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Chefe da ONU pede a Israel e Hamas investigação sobre crimes de guerra
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da Folha Online
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, pediu aos israelenses e palestinos que conduzam sem demora investigações nacionais críveis sobre os supostos crimes de guerra cometidos durante o conflito do início do ano na faixa de Gaza.
A declaração foi feita pelo o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Políticos, Lynn Pascoe, na abertura de uma reunião sobre o tema no Conselho de Segurança. No encontro, será debatida a situação no Oriente Médio e, principalmente, o relatório Goldstone que acusa Israel e o movimento islâmico radical Hamas de crimes de guerra durante a ofensiva entre dezembro de 2008 e janeiro deste ano em Gaza.
"O secretário-geral da ONU pede a todos os lados que realizem sem atrasos investigações nacionais críveis sobre sua conduta no conflito", disse Pascoe.
O relatório recomenda que o Conselho de Direitos Humanos da ONU (CDH) exija que os dois lados investiguem suas atuações, sob a ameaça de transferir o caso ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
Pascoe reiterou o respaldo do secretário-geral da ONU às recomendações do comitê liderado pelo juiz sul-africano Richard Goldstone.
"Como o secretário-geral disse muitas vezes, a paz e a justiça são faces da mesma moeda", disse o subsecretário-geral da ONU, que lembrou que Ban considera que o direito internacional e a proteção da população civil são princípios que devem ser respeitados "em todas as situações e circunstâncias".
Além disso, ressaltou que Ban espera que as instituições da ONU e seus países-membros cheguem a um consenso sobre como prosseguir no assunto.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU se reunirá na quinta-feira para decidir se apoia o conteúdo do relatório, com o qual poderia convocar o Conselho de Segurança para pôr em prática suas recomendações.
O comitê liderado por Goldstone analisou os 23 dias da operação que causou a morte de 1.400 palestinos, em sua maioria civis, segundo informações de hospitais locais e de ONGs israelenses, palestinas e internacionais.
O documento afirma que Israel fez uso desproporcional da força e violou o direito humanitário internacional, porém pondera que o lançamento de foguetes pelos insurgentes palestinos --que motivaram a operação, segundo o governo de Israel-- também configura crime de guerra.
Tanto o governo israelense quanto os dirigentes do Hamas rejeitaram o conteúdo do documento.
Ofensiva
Israel lançou em 27 de dezembro uma grande ofensiva contra o grupo islâmico radical Hamas na faixa de Gaza com objetivo declarado de retaliar o lançamento de foguetes contra o território israelense.
Segundo o Centro Palestino de Direitos Humanos, a operação deixou 1.434 palestinos mortos --incluindo 960 civis, 239 policiais e 235 militantes. Já as Forças de Defesa israelenses admitiram ter matado 1.370 pessoas, incluindo 309 civis inocentes, entre eles 189 crianças e jovens com menos de 15 anos.
Diversos grupos de direitos humanos divulgaram relatórios criticando os dois lados por crimes de guerra --Israel pelo abuso de força em um território populoso e o Hamas por usar humanos como escudos e por atirar foguetes indiscriminadamente contra Israel.
O Exército israelense realizou uma investigação interna em abril passado diante de relatos publicados no jornal israelense "Haaretz" de soldados que lutaram na recente ofensiva na faixa de Gaza e que descrevem assassinato de civis inocentes, além de um bilhete que ordena ataques a equipes médicas e a campanha dos rabinos do Exército para transformar a operação em uma "guerra santa". Na época, as Forças Armadas israelenses rejeitaram as denúncias como boatos.
Com France Presse e Efe
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