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20/12/2002 - 11h51

Imprensa é partido de oposição na Venezuela, diz assessor do PT

da Folha Online

Marco Aurélio Garcia, assessor de relações internacionais do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, disse hoje estar impressionado com o papel que os meios de comunicação prestam à crise da Venezuela, atuando como um verdadeiro partido de oposição. Garcia, enviado por Lula para tentar mediar a crise venezuelana entre governo e oposição, deu entrevista hoje por telefone para o programa "Bom Dia Brasil", da Rede Globo. Ele disse que apesar da situação na Venezuela ser de normalidade democrática, o país vive uma situação de impasse. Veja abaixo os principais trechos da entrevista.

Sobre o contato com o presidente Hugo Chávez
"Fez parte de uma série de contatos que mantive e que começou com o encontro com o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Roy Chaderton Matos, com o vice-presidente do país, José Vicente Rangel, um encontro de meia hora com o presidente Hugo Chávez e, à tarde, um encontro com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), César Gavíria. Finalmente houve um jantar com o presidente Chávez, do qual participou o embaixador brasileiro na Venezuela. O país vive uma crise, há um lockout da empresa petroleira, cujos técnicos decidiram ficar contra o governo Chávez. Isso cria complicações muito grandes pois as atividades do setor petroleiro são muito importantes para a Venezuela. Agora, o que é atualmente impressionante é ver os meios de comunicação venezuelanos, que se transformaram num verdadeiro partido político contra o presidente Chávez, transmitindo informações de líderes da oposição contra o governo."

Sobre as negociações
"O problema é que as condições que a oposição colocam são draconianas. Eles querem a renúncia do presidente. E Chávez foi eleito democraticamente, está com a Constituição do seu lado. O próprio secretário-geral da OEA (Gavíria) me disse ontem que a Venezuela vive uma situação absolutamente democrática. Há um setor muito importante da população que sustenta o presidente Chávez. Há uma situação de impasse."

Sobre o eventual encontro com representantes da oposição
"Vou hoje ter um encontro, após consultar o governo, com o coordenador dos representantes da oposição, na chancelaria brasileira. Provavelmente vou me encontrar com os presidentes dos partidos Ação Democrática e Democracia Cristã, o Copei, para descobrir as margens de negociação. Para haver eleições imediatamente há duas possibilidades. A primeira é a renúncia do presidente, que não quer renunciar e está no seu direito. A segunda, é o referendo, que pela Constituição, só pode ocorrer em agosto de 2003. A oposição quer uma solução imediata, que passa por um terceiro formato, que seria uma reforma constitucional, que estabeleceria a possibilidade de se anteciparem as eleições. Mas muitos observadores dizem que se houver eleições, o presidente Chávez ganharia. Então, seria uma série de negociações complexas. Há um tema essencial que é o dos meios de comunicação. Os brasileiros não têm idéia da utilização política dos meios de comunicação, que estão articulados com a oposição."

Sobre a possibilidade do novo governo brasileiro ajudar na resolução da crise
"Não se trata de ter nenhuma proposta de intervenção. A instância que discute essa questão é a OEA, que tem o papel de facilitadora nas negociações. Com o que temos de nos preocupar é com a situação brasileira, mas queremos ver de que modo podemos ajudar. O atual governo brasileiro tem se comportado bem nessa crise."

Sobre a possível visita de Garcia à Argentina
"Creio que não seja o caso. São problemas igualmente graves, mas de naturezas opostas. Os argentinos estão, eles próprios, definindo o calendário eleitoral, que deve ocorrer em maio do ano que vem. O debate transcorre normalmente, enquanto a Venezuela é um caso de impasse. Acredito que os próximos três dias serão decisivos. Veremos qual é o volume dessa greve."

Com informações do site do PT

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