Hillary diz que relações entre EUA e Israel são sólidas e duradouras

Em meio a crise causada pelo anúncio de Israel, em plena visita do vice-presidente americano, Joe Biden, de mais construções em território ocupado na Jerusalém Oriental, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que as relações bilaterais são "sólidas e duradouras".

"Nossas declarações continuam, são sólidas e duradouras", declarou Hillary, em uma entrevista a jornalistas concedida ao fim de uma reunião do Quarteto para o Oriente Médio --formado por Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU (Organização das Nações Unidas).

O Ministério de Interior de Israel anunciou na semana passada a construção de mais 1.600 casas em Ramat Shlomo, bairro de colonização habitado por judeus ultraortodoxos na área oriental de Jerusalém, que tem população majoritária de árabes e foi anexado por Israel em 1967. A anexação nunca foi reconhecida pela comunidade internacional e a cidade é pleiteada pelos palestinos como capital de um futuro Estado.

O anúncio irritou Biden, que estava em visita ao país e fez com que o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, decretasse o fim das negociações indiretas que ainda eram planejadas.

O embaixador de Israel nos EUA, Michael Oren, disse que os dois países vivem uma "crise de proporções históricas" e as relações bilaterais estão em seu pior momento em 35 anos, uma referência a 1975, quando EUA pressionavam para que Israel retirasse suas tropas da península do Sinai, região egípcia ocupada por Israel entre 1967 e 1982.

Hillary afirmou ainda que as propostas oferecidas por Israel para acalmar a tensão bilateral foram "úteis e produtivas" e que a administração Obama manterá o diálogo.

A secretária não revelou, contudo, o conteúdo da conversa que teve com o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, sobre a crise.

Diálogo

Mantendo o tom do comunicado do Quarteto, Hillary disse que os EUA estão focados em lançar as negociações indiretas entre israelenses e palestinos, que seriam mediadas pelo enviado especial americano para a região, George Mitchell.

"Nós todos condenaremos o anúncio, e nós todos estamos esperando que ambas as partes participem das conversas de proximidade e ajudem a criar uma atmosfera na qual estas conversas podem ser construtivas", disse Hillary.

Ainda nesta sexta-feira, Hillary vai se encontrar com o presidente russo Dmitri Medvedev e o premiê Vladimir Putin. Eles devem discutir o acordo de desarmamento nuclear que substituirá o já expirado Start 1 e o esforço para aprovar uma quarta rodada de sanções contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU.

Com France Presse