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Fora da corrida, Hillary tem que levar seus fiéis eleitores para Obama
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Colaboração para a Folha Online
A ex-pré-candidata democrata à Casa Branca Hillary Clinton encerrou sua campanha pela nomeação neste sábado e iniciou sua nova fase na disputa democrata com uma importante tarefa à frente, levar seus fiéis eleitores para a base do provável candidato democrata Barack Obama.
Uma pesquisa divulgada pela rede de televisão norte-americana CNN mostrou que 60% dos eleitores de Hillary votariam em Obama nas eleições gerais, mas 22% disseram que não votariam nas eleições gerais e outros 17% disseram votar no candidato republicano John McCain --um número ainda mais preocupante para o Partido Democrata.
A pesquisa tem margem de erro de 7,5 pontos percentuais para mais ou para menos e foi realizada após as primárias de terça-feira (3), que consolidaram a vitória de Obama.
Conscientes de que um deles perderia a disputa no final, o Partido Democrata --e Hillary e Obama-- sempre ressaltaram que no final os democratas se uniriam em torno de seu nomeado.
Joshua Roberts/Reuters |
Hillary Clinton em Washington, onde declarou apoio ao provável candidato Barack Obama |
E com o final oficial da campanha de Hillary, o discurso da ex-primeira-dama deixa os tempos de ataques mútuos e acusações para trás e traz o tom da nova fase da disputa presidencial. Diante de milhares de apoiadores e eleitores fiéis, ela pediu para que todos que estiveram ao seu lado nestes longos meses de primárias se voltassem agora para a campanha de Obama pela Casa Branca.
"Peguem a nossa energia, a nossa paixão e a nossa força e façam tudo que puderem para ajudar a eleger Barack Obama. Eu peço para que vocês se unam a mim para trabalhar tão duro para Barack Obama quanto trabalharam para mim", disse a ex-primeira-dama.
Mas o discurso de Hillary não foi tão bem recebido pelo público quanto os líderes democratas esperavam. Muitos vaiaram e exibiram os dedões das mãos para baixo, em sinal de reprovação pela nomeação de Obama, mesmo diante da liderança de meses do senador por Illinois.
A reação é mais um sinal preocupante da divisão já sabida do Partido Democrata. As primárias deste ano foram uma das mais divididas e divisivas da história norte-americana exibindo um eleitorado demograficamente dividido por idade, raça, gênero e escolaridade. Hillary ganhou as mulheres, os operários brancos e os idosos. Obama levou às urnas os jovens, os negros e os eleitores com maior nível de escolaridade.
Chapa conjunta
26.fev.2008 - Rick Bowmer/AP |
Hillary e Obama participam de debate em Cleveland; chapa conjunta pode unir o partido |
E diante do enorme desafio de trazer os eleitores de Hillary para Obama, muitos líderes democratas apontam que a solução estaria em simplesmente unir os dois candidatos na chapa democrata. A "chapa dos sonhos" traria Obama como presidente e Hillary como vice e levaria as urnas todos os eleitores democratas.
A idéia parece agradar aos eleitores. Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo instituto Gallup apontou que 52% dos entrevistados indicaram o nome de Hillary quando perguntados sobre quem gostariam de ver na chapa democrata com Obama.
Outros 34% dos eleitores democratas e independentes que tendem aos democratas disseram preferir outra pessoa e 14% se declararam indecisos ou sem opinião.
Na sondagem realizada nesta quarta-feira à noite, os entrevistados foram questionados sobre quem escolheriam na cédula das eleições gerais; a chapa Obama e Hillary ou o provável candidato republicano John McCain sem um vice especificado.
Os resultados apontaram uma pequena vantagem para a chapa conjunta democrata, com 50% das intenções de voto contra 45% da chapa republicana. Este resultado aponta que uma parceria entre os senadores democratas pode ter o efeito positivo esperado pelo Partido Democrata ao levar mais de seus eleitores às urnas.
"Eu olhei para todas as possibilidades. Ninguém traz à chapa o que Hillary traz", defendeu a senadora Dianne Feinstein, em entrevista ao programa "This Week", da ABC.
"Ela expressou para mim um profundo cuidado e preocupação com os 18 milhões de eleitores que colocaram seus votos e sua esperança em sua habilidade de criar novas oportunidades. Ela quer continuar com isso. Ela reconhece que [a corrida] acabou e eu penso que todo instinto em Hillary Clinton é para ajudar", disse Dianne.
17.mai.2008 - Elise Amendola/AP |
Hillary faz campanha em Kentucky; os eleitores da senadora ajudariam a eleger Barack Obama |
Foi na casa de Dianne, segundo a própria senadora, que Obama e Hillary tiveram um encontro privado nesta quinta-feira. Dianne não divulgou detalhes do que foi discutido, mas a idéia de uma conversa privada aumentou ainda mais os rumores sobre um possível acordo entre Obama e Hillary para "compensar" sua derrota na corrida democrata.
A página de campanha de Obama já foi atualizada com uma mensagem de agradecimento a Hillary e um espaço onde os visitantes podem deixar mensagens para a ex-primeira-dama. Já o site da campanha de Hillary pede para que seus visitantes apóiem Obama "hoje".
Logo após o discurso de Hillary, Obama divulgou um comunicado elogiando a campanha de Hillary.
"Obviamente eu estou emocionado e honrado de ter o apoio da senadora Clinton. Mas mais que isso, eu honro-na hoje pela campanha valente e histórica. Ela rompeu barreiras em nome de minhas filhas e de mulheres em todos os lugares, que sabem agora que não há limites para seus sonhos. Ela inspirou milhões com sua força, coragem e compromisso com a causa dos trabalhadores americanos", disse.
Mas nem todos os democratas apóiam a "chapa dos sonhos". O ex-presidente Jimmy Carter disse que este "seria o pior erro que pode ser cometido".
"Isso iria apenas acumular os aspectos negativos de ambos os candidatos", disse Carter ao jornal inglês "The Guardian".
O fato é que a mudança do discurso dos democratas não deve passar despercebida pela campanha de McCain. Em seu apoio a Obama, Hillary deve enfrentar duro questionamento sobre os constantes comentários durante as primárias nos quais apontava Obama como inexperiente e dizia que ele não estava pronto para o cargo.
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Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
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