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25/09/2007 - 18h44

Presidente do Irã ataca potências em discurso na ONU

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da Folha Online

O polêmico discurso do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, na Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira foi divido em partes e resultou em um protesto contra o que ele qualificou de um ataque contra valores morais, contra direitos humanos e abusos pelo mundo.

Ahmadinejad também defendeu o programa nuclear de seu país. O discurso foi transmitido na íntegra pela rede CNN.

Apesar de tocar na questão do Iraque e da Palestina, Ahmadinejad iniciou seu discurso falando sobre direitos humanos e a questão da mulher.

O presidente do Irã afirmou que há uma "invasão organizada" para destruir a família, que ele qualificou como um "ambiente sagrado para as futuras gerações", assinalando que a instituição é respeitada por todas culturas e nações. Na opinião do conservador iraniano, potenciais mundiais minam esta instituição ao instalar valores como o consumismo e o ceticismo em relação a Deus.

Ocupação

Ahmadinejad afirmou que há violações dos direitos humanos no que classificou de ocupação não legítima de Estados soberanos.

Neste quesito, citou a questão palestina e disse que o território onde atualmente está Israel é uma compensação por uma guerra na Europa e possui um governo não legítimo.

O presidente iraniano afirmou que há restrições a energia, água e que o governo de Israel não reconhece um governo eleito pelos palestinos --em referência ao movimento radical islâmico Hamas, que ganhou as eleições palestinas, mas tomou à força a faixa de Gaza em junho deste ano.

Ele responsabilizou Israel por propaganda enganosa, afirmou que o país atrai judeus de todo mundo com promessas de emprego e comia, mas os expõem a constantes ameaças e privações.

Em relação ao Iraque, ele disse que a invasão liderada pelos Estados Unidos foi fomentada por pretextos --a retirada do ditador Saddam Hussein e o fim de supostas armas de destruição em massa.

Neste tópico, ele defendeu Hussein dizendo que o ditador contava com apoio popular e questionou as supostas armas de destruição em massa.

Ahmadinejad disse que a invasão abriu um novo mercado para armas e mandou um recado aos EUA: "Eles [os invasores, na classificação utilizada pelo presidente] nem têm coragem de declarar sua derrota e sair do Iraque".

Opressão

A Assembléia Geral teve a ausência do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e Ahmadinejad tomou o seu lugar para falar dos países do terceiro mundo. O discurso do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, abordou o biocombustíveis e falou do papel do Brasil em países como o Haiti.

O presidente do Irã também disse que as potências mundias destroem culturas e valores nacionais --chave para a sobrevivência de nações, segundo ele. Ele afirmou que tais manifestações são humilhadas em países da África, Ásia e América Latina.

Ahmadinejad citou as diferenças entre as nações mais ricas do mundo e as pobres, leu diversas estatísticas e citou que 980 milhões de pessoas vivem na pobreza absoluta e que a média de expectativa de vida dos países pobres em relação aos ricos é 32 anos menor.

Em seguida, disse que as grandes potenciais violam leis internacionais e países de continentes da Europa, que viveram duas guerras mundiais, estão entre a corrida armamentista imposta por alguns poderes.

Ahmadinejad decretou, à sua maneira, que as relações pós Segunda Guerra Mundial terminaram agora.

Programa nuclear

O presidente iraniano também decretou que as discussões sobre o programa nuclear desenvolvido pelo Irã acabam na reunião.

Os EUA, França e outros países acusam o Irã de desenvolver um programa nuclear com fins militares, enquanto Teerã defende que ele possui fins energéticos.

Ahmadinejad disse que o programa nuclear que desenvolve é legal e que seu país têm direito a realizá-lo.

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Comentários dos leitores
J. R. (1256) 30/01/2010 08h52
J. R. (1256) 30/01/2010 08h52
Seria até possível forçar o Irã às inspeções caso Israel também se submeta a inspeções da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) em todas as suas instalações de Dimona e militares. Assim o mundo ficaria mais tranquilo ao saber que não estão escondendo armas de destruição em massa, do mesmo modo que o Irã. Obviamente a comissão da AIEA tem que ser formada por representantes de todas as partes, não apenas os escolhidos a dedo pelos U-S-A. A paz exige sacrifício e determinação. sem opinião
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eduardo de souza (628) 24/01/2010 19h07
eduardo de souza (628) 24/01/2010 19h07
Não acredito que por em risco sua própria gente será barreira para os "adoradores do caos". A Espanha acena que esta fora dos conflitos pesados, a China só vai obeservar, outros países também terão lucidez e cairão fora. Sobrará a batata quente para aqueles que a "fornaram", e terão que arcar com seus atos, pois o que enfrentarão já derrotou outros impérios no passado. O Irã não é qualquer um não. Quem viver verá. 3 opiniões
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J. R. (1256) 20/01/2010 07h29
J. R. (1256) 20/01/2010 07h29
O assassinato do físico nuclear iraniano Masud Ali Mohammadi, engajado ao movimento nacionalista iraniano, obviamente foi obra da Cia e Mossad, pelas caracteristicas, embora neguem até o fim como sempre fazem. Com esse ataque terrorista agora deverá ocorrer uma espécie de "caça às bruxas" na Universidade de Teerã, e talvez esse seja, além de
assassinar o professor, o objetivo final da ação, que é dividir internamente o Irã. Como os U-S-A divulgaram recentemente, o que está ocorrendo de fato agora é uma aceleração do programa nuclear do Irã. Pelo andar da carruagem os U-S-A sabem que já não podem mais promover uma guerra convencional contra o Irã, pois poriam em risco suas tropas.
Agora só resta uma saída: tentar minar e derrubar o atual governo iraniano através de ações de terrorismo e sabotagem, o que parece ser algo impossível e só serviria para massacrar ainda mais a oposição. O lider religioso Khamenei fala abertamente que "Todas as partes com tendências diferentes devem se distanciar claramente dos inimigos, em particular as elites influentes, que devem também se abster de fazer comentários ambíguos", o que não deixa de ser o início do combate à influência dos U-S-A sobre a classe média iraniana, e uma nova revolução está em curso para solidificar a atual.
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