vezes horas.
A mídia digital arquiva tantos dados cujo volume prateleiras reais não suportariam. Os softwares, por sua vez, ajudam a administrar tais informações.
"A primeira regra é manter um saudável ceticismo. Se a informação da internet parece ser a resposta para sua prece, duvide.
Tais fontes são só orientação. Confirme cada detalhe", diz a genealogista Kimberly Powell. "Todos podem cometer erros", orienta.
Há quem questione o rigor científico da atividade, por acreditar que o que faz o homem é o ambiente em que vive, não o sangue familiar.
Mas não há dúvida de que os passos dos antepassados podem retratar com realismo a história de um país.
O antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997) dizia que os brasileiros são "carne da carne daqueles pretos e índios supliciados" e que sua herança era viver para sempre marcados pela brutalidade sofrida por eles.
Ribeiro acreditava que tal memória permitiria aos descendentes mudar o Brasil.
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Pesquisa de genealogia evolui do cartório à internet
VIVIANE ZANDONADIda Folha de S. Paulo
A carioca Regina Cascão, 54, aprendeu cedo que ninguém fica impune por carregar sobrenome tão curioso. Habituada a brincadeiras, passa de três a quatro horas por dia estudando-o.
"O ramo da família é de Beiriz, Concelho de Póvoa do Varzim, Distrito do Porto, Portugal." A internet ajudou. Regina buscou no banco de dados do ICQ outros Cascão e identificou parentesco.
Até já foi para Recife (PE) garimpar raízes. "Mapeei o sobrenome até 1600, quando nasceu meu décimo-avô. Se a pesquisa fica muito difícil, os defuntinhos nos inspiram."
Sem sair de casa
Se a ajuda sobrenatural parece assunto subjetivo, na prática as buscas são agilizadas no PC.
Os sites localizam pessoas e mapeiam origens. Amadores e profissionais comunicam-se por e-mail, publicam na rede e executam pesquisa sob encomenda.
Para ter uma idéia, um estudo à distância, com o investigador na Itália, pode custar cerca de US$ 50.
Quando as fontes internacionais utilizam o correio eletrônico como ferramenta, é possível escrever para o país de origem da família pesquisada e pedir cópias de documentos. O retorno acontece em dias, às vezes horas.
A mídia digital arquiva tantos dados cujo volume prateleiras reais não suportariam. Os softwares, por sua vez, ajudam a administrar tais informações.
"A primeira regra é manter um saudável ceticismo. Se a informação da internet parece ser a resposta para sua prece, duvide.
Tais fontes são só orientação. Confirme cada detalhe", diz a genealogista Kimberly Powell. "Todos podem cometer erros", orienta.
Há quem questione o rigor científico da atividade, por acreditar que o que faz o homem é o ambiente em que vive, não o sangue familiar.
Mas não há dúvida de que os passos dos antepassados podem retratar com realismo a história de um país.
O antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997) dizia que os brasileiros são "carne da carne daqueles pretos e índios supliciados" e que sua herança era viver para sempre marcados pela brutalidade sofrida por eles.
Ribeiro acreditava que tal memória permitiria aos descendentes mudar o Brasil.
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