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09/09/2008 - 02h01

Morales reformula governo e muda cinco ministros na Bolívia

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da Folha Online

O presidente da Bolívia, Evo Morales, reformou o Executivo mudando cinco ministros de seu governo e propondo um "pacto" à oposição, em meio à crise política. A mudança é a quinta reestruturação de gabinete desde que Morales assumiu, em 22 de janeiro de 2006.

No movimento mais importante, Morales transferiu Carlos Villegas dos Hidrocarbonetos para o Planejamento, com a missão de elaborar um Plano Nacional de Desenvolvimento para "erradicar a pobreza" no país e, pouco a pouco, eliminar o modelo econômico neoliberal, responsável pelo "saque de nossos recursos naturais e pela corrupção".

Villegas foi substituído por Saúl Avalos, enquanto a Saúde foi entregue a Ramiro Tapia. Carlos Romero assumiu como ministro do Desenvolvimento Rural e Agropecuário no lugar de Susana Rivero, que passou ao ministério da Microempresa.

O presidente alegou razões econômicas para o reajuste. O objetivo concreto, disse, é garantir a alimentação de todos os cidadãos e acelerar a erradicação da extrema pobreza na Bolívia.

Morales convocou a oposição a aderir ao novo plano estratégico de desenvolvimento, para que seja produto de "um grande pacto com governadores, prefeitos e movimentos sociais". "Convoco os governadores e os prefeitos para que trabalhem juntos, pensando primeiro na unidade, mas respeitando a diversidade. Temos que apostar juntos para que haja igualdade entre todos os bolivianos".

Morales destacou que "jamais fechou o diálogo" com os governadores da oposição e convocou o grupo para a mesa de negociação visando debater políticas de Estado cuja meta seja "a igualdade sem discriminação" entre bolivianos.

Segundo o presidente, um "novo pacto fiscal" permitirá solucionar as divergências que existem com a oposição sobre a nova Constituição e a autonomia regional.

Villegas, que comandou a política de nacionalização dos hidrocarbonetos, afirmou que a reestruturação do Conselho de Ministros tem o objetivo de "consolidar e aprofundar as medidas centrais que o governo têm tomado".

Protestos

Cinco dos nove departamentos da Bolívia mantêm há três semanas uma série de medidas para protestar contra Evo Morales, que incluem bloqueios de estradas e ocupação de repartições públicas.

O movimento envolve os departamentos de Tarija, Beni, Pando, Chuquisaca e Santa Cruz, e tem como causa fundamental a distribuição dos royalties sobre o gás e o petróleo, que o governo relocou para a previdência social.

Nesta segunda-feira (8), os protestos prosseguiram no país com o aumento de bloqueios de estradas e tomadas de escritórios estatais. As fronteiras com Brasil, Argentina e Paraguai foram bloqueadas.

"As saídas para o Brasil e os postos alfandegários estão fechados, e os escritórios de migração foram tomados", disse o presidente da União Juvenil de Santa Cruz (UJC), David Sejas. Segundo ele, a medida deverá ser "radicalizada" nas próximas horas, com sua extensão a outras regiões opositoras do país.

Nas últimas horas, autoridades bolivianas reconheceram que os departamentos estão praticamente isolados devido aos protestos nas estradas. Em várias cidades bolivianas, os moradores são obrigados a fazer longas caminhadas e, de acordo com o governo, já há escassez de alguns itens de alimentação

As manifestações estão concentradas na região do Chaco boliviano, no sudeste do país, onde as maiores reservas de gás do país fazem fronteira com Brasil, Argentina e Paraguai. Há bloqueios nos departamentos oposicionistas de Tarija, Beni, Pando, Chuquisaca e Santa Cruz.

Os governadores desses departamentos lideram os protestos, contra o projeto de uma nova Constituição, proposta pelo presidente Evo Morales, e contra a destinação dos recursos obtidos com um imposto petrolífero para um programa nacional de assistência aos idosos

 

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