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22/09/2009 - 20h23

Receber Zelaya gerou problema para o Brasil, dizem fontes do governo

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NATUZA NERY
da Reuters, em Brasília

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, criou uma dor de cabeça ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmaram à agência de notícias Reuters duas fontes do governo, nesta terça-feira. A decisão do hondurenho de refugiar-se na embaixada brasileira em Tegucigalpa jogou o Brasil no centro da crise, colocando-o diante da difícil tarefa de dar uma solução ao impasse.

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Segundo relato de um importante auxiliar de Lula, apesar de o Brasil não reconhecer o governo interino e de recusar a legitimidade de uma eleição em novembro conduzida pelo mesmo, o país evitava colocar as mãos no problema. Agora, porém, está envolvido até o pescoço.

Nos bastidores, integrantes do governo ponderam que o Brasil não teve alternativa, pois não poderia recusar abrigo a um presidente legitimamente eleito.

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, garantiu que o Brasil não está interferindo nos assuntos internos do país centro-americano. "O fato de ele ter entrado não significa em nenhum momento que o Brasil incentivou, adotou, deu cobertura ou nada disso, simplesmente respeitou", disse a ministra a jornalistas na tarde desta terça-feira.

Em Nova York, onde está para participar da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), o presidente Lula defendeu a postura brasileira. E diante das ameaças iniciais do presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, de que a violência decorrente seria responsabilidade do Brasil, Lula foi categórico. "Esperamos que os golpistas não mexam na embaixada brasileira. E esperamos que negociem", disse.

Mas Lula sabe das dificuldades de Zelaya e do pouco apoio que tem dentro do próprio partido. Somado a isso, vem ponderando junto a seus interlocutores que o conturbado mandato do colega termina no final do ano, numa possível indicação de que julga o fardo maior que a causa. Era, portanto, uma briga que o Brasil não teria interesse em comprar.

Diante do embaraço, e se todas as possibilidades de diálogo estiverem realmente esgotadas, pode restar ao Brasil a única alternativa de liderar uma negociação para tirar Manuel Zelaya de Honduras. Lula, no entanto, não estaria tratando disso ainda, segundo um auxiliar próximo.

A embaixada brasileira em Tegucigalpa está rodeada de policiais e militares, protagonistas nesta terça de um confronto com seguidores de Zelaya com saldo de inúmeros feridos.

Micheletti exigiu que o governo brasileiro entregasse o presidente deposto, expulso do país em junho sob acusação de ter violado a Constituição para tentar se reeleger.

No início da noite desta terça-feira, o governo brasileiro informou que pedirá uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir a crise em Honduras. Em carta aos membros do Conselho, o Brasil se disse preocupado com a segurança de Zelaya e com a segurança "e integridade física das instalações" da embaixada e de seus funcionários.

Comentários dos leitores
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Sobre o comentário do nosso estimado Diplomata, dizendo ele, que o nosso país inspira o desarmamento mundial; apenas brinco: "Nosso Amorim é um gozador!... sem opinião
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sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
como tem pirado escrevendo e enviando os seus comentários. os textos chegam ser manifestações de humorismo involuntário.
Peço àqueles que discordam das bobagens escritas, sejam condescentes com os pirados da silva.
Pai, perdoi, eles não sabem o que escrevem. Descansem em paz, pirados.
sem opinião
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John Reed (41) 02/02/2010 03h21
John Reed (41) 02/02/2010 03h21
A realidade é inexorável.
Ideologias fajutas não passam de blá-blá-blá porque são míopes para enxergar qualquer coisa. Mas certamente não querem ver nada porque acham que já pensaram em tudo. Aí quando a realidade contraria a 'verdade' ideológica as coisas começam a ficar violentas.
Já viu uma criança contrariada? Pois é. Parece que o brinquedo favorito do Coronel Presidente Hugo Chávez se recusa a funcionar como ele deseja. E isso acaba refletindo em alguns nesse fórum, que contrariados produzem textos violentos tanto no estilo quanto no conteúdo.
Uma política carioca, médica, disse (isso ninguém me contou), no ocaso dos países comunista pós Muro, que o ideal e modelo de país a ser seguido eram os da Albânia. Caramba! Isso tem 20 anos.
É pra dar medo: o que a crença em ideologias ou dogmas pode fazer com uma pessoa culta e inteligente. Como já disse, a realidade é desagradavelmente real para alguns.
2 opiniões
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