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24/09/2009 - 18h36

Honduras reabre parcialmente aeroportos e Tegucigalpa tem dia tranquilo

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da Folha Online

A capital de Honduras, Tegucigalpa, teve o primeiro dia de relativa normalidade desde o retorno clandestino do presidente deposto Manuel Zelaya na segunda-feira (21), quando ele foi autorizado a entrar na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde permanece. O governo interino de Honduras reabriu parcialmente os quatro principais aeroportos do país, que estavam fechados desde segunda-feira (21) e suspendeu o toque de recolher.

Autoridades da Aviação Civil disseram que retomaram os voos nacionais de passageiros nos aeroportos de Tegucigalpa, San Pedro Sula, La Ceiba e Roatán, e os voos internacionais de carga em San Pedro Sula.

O diretor da Aviação Civil, Alfredo San Martín, disse acreditar que os voos internacionais de passageiros serão retomados "o mais em breve possível", uma decisão que depende "da Presidência da República".

O toque de recolher que esteve em vigor com poucas interrupções desde a segunda também terminou nesta quinta-feira às 6h (9h em Brasília), e o governo fez uma chamada para que os setores público e privado normalizem suas atividades.

A medida restritiva esteve em vigor desde segunda-feira, mas nesta quarta-feira foi suspensa durante sete horas para que a população pudesse comprar alimentos, água e combustíveis, e foi restabelecida às 17h (20h de Brasília).

Após os dias de paralisação, muitas crianças voltaram à escola e as ruas novamente ficaram cheias de carros, ônibus e vendedores de jornais, lanches e chicletes. Algumas escolas permaneceram fechadas, mas o clima geral era de aparente tranquilidade.

"É uma sensação excelente", disse Dagoberto Castillo, 27, um mecânico que abriu sua empresa pela primeira vez nesta semana.

Nesta quinta-feira, a tensão era perceptível apenas em torno da embaixada brasileira, onde permanecem Zelaya, sua família e cerca de 70 apoiadores.

Cerca de 3.000 apoiadores do governo interino marcharam em direção à embaixada e pararam em frente aos soldados para protestar contra o presidente deposto e o Brasil, por tê-lo acolhido. O grupo, com advogados bem vestidos, donas de casa ricas e outros seguravam cartazes com a frase "Fora Brasil!" e gritavam "Queremos eleição, não intervenção!".

Café expresso foi distribuído aos manifestantes, que encerraram o protesto sem incidentes.

Os membros do movimento de resistência popular de apoio a Zelaya, que chegou a reunir 4.000 pessoas em torno da embaixada na segunda-feira, convocou manifestações em diversos bairros da capital, mas um dos coordenadores do movimento, Rafael Alegría, disse que os manifestantes deviam evitar os arredores da embaixada.

Muitos manifestantes pró-Zelaya desrespeitaram o toque de recolher e entraram em choque com as forças de segurança. Segundo a polícia, duas pessoas morreram nos distúrbios.

O governo interino mantém as fronteiras terrestres bloqueadas, permitindo a passagem apenas de serviços de emergência e jornalistas.

Histórico

Zelaya voltou a Honduras quase três meses depois de ser expulso. Nas primeiras horas do dia 28 de junho, dia em que pretendia realizar uma consulta popular sobre mudanças constitucionais que havia sido considerada ilegal pela Justiça, ele foi detido por militares, com apoio da Suprema Corte e do Congresso, sob a alegação de que visava a infringir a Constituição ao tentar passar por cima da cláusula pétrea que impede reeleições no país.

O presidente deposto, cujo mandato termina no início do próximo ano, nega que pretendesse continuar no poder e se apoia na rejeição internacional ao que é amplamente considerado um golpe de Estado --e no auxílio financeiro, político e logístico do presidente venezuelano, Hugo Chávez-- para desafiar a autoridade do presidente interino e retomar o poder.

Isolado internacionalmente, o presidente interino resiste à pressão externa para que Zelaya seja restituído e governa um país aparentemente dividido em relação à destituição, mas com uma elite política e militar --além da cúpula da Igreja Católica-- unida em torno da interpretação de que houve uma sucessão legítima de poder e de que a Presidência será passada de Micheletti apenas ao presidente eleito em novembro. As eleições estavam marcadas antes da deposição, e nem o presidente interino nem o deposto são candidatos.

Mas o retorno de Zelaya aumentou a pressão internacional sobre o governo interino, alimentou uma onda de protestos que desafiaram um toque de recolher nacional e fez da crise hondurenha um dos temas da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), reunida em Nova York esta semana. A ONU suspendeu um acordo de cooperação com o tribunal eleitoral hondurenho e a OEA planeja a viagem de uma delegação diplomática a Honduras para tentar negociar uma saída para o impasse.

Pelo menos duas pessoas morreram em manifestações de simpatizantes de Zelaya reprimidas pelas forças de segurança durante um toque de recolher que foi suspenso nesta manhã. Nesta quinta-feira, houve novas marchas em favor do presidente deposto, mas também manifestações favoráveis ao governo interino.

Comentários dos leitores
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Sobre o comentário do nosso estimado Diplomata, dizendo ele, que o nosso país inspira o desarmamento mundial; apenas brinco: "Nosso Amorim é um gozador!... sem opinião
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sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
como tem pirado escrevendo e enviando os seus comentários. os textos chegam ser manifestações de humorismo involuntário.
Peço àqueles que discordam das bobagens escritas, sejam condescentes com os pirados da silva.
Pai, perdoi, eles não sabem o que escrevem. Descansem em paz, pirados.
sem opinião
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John Reed (41) 02/02/2010 03h21
John Reed (41) 02/02/2010 03h21
A realidade é inexorável.
Ideologias fajutas não passam de blá-blá-blá porque são míopes para enxergar qualquer coisa. Mas certamente não querem ver nada porque acham que já pensaram em tudo. Aí quando a realidade contraria a 'verdade' ideológica as coisas começam a ficar violentas.
Já viu uma criança contrariada? Pois é. Parece que o brinquedo favorito do Coronel Presidente Hugo Chávez se recusa a funcionar como ele deseja. E isso acaba refletindo em alguns nesse fórum, que contrariados produzem textos violentos tanto no estilo quanto no conteúdo.
Uma política carioca, médica, disse (isso ninguém me contou), no ocaso dos países comunista pós Muro, que o ideal e modelo de país a ser seguido eram os da Albânia. Caramba! Isso tem 20 anos.
É pra dar medo: o que a crença em ideologias ou dogmas pode fazer com uma pessoa culta e inteligente. Como já disse, a realidade é desagradavelmente real para alguns.
2 opiniões
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